Augsburg / Rothenburg



*** Augsburg / Rothenburg ***
26 de Junho de 1997


Quinta-feira, 26 de Junho de 1997

Pra variar, o dia amanheceu nublado e chuvoso. Estamos indo para Augsburg que é a terceira maior cidade da Baviera após Munique e Nuremberg, e também é uma das cidades mais antigas da Alemanha, com aproximadamente 2000 anos.

Fundada pelos romanos Drusus e Tiberius, enteados do Imperador Augustus, no ano de 15 a.C., foi uma importante rota de comércio para a Itália durante a Idade Média e era ligada a Roma e a Trier pela Via Claudia. E é uma cidade com todas as características das cidades medievais, toda cercada por muralhas e fossos.

Durante seu desenvolvimento foi dominada por duas grandes famílias: Welser e Fugger. Esta última foi responsável por construir o primeiro e maior conjunto habitacional da época chamado Fuggerei, pequenas casas geminadas para a população carente da cidade.

Fuggerei

As casas antigas de Fuggerei foram construídas em 1521 para abrigar os católicos mais pobres da cidade. A comunidade é constituída por 67 edifícios, 140 residências e uma igreja. É o complexo social habitacional mais antigo do mundo ainda em uso.

Fuggerei

O bisavô de Wolfgang Amadeus Mozart, Franz Mozart, viveu no Fuggerei entre 1681 e 1694. Também seu filho Leopold Mozart, pai de Wolfgang, nasceu em Augusburg e como suas raízes são de lá, essa cidade na Baviera se tornou conhecida como a cidade alemã da família Mozart. 

Para orientar os turistas, a cidade colocou placas em todos os lugares relacionados com a família Mozart. Entre eles, a casa onde nasceu, em 1719, o compositor, professor de música e violonista Johann Georg Leopold Mozart, hoje mais conhecido como o "pai de Mozart". A infância da criança prodígio é revisitada na casa natal de seu pai, em Augsburg.

Os aposentos da casa foram organizados tematicamente: um dos quartos se dedica a fatos biográficos, outro ilustra as viagens da família. No andar superior, numa pequena sala transformada em centro multimídia, o visitante pode assistir a um show de slides.

A casa da Família Mozart no Fuggerei

O Museu Fuggerei, ou Fugger und Welser Experience Museum, é um museu que conta a história das duas famílias de comerciantes de Augsburg, Fugger e Welser. O museu está localizado no Pfaffengässchen, foi inaugurado em 2014 e exibe o estilo de vida de épocas anteriores e a história das duas famílias é relatada em filmes, imagens e exposições.

O bombardeio de Augsburg durante a Segunda Guerra Mundial, como também a reconstrução do Fuggerei e da cidade de Augsburg estão também documentados nos diversos textos, fotografias, filmes e exposições.

Museu Fugger und Welser Experience

Um pouco antes do início da Segunda Guerra Mundial foi erguido um Bunker em Fuggerei, típico abrigo para os ataque aéreos.

O bombardeio na noite de 25 a 26 de fevereiro de 1944 custou 730 vidas em Augsburg. Naquela noite, quase 70% do Fuggerei foi destruído, mas 200 residentes escaparam para o World War Bunker, que a família Fugger teve a visão de construir no final de 1943. Hoje, o bunker abriga uma exposição que fornece documentação impressionante do ataque, a extensão da destruição e a reconstrução do Fuggerei.

Fotos, textos e filmes da exposição mostram como a guerra mudou a cidade e a região. A reconstrução do Fuggerei começou imediatamente depois que foi destruído e foi realizada e gerenciada com amplos esforços pela Família Fugger que incluiu outros edifícios na reconstrução, como a Igreja de St. Anna.

Entrada do Bunker no Fuggerei

Além do Fuggerei, a Catedral de Augsburg, também conhecida como Catedral de Santa Maria, é outra das principais atrações da cidade. Foi fundada no século XII com estilo românico e com adições posteriores no estilo gótico do século XIV.

Juntamente com Abadia de St. Ulrich e St. Afra, é uma das principais atrações turísticas da cidade. Tem 113 por 40 metros e suas terras se elevam a 62 metros de altura e é dedicada à Visitação da Virgem Maria. É possível que a catedral tenha sido construída no local de um edifício mais antigo do século IV, não necessariamente uma igreja, cujas fundações foram escavadas debaixo do piso atual. 

