Ettal / Linderhof / Oberammergau



*** Abadia de Ettal ***
 *** Castelo Linderhof ***
*** Oberammergau ***
24 de Junho de 1997


Terça-feira, 24 de Junho de 1997

O dia começou chuvoso novamente... Saímos de Garmish-Partenkirchen logo cedo e paramos para conhecer a Abadia de Ettal que fica na pequena cidade do mesmo nome.

A Abadia de Ettal foi fundada em 1330 pelo Imperador Ludwig IV, o Bárbaro (não confundir com o Rei Ludwig do Castelo de Neuschwanstein) e funcionava como um mosteiro simples dos monges beneditinos. Mas nos séculos XVII e XVIII obteve grande sucesso e fama pelo colégio fundado no mosteiro: Ritterakademie ou ”Academia dos Cavaleiros” em português, que ficou conhecida como uma das melhores da região. Esta escola era famosa e destinava-se a educar a jovem nobreza. Era comum que estudantes de outros países viessem para Ettal. A abadia apoiou as ciências, especialmente promovendo a troca de conhecimento. 

Mas devido a um incêndio em 1744, a Academia foi fechada e o mosteiro foi reconstruído em estilo barroco, como podemos ver hoje, ao visitar a sua linda Basílica. A reconstrução foi feita em estilo barroco, com uma cúpula de duas conchas, projetada por Enrico Zuccalli, um arquiteto suíço-italiano que trabalhava em Munique e estudara com Bernini. 

Abadia de Ettal

Visão áerea de todas as estruturas do complexo da Abadia

O interior da Abadia é imponente e com uma decoração surpreende e os afrescos da cúpula principal são absolutamente fantásticosA decoração foi realizada principalmente por Josef Schmutzer da escola de estuques da Abadia de Wessobrunn e Johann Baptist Straub, que foi responsável pelos altares e o presbitério. Sua colaboração deu origem a criação do estilo rococó bávaro.

O altar

A importância de Ettal como local de peregrinação aumentou com os novos edifícios e tornou-se um dos mais importantes mosteiros da região alpina.

Até hoje, a Abadia de Ettal é cuidada e habitada pelos monges beneditinos, uma comunidade religiosa independente que produz tudo o que necessita para viver, e por isso, possui todas as importantes oficinas e serviços, quase todas dentro dos limites do mosteiro. Eles produzem licores, cervejas e outras bebidas artesanais e tudo isso pode ser comprado, juntamente com outros souvenirs, na loja da Abadia. Óbvio que aproveitamos para provar o licor típico da região, apesar do horário tão cedo, afinal não podíamos nos esquivar disso!

Fazem parte também do complexo da Abadia: um restaurante e hotel, uma cervejaria, onde os monges produzem as próprias cervejas artesanais e uma destilaria, onde os monges produzem os licores e outras bebidas artesanais, uma livraria e também uma lojinha de souvenirs.
Os afrescos do teto
Os altares laterais
O órgão

Depois da visita à Abadia de Ettal, seguimos viagem em direção ao Palácio de Linderhof.

O Palácio Linderhof ou Schloss Linderhof, em alemão, é um palácio real, construído entre 1869 e 1878. Fica localizado nas proximidades de Oberammergau e da Abadia de Ettal, no sudoeste da Baviera.

É o menor dos três palácios construídos pelo Rei Ludwig II da Baviera, mas o único que o monarca viu totalmente concluído.

Além do mundo místico do Oriente e da época cavalheiresca e romântica da Idade Média, foi a esplêndida corte da dinastia francesa dos Bourbons que lançou mais um feitiço sobre Ludwig II. Em Linderhof, Ludwig realizou seu sonho e construiu a réplica do palácio e dos jardins de Versalhes, a magnífica residência do Rei Francês, Louis XIV, o Rei Sol.

Castelo de Linderhof

Ludwig II já conhecia a área em volta de Linderhof desde a sua juventude, quando acompanhava o seu pai, o Rei Maximiliano II da Baviera, nas suas viagens de caça pelos Alpes Bávaros. 

Quando Ludwig se tornou Rei, em 1864, herdou de seu pai o chamado Königshäuschen, uma espécie de cabana de caça. O palácio foi sendo construído em torno deste edifício, que estava localizado onde hoje é o espaço aberto em frente ao palácio atual. Em 1869, Ludwig II começou a ampliar o velho edifício, e até a completa construção de Linderhof usou a cabana várias vezes como habitação enquanto supervisionava as obras.