Catedral de Ausburg, fachada românica

Catedral de Ausburg, fachada em estilo gótico

A Catedral tem algumas características pouco usuais, como a ausência de uma fachada verdadeira. Na verdade a catedral possui duas fachadas distintas, uma em estilo românico e a outra em estilo gótico, e também apresenta dois coros e duas torres. O plano geral é de uma basílica, com uma nave e quatro corredores, primordialmente construída de tijolos. 

A Catedral de Santa Maria merece atenção especial ao maravilhoso trabalho de vitrais e também à porta de bronze datada do século XI que tem 35 painéis também de bronze em relevo retratando cenas do antigo testamento. Estes 35 painéis estão divididos em duas séries: na esquerda, cenas do Antigo Testamento, e na direita, cenas do Novo Testamento.

Porta e Painéis de Bronze da Catedral
Vitrais da Catedral

Em várias situações de guerras e conflitos, a estrutura da catedral foi danificada e posteriormente restaurada sendo que a atual estrutura românica foi encomendada em 1043 pelo bispo Henrique III e completada em 1065. As duas torres, visíveis a partir de qualquer ponto da cidade, foram concluídas em 1075. Entre 1331 e 1431, diversos elementos góticos foram acrescentados, incluindo mais um coro na fachada oriental.

Durante a Reforma Protestante, a igreja foi destituída de quase todas as suas obras de arte religiosas, algumas das quais foram depois devolvidas. O interior, que foi transformado em barroco no século XVII, foi parcialmente restaurado à sua aparência normal no século XIX com a adição de alguns elementos neo-góticos. Em 1565, a torre norte foi aumentada. Além disso, a igreja sofreu alguns danos durante a Segunda Guerra Mundial, principalmente na Capela de Nossa Senhora.

Catedral de Ausburg, interior

Continuando o passeio por Augsburg, chegamos à Rathausplatz, a principal praça que está localizada no coração de Augsburg, no bairro de Innenstadt, e está rodeado pela Maximilianstrasse e pela Philippine-Welser-Strasse.

O espaço da praça tem o formato de um leque e mede aproximadamente 80 m2, cercada em todos os quatro lados por edifícios. A Prefeitura, chamada de Augsburger Rathaus, e o Perlachturm ficam na lateral leste, bem como vários prédios administrativos na lateral sul e nordeste, e no centro da praça localiza-se a fonte Augustusbrunnen.

Rathausplatz

No século XIII, na praça em frente à prefeitura, então ainda feita de madeira, era o mercado de ovos da cidade. O lugar era originalmente muito menor do que hoje e ocupava basicamente a área em frente ao Perlachturm. Entre o Perlachturm e a Prefeitura, juntou-se outra pequena praça, que durante o século XVII era o mercado de peixe.

Perlachturm à esquerda e a Prefeitura à direita
Lateral Sul da Rathausplatz

A Prefeitura de Augsburg, ou Rathaus em alemão, fica localizada na Rathausplatz sendo que sua primeira construção original foi em 1385. No início do século XVII foi decidido proceder a uma simples renovação desse edifício com o fim de acomodar o Reichstag (instituição política do Sacro Império Romano-Germânico). Renovação esta que foi rejeitada depois de seis anos de projetos em estilo gótico, para ser aprovada uma demolição dos edifícios existentes e a construção de um edifício totalmente novo.

Elias Holl produziu o seu plano para a nova Augsburger Rathaus, a qual seria construída em estilo renascentista, e a primeira pedra foi colocada no dia 25 de Agosto de 1615. Foi desejo dos magistrados que o edifício não devia ter uma torre, mas Elias Holl insistiu nas famosas cúpulas bolbosas ao nível do frontão. O exterior da Rathaus foi concluído em 1620 e o interior em 1624, culminando uma fase de planejamento de quase quinze anos e nove anos de construção.

Tecnologicamente, a Augsburger Rathaus foi uma execução pioneira pois quando de sua conclusão foi o primeiro edifício no mundo com mais de seis andares. 

Rathaus

A rígida elegância do grande trabalho em pedra era semelhante à usada em Florença, a capital cultural e financeira do norte da Itália, com a qual a cidade alegremente se comparava. A auto-imagem da Cidade Imperial Livre de Augsburg é representada por dois distintos ornamentos na grande fachada do edifício: o primeiro é a Reichsadler, ou Águia Imperial do Sacro Império Romano-Germânico, representando a importância da cidade; e o segundo é a grande pinha de cobre, ou Zirbelnuss, a qual constitui o símbolo de Augsburg.