Em 1874, decidiu derrubar o Königshäuschen e reconstruí-lo na localização do parque onde ainda pode ser encontrado atualmente. Aqui existe uma exposição sobre a história da construção do castelo e do parque, e também sobre a importância do Königshäuschen como um escritório de planejamento.

Königshäuschen nos dias de hoje

O Palácio Linderhof é o resultado final de um longo período de construção e reconstrução entre os anos de 1869 e 1885. E foi também o único de seus castelos que Ludwig viu completamente finalizado antes de morrer.

É o menor dos castelos construídos pelo Rei Ludwig II. O tamanho pode não impressionar mas a visita aos interiores do castelo é de deixar qualquer um boquiaberto. Ludwig fez de Linderhof a cópia de Versalhes, em dimensões menores. Durante a vida, visitou Versalhes apenas uma vez e foi o suficiente para desenvolver uma admiração doentia pelo Rei Sol, como era chamado o Rei francês, Louis XIV, e seu estilo extravagante de vida. 

Linderhof impressiona por sua exuberância tanto pelas fachadas externas, como também pelo interior, extremamente bem decorado, todo ele desenhado ao estilo do segundo período rococó. Durante a construção, três novas salas e a escadaria foram acrescentadas ao complexo projeto original em forma de U, e várias partes do primitivo exterior em madeira foram recobertas por fachadas de pedra.

A fachada do Palácio de Linderhof

A visita a Linderhof deve ser programada em 2 partes. A primeira parte é o palácio propriamente dito, com seu interior em exuberante estilo rococó, todo feito como uma homenagem à corte francesa, tudo muito rebuscado e com muitos detalhes em ouro e prata, e vários ornamentos em lapis-lazuli e marfim. A segunda parte são os jardins e parques e as várias construções espalhadas pela propriedade.

Para fins textuais, vou dividir a apresentação começando pelo interior do palácio. 

Mapa do Palácio (com legendas em português)

O ponto de partida é o Vestíbulo que homenageia Louis XIV da França. Sua estátua está orgulhosamente no meio da sala. É uma cópia, em menor escala, de um monumento erguido na Praça Vendôme, em Paris e que foi destruída durante a Revolução Francesa. Essa estátua era para Ludwig II mais do que uma representação histórica, porque o lembrava que seu nome poderia ter sido herdado dos Bourbons.

As colunas de mármore avermelhado que o cercam, como um templo, determinam o esquema de cores da sala. No teto, a cabeça do Rei Sol é cercada por raios dourados de luz. Dois "putti" (pinturas ou esculturas de um menino nu, geralmente gordinho e representado frequentemente com asas) voam diante deles, carregando o lema dos Bourbons em suas mãos: "Nec Pluribus Impar". Há algumas controvérsias quanto ao significado: pode ser "Não inferior a muitos" ou "Superior a todos os outros homens".

Vestíbulo

Logo após o Vestíbulo encontra-se a escadaria, que é uma redução da famosa Escadaria dos Embaixadores de Versailles, sendo a mesma copiada em tamanho real no Palácio Herrenchiemsee, outro castelo de Ludwig. 

Pelo menos o símbolo do Sol, que pode ser visto por todo o lado na decoração das salas, recorda o absolutismo francês. Aos olhos de Ludwig II, este regime havia sido a perfeita incorporação do ideal de um Deus dando à monarquia o total poder Real.

Escadaria

O passeio pelos quartos do rei começa na “Sala da Tapeçaria do Lado Oeste”. Na realidade, as tapeçarias Gobelin, que dão o nome à sala, são falsas, pois suas representações em grande escala só são pintadas em tela áspera.

As cenas pastorais são baseadas em pinturas de François Boucher e Antoine Watteau. As imagens transportam o espectador para um mundo remoto de amor e harmonia, dois conceitos de grande importância no pensamento do rei.

A pintura do teto mostra o casamento de arte e beleza na figura de Apolo recebendo Vênus. É também uma alegoria da noite, correspondendo à posição de oeste da sala.

O mobiliário inclui um pavão em tamanho natural em porcelana Sèvres. Um raro harmônio de Aeolodicon (espécie de órgão mas sem os tubos) é a razão pela qual esta sala também é conhecida como Sala de Música.