Reichsadler (Águia Imperial) e a Zirbelnuss (Pinha de Cobre, símbolo da cidade)

A visão da Augsburger Rathaus antes da guerra era quase completamente bloqueada pelo Edifício da Bolsa de Valores construído em 1828, até que o bombardeamento inglês ocorrido na noite de 25 de Fevereiro de 1944 destruiu este último. A remoção dos restos do edifício, na década de 1960, tornou finalmente possível ver a Augsburger Rathaus de forma adequada a partir da praça da cidade.

Dentro da Rathaus, Holl construíu três halls sobrepostos: no piso térreo e por trás da entrada principal, fica o Fletz Inferior e no andar acima abre-se o Fletz Superior. No entanto, a mais impressionante sala no edifício é de longe o Goldener Saal, ou Salão Dourado, com a sua altura de duplo piso e as suas magníficas entradas, pinturas murais e teto com caixotões. Adjacente ao Goldener Saal fica o Fürstenzimmer, ou Sala dos Príncipes, desenhada como retiro para convidados ilustres. 

Goldener Saal ou Salão Dourado na Prefeitura (Rathaus)

A Guerra dos Trinta Anos que se espalhou por toda a Europa entre 1618 e 1648, pouco depois do início das obras na Rathaus, também teve o seu preço em Augsburg. Um dos principais centros econômicos antes da guerra, a antiga cidade imperial chegou na metade do século XVII em declínio. A guerra custou a Augsburg não só a sua supremacia econômica na Europa, mas também mais de metade da sua população. 

No período da ocupação bávara de Augsburg, em 1806, uma consequência das Guerras Napoleônicas, a águia imperial feita de bronze foi removida de ambos os lados do frontão e perdeu-se desde então. Só em 1985, no decurso dos trabalhos de reconstrução da Rathaus para a celebração dos 2000 anos da cidade, é que outra águia foi pintada de acordo com o modelo histórico.

Na Segunda Guerra Mundial, em Fevereiro de 1944, durante o devastador bombardeio britânico de Ausgburg, a Rathaus foi atingida várias vezes por bombas altamente explosivas e incendiárias, queimando completamente o edifício. A Rathaus foi reconstruída depois da guerra, sendo que o exterior ficou de acordo com o seu aspecto histórico, mas o interior passou a ser muito mais simplificado e, somente a partir de 1955 foi novamente usada como centro administrativo da cidade. Entre 1980 e 1984, a fachada do edifício foi restaurada com as suas cores originais, de acordo com os registos históricos. Dentro do edifício renascentista, o que tinha sido danificado no Salão Dourado durante a guerra foi restaurado para o seu esplendor original e, no dia 9 de Janeiro de 1985, a Rathaus foi reinaugurada como parte das celebrações do aniversário de 2000 anos da cidade.

Rathaus

Ao lado da Prefeitura fica a Perlachturm, uma torre de 70 metros de altura e um dos edifícios mais altos de Augsburg. 

Em 989 foi construída como uma pequena torre de vigia. Ao longo dos séculos, ela experimentou inúmeras transformações. Em 1526 seu tamanho foi aumentado para aproximadamente 20 metros. Pouco tempo depois, a torre recebeu um relógio com sino.

Quando o mestre construtor da cidade, Elias Holl, reconstruiu a prefeitura, ele também colocou a mão no Perlachturm. Entre 1612 a 1618 o Perlachturm ganhou sua altura e aparência atual com a cúpula de pilares, o telhado de cebola e a figura anexa da deusa da cidade.

Perlachturm 

De onde vem o nome "Perlach" é hoje contestado. Existem três teorias. A primeira sugere que vem de uma placa na torre com a palavra em latim "perlego", que significa "leia-se". Isto deve ser devido ao fato de que na praça em frente à torre foram lidas declarações oficiais. Outra possibilidade, de origem popular é a opinião de que o nome vem dos antigos termos alemães "per" para urso e "lach" para celebração ou dança. Assim, o pátio teria sido usado para festas tradicionais na Idade Média com ursos dançando. Uma terceira teoria é que, neste ponto, uma legião romana perdeu uma batalha. "Perdita legio" significa "legião perdida". Como nenhuma das três teorias é historicamente comprovada, a origem do nome provavelmente permanecerá um mistério para sempre.

O Perlachturm serviu durante muitos séculos como um campanário da Igreja de São Pedro. Hoje, no entanto, é usado principalmente como plataforma de visualização. Quando a bandeira amarela sopra sobre o mostrador ocidental, você pode ter uma visão clara dos Alpes mas para conseguir isso, é necessário subir os 261 degraus até a plataforma superior. 

Visão da Rathausplatz vista da Perlachturm

Mas o Perlachturm nunca fica tão em foco como no dia de São Miguel, em 29 de Setembro. Nesse dia acontece o famoso Turamichele, que é o nome em alemão que se dá a um mecanismo em movimento de uma figura do Arcanjo Miguel lutando contra o diabo. O Turamichele aparece em uma janela na lateral oeste da torre a cada hora. É um dia de grande festa na cidade, com vários eventos que acontecem na praça da prefeitura, principalmente para as crianças. 

Turamichele 

De 1806 a 1972, a praça em frente ao Perlachturm recebeu o nome de Ludwigsplatz, em homenagem ao rei Ludwig I da Baviera. Onde hoje é a parte sul da atual praça havia cerca de meia dúzia de edifícios, incluindo a Bolsa de Valores de Augsburg, que foi destruída durante a Segunda Guerra Mundial, em fevereiro de 1944.

No início dos anos 60, as ruínas do prédio foram finalmente removidos e naquela época havia um projeto para a construção de um prédio administrativo no local, mas devido ao grande desejo dos moradores e do amplo apoio da imprensa local decidiu-se por criar uma praça pública que posteriormente denominou-se Rathausplatz, ligando avenidas importantes da cidade, como a Maximilianstrasse e a Philippine-Welser-Strasse. É um lugar maravilhoso para passear, repleto de lojas e restaurantes.

Maximilianstrasse

No centro da praça em frente ao Perlachturm fica a Fonte Augustus, em alemão Augustusbrunnen, construída entre 1588 e 1594.  

Além da Fonte Augustus, outras duas fontes são importantes na história da cidade e juntas formam um trio, conhecidas como Augsburger Prachtbrunnen, as magníficas fontes de Augsburg. As outras duas são a Fonte de Mercúrio de 1599 e a Fonte de Hércules completada em 1600. 

Augustusbrunnen

Nos lados da praça foram instalados alguns cafés de rua, que são visitados por centenas de visitantes em dias ensolarados. Além disso, existem instalações sanitárias públicas, cabines telefônicas, um quiosque e várias lojas, incluindo uma loja de roupas com uma longa tradição. Prédios geminados e com o estilo arquitetônico típico da região formam uma das laterais da praça e servem como um lindo fundo para as fotos dos turistas.

Prédios Geminados na Rathausplatz

Prédios Geminados na Rathausplatz

A Rathausplatz hoje é um ponto de encontro popular para os cidadãos da cidade e também serve como ponto de partida para a maioria dos passeios turísticos. 

Todos os anos, no dia 8 de Agosto que é feriado na cidade, as festividades do Hohen Friedensfest acontecem na Rathausplatz. 

E também, a praça abriga um dos mais antigos e belos mercados de Natal da Alemanha, o Augsburger Christkindlesmarkt. Aqui, nos quatro finais de semana do Advento, a "brincadeira de anjos" na sacada da prefeitura atrai milhares de visitantes.

Feira de Natal

Em Augusburg há mais atrações imperdíveis para se conhecer se você ficar mais tempo na cidade, a maioria nas proximidades da Rathausplatz e outras há alguns quarteirões de distância, valendo uma boa caminhada. Vamos começar pelas mais próximas da praça.

Entre elas o Schaezlerpalais, localizado na Maximilianstrasse n. 46, que é uma antiga mansão em estilo rococó com uma grande sala de banquete que remonta a 1765 e hoje abriga a Neue Galerie. A antiga casa pertencia ao banqueiro Benedikt Adam Liebert e é um tesouro por si só.

Schaezlerpalais

Tem jardins, pátios e interiores deslumbrantes, culminando em um salão de festas excepcionalmente rico da década de 1760 embelezado com lustres, um grande afresco do teto, espelhos altos e massas de estuque dourado.

Mas o palácio também é valorizado por suas luxuosas coleções de arte. A Galeria Barroca Alemã tem peças de pintores do século XVIII, como Johann Heinrich Schönfeld e Georg Philipp Rugendas. A Fundação Karl und Magdalene Haberstock é dotada de obras de Canaletto, van Dyck e Veronese. Mas talvez o melhor de tudo seja a Galeria Estadual dos Mestres da Alemanha Antiga, onde você encontrará pinturas de Hans Holbein, o Jovem, Lucas Cranach, o Velho, e de Albrecht Dürer, retrato duradouro de Jakob Fugger.