Sala de Tapeçaria do Lado Oeste ou Sala de Música

As três salas seguintes relacionam-se umas às outras na forma de suas plantas: dois pequenos gabinetes semicirculares enquadram a Câmara de Audiência oval.

A primeira sala chamada de Gabinete Amarelo é dominada por revestimentos de parede amarelos e painéis ornamentais. Somente este gabinete tem ornamentos esculpidos, estucados e bordados em prata. As superfícies restantes são azul claro, criando um trio de cores fresco e elegante.

As delicadas representações na concavidade do teto mostram alegorias das quatro partes do mundo, dos quatro elementos e dos signos do zodíaco. Os pastéis ovais retratam personalidades proeminentes na corte de Versalhes.

Gabinete Amarelo

A
 Câmara de Audiência está localizada na parte oeste do palácio e é flanqueada pelos gabinetes amarelo e lilás. Os gabinetes foram apenas usados como antecâmaras para as salas maiores. Ludwig II nunca usou esta sala para receber uma audiência. Isso iria contradizer o carácter privado do Palácio Linderhof e a sala seria muito pequena para tal fim. 

Em vez de câmara de audiência, o monarca usou-a como estúdio, onde pensava sobre os novos projetos de construção. No entanto, a existência de uma câmara de audiências em Linderhof recorda a demanda do Rei por uma monarquia absoluta.

A esplêndida decoração foi inspirada nos modelos usados pela corte francesa, tendo sido desenvolvido um "segundo movimento de rococó" especialmente criado para o Rei Ludwig II. Os destaques desse aposento são as duas mesas redondas com tampos em malaquita, oferta da Czarina Maria Alexandrovna ao rei e o Baldaquino do Trono com grupos de penas de avestruz como um símbolo oriental de poder Real.

Câmara de Audiência

O Gabinete Lilás
, com seus móveis e revestimentos de parede feitos de seda lilás, serve para preparar o caminho para o quarto adjacente, que é a suite do Rei Ludwig II. O esquema decorativo difere muito pouco daquele do Gabinete Amarelo, até os retratos são semelhantes em tons pastéis de lilás.

Uma série de três quadros foi criada especialmente para Ludwig II em 1872 por Albert Gräfle, sendo eles os portraits de Duchessa Marie Anne de Chateauroux, do Rei Louis XV da França e de Madame Pompadour.

Gabinete Lilás

Em seguida, chegamos na
 Suite do Rei cujo modelo por incrível que pareça não foi o quarto de Louis XIV em Versailles, mas sim foi inspirado nas Salas Ricas da Residência de Munique, a Münchner Residenz. Este aposento foi totalmente reconstruído e ampliado em 1884, e não foi possível finalizá-lo antes da morte do Rei que oocorreu dois anos depois.

No relativamente pequeno palácio de Linderhof, a Suite do Rei é um quarto surpreendentemente grande. A parte de trás da sala está fechada em uma magnífica balaustrada esculpida. No centro desta balaustrada, debaixo de um dossel, ergue-se uma cama gigantesca, nas cores azul e dourado, preferidas por Ludwig. Acima, um bordado com a estampa do seu brasão de armas, feito com linhas de várias cores diferentes que dá a impressão de uma pintura.

No afresco do teto acima do dossel da cama há anjos em vôo segurando a coroa bávara no ar. A cama é ladeada por dois enormes candelabros, praticamente dando-lhe um caráter sacro. Seis painéis de tecido bordados de ornamentos em ouro tridimensionais e "putti" (pinturas ou esculturas de um menino nu, geralmente gordinho e representado frequentemente com asas) fazem desta parte do quarto. 

E para finalizar a opulência deste aposento algumas peças se destacam: uma belíssima lareira ornamentada com enfeites em dourado e com um enorme espelho também ornamentado em dourado; dois consoles em porcelana de Meissen, a porcelana favorita do Rei; e um imenso candelabro de vidro com 108 velas que ocupa o espaço central aéreo do quarto.

Entre os outros móveis, as pinturas acima das portas são dignas de nota. Elas mostram cenas da vida na corte francesa: a "levée" de Louis XIV (recepção da manhã quando o rei se levantava), o casamento do Dauphin no Salão dos Espelhos em Versalhes, o "couchée" (recepção à noite) e um carrossel no parque de Versalhes.