Salão de Baile no Schaezlerpalais

Bem pertinho fica o Fuggerhäuser, que é um complexo de casas interconectadas e pátios na Maximilianstrasse n. 36 onde vivia toda a família Fuggers. O primeiro anexo de casa e armazém foi projetado pelo próprio Jakob Fugger a partir do ano de 1510, usando anotações que ele havia feito durante suas viagens para a Itália.

Essa construção se tornou a primeira casa renascentista ao norte dos Alpes e o complexo se expandiu quando as casas vizinhas foram compradas e absorvidas pelo original. Os pátios são os lugares onde o palácio se torna mais bonito e são os únicos elementos abertos ao público. O Damenhof, por exemplo, foi projetado para as mulheres da família e tem uma bela arcada apoiada por colunas venezianas de mármore.

Fuggerhäuser

Não muito longe fica a Igreja de Sant´Ana, em alemão St. Anna-Kirche, uma estrutura medieval construída em 1321 que é famosa por seu elaborado interior. Originalmente anexado a um mosteiro do século XIV, a Igreja de Sant'Ana experimentou um dos principais momentos da Reforma quando, em 1518, Martinho Lutero ficou aqui entre os frades carmelitas do mosteiro.

St. Anna Kirche

A igreja tornou-se luterana em 1545 e cerca de 200 anos depois recebeu uma atualização rococó. O teto da igreja é decorado com estuque barroco e rococó, com afrescos de Johann Georg Bergmüller. A Capela Goldsmith, em alemão Goldschmiedkapelle, foi doada em 1420 por Conrad e Afra Hirn.

Já a Capela Fugger, que é a capela funerária dos Fuggers, é o primeiro exemplo da arquitetura renascentista na Alemanha. Foi dotado em 1509 por Ulrich e Jakob Fugger. Entre as características principais estão um pavimento de mármore, um órgão com persianas pintadas, vitrais, bancas de coro e um grupo de esculturas da Lamentação de Cristo. Pode-se localizar o membro mais famoso da família, o túmulo de Jakob Fugger e apreciar as abóbadas, vitrais e relevos de parede.

Interior da Igreja de St. Anna

Outra igreja muito famosa de Augsburg, há alguns quarteirões de distância, é a Abadia de St. Ulrich e St. Afra, uma antiga estrutura beneditina construída por volta de 1500 e que forma um atraente conjunto arquitetônico que vale a pena explorar, facilmente reconhecido por sua torre coberta com uma cúpula de cebola barroca. Construído nos estilos renascentista e barroco, os destaques incluem a decoração gótica, juntamente com os túmulos dos santos Afra, Ulrich e Simpert, ex-bispos de Augsburg, em sua cripta. 

Na nave de 93,5 metros, pode-se admirar as intrincadas abóbadas de estrelas e os padrões se tornam ainda mais complexos nos corredores. No coro pode-se observar os altares esculpidos em carvalho do início do século XVII pelo escultor Johann Schermer.

Abadia de St. Ulrich e St. Afra

Outro marco próximo é o Rotes Tor, o Portão Vermelho, com a sua torre do século XVII e também duas antigas torres de água, datadas do século XV, cada uma com uma estrutura poligonal. O interior é datado de 1748. Nas redondezas há também outra torre de água que abastece o hospital do Espírito Santo.

Rotes Tor
As torres de água

E não muito distante da Rotes Tor fica o Heilig-Geist-Spital, Hospital do Espírito Santo, datado do século XVII, e que desde 1948 abriga o renomado teatro de bonecos de Augsburg, em alemão Augsburger Puppenkiste.

O teatro ganhou muita fama na Alemanha durante a segunda metade do século XX, quando suas adaptações de contos de fadas e livros infantis contemporâneos foram televisionados. Neste belo cenário histórico há espetáculos de marionetes para crianças, e ainda algumas performances mais intelectuais à noite destinadas a adultos. No andar de cima, todas as marionetes mais famosas do teatro estão expostas no museu, e personagens como Kater Mikesch, Urmel, Jim Knopf e Lukas der Lokomotivführer são amados por gerações de alemães.

Teatro de Bonecos do Hospital do Espírito Santo

Já fora do circuito do centro turístico de Augsburg, a Mozarthaus é um museu que conta com exposições que oferecem um vislumbre da vida da família Mozart. As exposições incluem gravuras, livros, cartas, partituras musicais originais, bem como uma bela coleção de instrumentos musicais históricos.

Tal é o impacto na cultura européia feito por Wolfgang Amadeus Mozart de que até lugares relacionados à sua família se tornaram objetos de fascinação, como a casa do avô de Mozart no Fuggerei.

O passeio guiado por áudio revela letras manuscritas, livros, gravuras, partituras e instrumentos musicais, incluindo um piano de cauda original de Johann Andreas Stein.

Mozarthaus

Outra atração são os canais que fazem parte do sistema hídrico de Augsburg. Eles provavelmente abasteceram a cidade de Augsburg desde o século VIII com a água dos rios Lech e Wertach, dos córregos Singold e outros menores.

A cidade de Augsburg foi construída pelos romanos e estes rios protegiam a cidade de ataques que viessem do oeste, norte e leste, e o fato de ter sido construída em um patamar 20 metros acima do nível do rio também a mantinham suficientemente longe das inundações. No entanto, não havia curso natural através da própria cidade, de modo que os canais foram criados para esse fim. 

A água é distribuída no sistema reticulado do canal de Augsburg somente com o uso da gravidade, sem acionamento por nenhuma bomba. A maioria dos canais flui acima do solo com um fluxo de volume forte e são apenas parcialmente cobertos na área da cidade. Nos anos 1970 e 1980, alguns canais foram redescobertos na cidade velha.

O grande número de canais fez com que fossem construídas mais de 500 pontes em Augsburg o que fez dela uma cidade de pontes, superando até Veneza em termos do número de pontes. Em 15 de janeiro de 2015, o histórico Sistema Hídrico de Augsburg foi nomeado para a Lista do Patrimônio Mundial da UNESCO.

Canais de Augsburg

O Augsburg Eiskanal é um dos mais famosos canais de Augsburg, sendo um canal de águas brancas totalmente artificial, que foi construído como o local para a prática de canoagem slalom para os Jogos Olímpicos de Verão de 1972.

O Eiskanal foi o primeiro curso de água branca artificial do gênero, introduzindo o esporte de canoagem slalom nos Jogos Olímpicos, e serviu como protótipo de seis instalações olímpicas de águas brancas, de 1992 a 2012. 

Apesar de ser o mais antigo, ainda é um dos mais utilizados, abrigando dois Campeonatos Mundiais e inúmeras provas da Copa do Mundo.

Eiskanal
As competições no Eiskanal

Se sobrar algum tempo na sua viagem, vá conhecer o divertido e fascinante International Mask Museum que fica na cidade de Diedorf, na Lindenstrasse, há apenas 10 km de Augsburg. O museu apresenta mais de 3.500 máscaras tradicionais e modernas de todo o mundo. Esta incrível coleção inclui 1.300 máscaras da Europa, 1.200 da África, 500 das Américas, 500 da Ásia e 150 da Oceania. 

Visitas guiadas estão disponíveis e a entrada é somente por solicitação. Outra pequena atração interessante é a Museu MAN, dedicado ao criador do primeiro motor diesel, Rudolf Diesel. Também vale a pena conferir o Museu Estadual de Têxteis e Indústria Têxtil em uma das primeiras fábricas da Baviera, que inclui exibições de máquinas históricas, como rodas de fiar.

As máscaras do International Mask Museum

E pra finalizar a visita em Augsburg, você precisa experimentar uma fatia de Zwetschgendatschi, um bolo com uma base de massa quebrada ou levedada coberta com uma camada de ameixas do tipo zwetschge. Vai combinar muito bem com uma xícara de café, mas há outras maneiras de experimentar o seu Zwetschgendatschi: com chantilly ou uma camada de Streusel, que é uma mistura quebradiça de açúcar, manteiga e farinha.

Zwetschgendatschi

Abaixo, mais algumas fotos da visita à Augsburg passando por alguns dos pontos turísticos mais famosos da cidade:

Fuggerei
Fuggerei
Praça Principal
Maximilianstrasse

Praça Principal ou Rauthausplatz

Prefeitura



Depois de conhecermos Augusburg, seguimos em direção a Dinkelsbühl, linda cidade da Rota Romântica, onde almoçamos e demos uma pequena volta no centro para conhecer.

Dinkelsbuhl remonta à Idade Média, a cidade foi fundada antes de 1083. Tornou-se uma cidade imperial livre em 1351. E assim como Rothenburg, a cidade é toda cercada por um muro medieval com 2,5 km de extensão que remonta ao ano 1372 e boa parte ainda é original.

Muralhas

Dinkelsbuhl tem quatro portões de entrada para a cidade: Nördlinger Tor, Segringer Tor, Rothenburger Tor e Wörnitz Tor.