A Suite do Rei

A ala leste é idêntica à ala oeste no arranjo de seus quartos. Depois da Suite do Rei chega-se à outra pequena sala em forma de ferradura que é o Gabinete Rosa. Este foi o único gabinete do Castelo de Linderhof que teve um uso específico e serviu como quarto de vestir do rei.

Os tecidos que cobrem as paredes e as cadeiras são todos em rosa. Pinturas em tons pastéis, de Albert Gräfle, foram colocados no centro dos painéis de parede, e retratam os membros da corte de Versalhes. Um deles é da Condessa Jeanne Marie Dubarry, amante de Louis XV.

Gabinete Rosa

A Sala de Jantar é o aposento que vem a seguir e fica localizada na parte leste do palácio, sendo flanqueada pelos gabinetes rosa e azul.

Esta sala é famosa principalmente por sua mesa, conhecida como "mesa dos desejos", ou em alemão Tischleindeckdich, a qual foi criada para que o Rei pudesse jantar ali sozinho.

Por meio de um mecanismo de manivela, a mesa pode ser baixada para a cozinha. É uma invenção francesa do século XVIII que permitiu que a sociedade da corte francesa permanecesse despercebida durante as suas ceias amorosas. Ludwig pegou a invenção por um motivo diferente. O que importava para o rei solitário não eram a exoticidade da invenção ou aventuras eróticas secretas, mas sim que suas refeições pudessem ocorrer sem que seus devaneios fossem perturbados pela criadagem. No entanto, a criadagem tinha que pôr a mesa para, pelo menos quatro pessoas, pois diz-se que o Rei costumava falar com pessoas imaginárias, como Louis XV de França, Madame de Pompadour ou Maria Antonieta, enquanto comia. Isso tanto é real que podemos observar que foram dispostos retratos dessas pessoas e outras nos gabinetes, além de cenas das suas vidas por todos os lados nas salas do palácios.

Theodor Hierneis, um dos cozinheiros do rei, relata esse hábito em suas memórias: “Ele (o rei) não quer ninguém perto dele (nas refeições). No entanto, os jantares sempre têm que ser grandes o suficiente para servir pelo menos três ou quatro pessoas. Desta forma, embora o rei sempre vá à mesa para comer sozinho, ele não se sente realmente sozinho nestes momentos. Ele acredita estar na companhia de Louis XIV, Louis XV e suas amigas Madame Pompadour e Madame Maintenon. Ele até os cumprimenta de vez em quando e continua conversando com eles como se realmente os tivesse como convidados à mesa ”.

A decoração da sala de jantar não poderia deixar de seguir o estilo rococó do resto do palácio, e o tom predominante é um lindo marsala que colore painéis e tapeçaria. Sobre a famosa "mesa dos desejos" uma peça de centro em porcelana de Meissen com flores chinesas.

E as esculturas em relevo dourado nas paredes retratam a jardinagem, a caça, a pesca e a agricultura, todas atividades estas que forneciam os produtos para a mesa real.

Sala de Jantar

Gabinete Azul é quarto e último dos pequenos gabinetes coloridos do Palácio Linderhof. É decorado com esculturas douradas em alto relevo e trabalhos de estuque combinando com as paredes e estofados com cobertura de seda em tom azul claro e cortinas em tom azul um pouco mais escuro. Os pastéis nos painéis mostram personalidades da corte francesa de Louis XV.

Gabinete Azul

A "Sala da Tapeçaria do Lado Leste" possui uma decoração interior que corresponde, até o último detalhe, à sua contraparte do lado oeste, inclusive quanto às falsas tapeçarias em estilo Gobelin. 

A pintura do teto com suas representações de Apolo e Aurora parece olhar para o leste em direção ao nascer do sol, e por isso simboliza a manhã, outro detalhe que se contrapõe por analogia à Sala de Tapeçaria Oriental, cujas pinturas simbolizam a noite.

As tapeçarias falsas retratam cenas das metamorfoses de Ovídio: "Diana e Endymion", "Boreas roubando Oreithyia", "O Triunfo de Baco" e "Europa e o touro". Estas são histórias com as quais o poeta celebra a Idade de Ouro, quando os deuses na terra seguiram suas aventuras de amor.

Os móveis são revestidos com tecidos da fábrica parisiense de gobelin e as cortinas, que apresentam o mesmo desenho, foram fornecidas em 1878 pelo artesão de móveis da corte alemã Theobald Bechler.