O Nördlinger Tor foi construído por volta do ano 1400 e era a mais importante rota comercial que levava à cidade imperial de Nördlingen, na rota para Roma, e também servia para proteger a parte sudeste da cidade. Ao lado dele, fica o Stadtmühle, o moinho da cidade. A empena é decorada com conchas semi-redondas do século XVI e tem uma pequena masmorra.

Portão de Nördlinger

A Segringer Tor é uma torre que fica no flanco sudoeste da cidade e é toda em estilo barroco. Em 1648, a Segringer Tor entrou em colapso após o cerco das tropas suecas e foi reconstruída em 1655 no estilo atual. No portão, uma escada leva ao fosso. 

Portão de Segringer

O Portão de Rothenburg data aproximadamente de 1390 e é todo decorado com colunas planas. As câmaras de tortura e as celas das prisões ficam no segundo andar e os buracos de alcatrão e a construção saliente com o seu telhado e baías em forma de anca são testemunhas da força das fortificações de Dinkelsbühl. O Portão de Rothenburg é assim chamado, pois é a saída direta para Rothenburg.

Portão de Rothenburg

O Portão Wörnitz, com seus blocos de pedra arredondados da época dos Staufers, é o mais antigo dos quatro portões da cidade. A torre foi construída no final do século XIV. De estilo renascentista tem uma torre com sino datada do século XVI. O brasão de armas da cidade livre de Dinkelsbühl mostra três espigas de milho dourado em três colinas. Próximo a ela, o brasão imperial indicando o domínio direto do Imperador. 

Portão Wörnitz

Além dos portões, a cidade possui 16 torres, que podem ser observadas num tour por dentro ou por fora do muro. Estas torres serviam como pontos de vigilância espalhados por toda a extensão da muralha.

As várias torres espalhadas ao longo da muralha

Aliás, essa cidade medieval sobreviveu bravamente e intacta a todas as guerras que aconteceram na região. Não foi bombardeada nem destruída durante a Segunda Guerra Mundial, mas a preservação mais importante aconteceu durante a Guerra dos Trinta Anos. 

Existe uma lenda sobre isso que conta que os suecos, que estavam dominando, saqueando e destruindo cidades da região, chegaram e cercaram Dinkelsbühl, e na iminência da batalha, uma adolescente levou as crianças da cidade ao general sueco para implorar por misericórdia. O general ficou emocionado quando um dos meninos que estava junto ao grupo se aproximou dele e ele notou a enorme semelhança com seu próprio jovem filho que havia falecido há pouco tempo por causa de uma doença, e assim ele decidiu poupar a cidade.

E assim, desde 1897, acontece na cidade a Kinderzeche, uma festa tradicional popular durante o mês de julho, para celebrar a história dessa lenda. Há representações dos fatos históricos, com as tropas suecas atacando o portão da cidade e crianças vestidas com trajes tradicionais para testemunhar o evento. Cones de papel cheios de chocolate e doces são dados como presentes para as crianças. 

Kinderzeche

Indo bem para o centro de Dinkelsbühl, encontra-se a Catedral de São Jorge, ou em alemão Münster St. Georg. Uma das mais bonitas igrejas do estilo gótico tardio do sul da Alemanha, foi construída entre 1448 e 1499 sobre estruturas mais antigas que já existiam nesta área, mas foi ampliada para sua forma atual por um projeto realizado por Nikolaus Eseler que também incorporou um pórtico românico datado de 1225. 

No interior, onze pares de colunas suportam um teto abobadado com um padrão intrincado. O altar neo-gótico apresenta um santuário datado de cerca de 1490, com cenas da crucificação. E também tem altares laterais altamente decorados como o Altar de São Sebastião construído por volta de 1520 e o Altar da Santíssima Trindade construído por volta de 1500. 

Uma torre alta deveria ser construída no extremo norte da igreja, mas os planos ambiciosos tiveram que ser postos de lado devido à falta de financiamento. A torre atual foi na verdade estendida a partir de uma antiga torre já existente, outrora uma estrutura independente a oeste do edifício principal. 

Catedral de St. Georg

Quase em frente à Catedral, encontramos o Weinmarket e logo ali perto o Wochenmarkt, que são o antigo mercado de vinhos e a pequena praça do mercado, respectivamente.

O Weinmarket é o antigo mercado de vinhos e pode-se dizer que é o cenário mais famoso de Dinkelsbühl. É na verdade uma fileira de magníficas casas triangulares no lado oeste da praça que surgiram no início do século XVII.