Sobre a lareira em mármore negro repousa um grupo de estatuetas em mármore branco, "As Três Graças" também de Theobald Bechler.

Sala de Tapeçaria do Lado Leste 

E por fim, chegamos à Galeria dos Espelhos. Dificilmente existe algum lugar ao longo das paredes desta sala que não esteja coberto por um espelho. O efeito da luz é fabuloso. O modelo que serviu de inspiração para a Galeria dos Espelhos é uma sala projetada por Cuvilliés, na Residenz de Munique. No entanto, os efeitos do espelho mágico foram muito mais avançados aqui. Onde quer que se olhe, há um novo reflexo.

Esta sala era usada pelo Rei como uma espécie de sala de estar. Ludwig II gostava de sentar-se em um canto, por vezes lendo ali durante toda a noite. Era comum que o Rei o usasse para dormir durante o dia e ficasse acordado durante a noite, vendo o reflexo das luzes das velas nos espelhos que criavam um efeito inimaginável para ele, muitas vezes evocando a ilusão de uma avenida sem fim.

Tudo nesta sala é muito opulento: os espelhos grandes e contínuos em todas as paredes; a mesa de centro com tampo com o brasão da Baviera, em mosaico de lápis-lazúli, ametista, quartzo e calcedônia; as lareiras com aquecimento central com chaminés de lápis-lazúli e decoradas com ornamentos em bronze dourado; os móveis ornamentados com folheado de jacarandá e figuras de bronze; o tapete de avestruz na frente da alcova; as belas esculturas em mármore Carrara; o candelabro de marfim com dezesseis braços; o lustre central de cristal vienense.

Sala dos Espelhos


O Parque do Palácio de Linderhoff

Mapa dos Parques (com legendas em português)


Os jardins que rodeiam o Palácio Linderhof são considerados uma das mais belas criações na história do desenho de jardins. O parque combina elementos formais do Estilo Barroco ou de jardins do Renascimento Italiano, com secções paisagísticas semelhantes ao Englischer Garten.

O arquiteto de jardins do rei Ludwig, Carl von Effner foi capaz de satisfazer plenamente as demandas do rei com seu talento para cenas de jardim coloridas, decorativas e eficazes. Pelos méritos do jardim em Linderhof, o rei recompensou seu arquiteto de jardim em 1877 com o prêmio de nobreza pessoal.

Mas os planos iniciais de projetar uma versão reduzida dos jardins de Versailles, não puderam ser realizadas neste estreito vale devido ao seu tamanho reduzido. 

Projeto Final dos Parques, datado de 1874

Mesmo enquanto ainda em fase de planejamento, Ludwig II fez inúmeras alterações, reformas e expansões em Linderhof e inicialmente nada havia além dos Parterre oeste e leste, em frente às salas de trabalho e jantar, respectivamente.

Em 1873, Ludwig II adquiriu a ilha de Herrenwörth, em Chiemsee, e realocou o projeto original inspirado em Versalhes para construir alí o seu terceiro castelo conhecido por Herrenchiemsee. Foi só então que o complexo de Linderhof e seus parques e jardins finalmente tiveram suas construções finalizadas e se tornaram o que conhecemos hoje.

Castelo de Herrenchiemsee

Os jardins de Linderhof se dividem em "Jardins Formais" e o "Parque Paisagístico" com uma área com cerca de 50 hectares, completamente integrado na paisagem alpina natural que o rodeia e várias edificações em estilos diferentes espalhados por toda a área.

Jardins Formais, visão aérea (foto Ric Ergenbright)

Novamente, por motivos textuais, vou dividir a narrativa começando com a apresentação e explicações dos "Jardins Formais".

Jardins Formais:

O palácio está rodeado por jardins formais subdivididos em quatro seções. Estas subdivisões estão decoradas com esculturas alegóricas dos continentes, das estações e dos elementos. E estão dispostas ao redor do palácio, cada uma delas em uma posição: norte, sul, leste e oeste.

A primeira seção é o "Parterre de Água", a área em frente ao Salão dos Espelhos, que geograficamente corresponde à parte sul do palácio e é um jardim geométrico dominado por uma grande piscina com uma fonte com um grupo de esculturas douradas chamadas "Flora e Putti" e cercado por sebes de choupo-branco. A fonte, operada apenas pela pressão natural, pode subir até 22 metros no ar.