A casa de esquina com o delicado pináculo é o antigo Ratstrinkstube. Foi um edifício destinado à hospedagem de grandes hóspedes da cidade, como o Imperador Carlos V em 1546 e o rei Gustavo II Adolfo da Suécia em 1632.

Ratstrinkstube

Além do Ratstrinkstube existem outras três casas muito interessantes. 

A primeira casa, ao lado do Ratstrinkstube, amarela com janelas verdes, foi construída por volta de 1600 e hoje é uma hospedaria chamada Zur Glocke.

A segunda, a mais bonita delas, foi construída por volta de 1440. A Deutsches Haus, ou Casa Alemã, possui uma fachada toda decorada como no renascimento tardio e antigamente, servia como armazém de cereais e mercado. Bacchus, o deus do vinho e da alegria, está entronizado sob o pequeno telhado.

A terceira casa, pequenina e com floreiras nas janelas, era a antiga cervejaria dos conselheiros da cidade. Foi também edifício de balança e alojamento para pessoas importantes que visitavam a cidade. 

A última casa é a "Schranne", toda amarela e com seu frontão decorado com obeliscos. O edifício alongado era um celeiro, posto comercial e casa de dança.

As casas do Weinmarkt

Virando a esquina do Weinmarkt, que não é propriamente uma praça, existe outro ponto famoso em Dinkelsbühl que é a Wochenmarkt, a aconchegante praça do mercado da cidade, delineada pela catedral e pelas casas patrícias dignas.

Há um memorial aqui para o autor infantil do século 19, Christoph von Schmid, cujas obras ainda são amplamente lidas em alemão.

Nas manhãs de quarta e sábado, a praça tem ainda mais charme, quando é invadida por barracas que vendem flores, frutas e legumes, queijos, doces e carnes curadas.

Wochenmarkt

Seguindo a rua Segringer Strasse, pode-se observar a Neues Rathaus, ou a nova Prefeitura. Apesar do nome, ela foi construída em 1733 e era uma residência privada. A partir de 1855, passou a abrigar a administração da cidade.

Prefeitura

Além desses pontos, caminhe sem pressa pelas ruazinhas de Dinkelsbühl, preste atenção nas casas enxaimel, nas janelas e em cada cantinho lindo dessa cidade. E não deixe de provar o Schneeball, um doce típico dessa região sul da Alemanha.

As ruas de Dinkelsbühl
As casas geminadas
Mais casinhas

As ruas do centro
Ratstrinkstube

As ruas do centro


Schneeball



Seguimos para Rothenburg, onde ficamos hospedados no Romântico Hotel Markusturm, que é super típico e super bem localizado no centro da cidade. 

Hotel Markusturm

Como eu já conhecia Rothenburg do primeiro tour que fiz no começo da viagem, aproveitei para conhecer mais os arredores da cidade com o fosso e as muralhas. Você pode ler a página completa com todas as atrações de Rothenburg na página Wurzburg/ Rothenburg.

A muralha de Rothenburg tem 3 km de comprimento e paredões de mais de 10 metros de altura com arcos imponentes e uma parte superior na qual se pode caminhar em alguns pontos, com o luxo de um telhado e cercas de madeira, algo raro na época. Um fosso circunda boa parte da muralha, e ao longo dela, várias torres importantes, que você pode ler a história completa na página acima mencionada.

O fosso

A cara da felicidade, amei a Alemanha!!

A vista das muralhas

Os arredores da cidade ao longe

A muralha, uma torre ao longe e a vista da cidade

Mais um pouco das ruas da cidade

E pelas andanças, acabei passando de novo no Plönlein, uma bifurcação ou encontro de duas ruas que forma uma quadra triangular. É considerada a "Times Square" da Alemanha Medieval uma das mais famosas atrações de Rothenburg.

Plönlein

Demos uma volta pelo centrinho da cidade onde aproveitei para ir novamente na Käthe Wohlfahr para comprar um monte de enfeites de natal... não dá para evitar... é a loja natalina mais linda do mundo!!!

E no final do dia, fomos todos ver o relógio da praça central que simboliza a história da salvação da cidade por um dos habitantes. Veja a história completa na página Wurzburg/ Rothenburg.

Praça Central com o Relógio

E à noite tivemos nosso jantar de despedida no hotel.. super delicioso... todos muito elegantes... Ganhei uma poesia da Stella, tão meiga!! Definitivamente vou sentir saudades desse pessoal!!!

Jantar multi-lingue
Pessoal animado!!!
O barbudo é o Jim... ahhhh

Eu estou ao fundo na minha roupa chiquérrima

Esse de blusa mostarda era o guia, Greg




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