Parterre d´Água

Fonte "Flora e Putti" e os "Jardim em Terraço"

Ludwig era fascinado por árvores. Por essa razão, uma árvore de lima alta, em alemão Königslinde, de 300 anos de idade, acabou permanecendo nos jardins formais, embora perturbando sua simetria. Imagens históricas mostram um lugar onde Ludwig costumava tomar seu "café da manhã" ao entardecer, escondido entre os galhos. Ao contrário do entendimento comum, a árvore não deu nome ao palácio. Ele veio de uma família chamada "Linder" que costumava cultivar a fazenda e que, durante séculos, estivera no local onde hoje fica o palácio de Linderhof.

Königslinde, a árvore de lima

Os "Jardins em Terraço" ficam mais ao sul do parterre de água. São três terraços na encosta conhecida como "Linderbichl" e foram projetados no estilo de jardim italiano. 

Os três níveis do Jardim em Terraço

Na base do primeiro patamar encontra-se a "Fonte de Naiade", feita em três níveis diferentes e com esculturas de ninfas da água. Entre as características decorativas estão dois leões de zinco fundido e nas escadas há inúmeros vasos de zinco fundido. Subindo as escadas, encontra-se o primeiro jardim com canteiros de flores ornamentais com pequenas fontes.

Fonte de Naiade

Jardim do Primeiro Terraço

Detalhes
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No patamar a escadaria entre o primeiro e o segundo terraço existe um arco com nicho semelhante a uma gruta, que pode-se ver o busto de Maria Antonieta de França. 

E no segundo terraço, novamente os jardins em estilo italiano com uma abundância de canteiros de folhagens e flores em tons de rosa e carmim, em um desenho geométrico.

Os dois primeiros terraços são coroados por um terceiro terraço, menor em tamanho mas que finaliza o paisagismo com um maravilhoso templo grego redondo com a estátua de Vênus, ladeada por dois putti. Um teatro foi originalmente planejado para este local.

Busto de Maria Antonieta

Jardim do Segundo Terraço

Templo de Vênus

A segunda seção dos Jardins Formais é o conjunto formado pela Cascata com a Fonte Netuno e o Pavilhão de Música. Localizadas atrás do Palácio e de frente para a Suite do Rei, as encostas íngremes no lado norte foram usadas para criar uma cascata que flui por 30 degraus de mármore e é decorada com vasos de pedra.

Vista da Cascata e o Palácio de Linderhof embaixo

Vista da Cascata, a Fonte Netuno e lá em cima o Pavilhão de Música

Flanqueando a cachoeira artificial existem pérgulas feitas com folhagens de lima e com figuras de pedra simbolizando os quatro continentes em cada extremidade. 

O final da cascata é formado pela fonte de Netuno jorrando água e um canteiro de flores em forma de um lírio. Já no topo da cascata existe um Pavilhão de Música.

A Fonte Netuno
As pérgulas
O Pavilhão da Música

Detalhe

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A terceira seção dos Jardins Formais é o Parterre Ocidental. Concluído em 1872 como o primeiro dos jardins do palácio, com seus canteiros coloridos, é dominado por duas figuras de fontes douradas. Canteiros de flores rasteiras são emoldurados por topiarias em forma de pirâmides, e desembocam numa pérgula oval de arcadas frondosas e decorada com estátuas de pedra que simbolizam as quatro estações do ano.

O Parterre Ocidental

No quadrifólio dos canteiros, existe uma fonte central com a belíssima escultura "Fama" que representa a Deusa da Fama com suas imponentes asas, um trabalho em zinco revestido a ouro de Franz Walker. Está ladeada por esculturas de Johann Nepomuk Hauttmann representando alegorias das estações do ano.

A Fonte "Fama" e as pérgulas ao fundo

Ao fundo, uma pérgula delimita o jardim e circula a segunda fonte chamada "Amor" e que representa o deus do amor, acompanhado por golfinhos. Esta área do jardim é particularmente encantadora, com os vasos de maiólica da Manufatura de Nymphenburg e um busto do rei Louis XIV da França, além das estátuas que representam as estações do ano.

A Fonte "Amor", as Pérgulas e duas estátuas das Estações do Ano.


Fonte "Amor"

Busto de Louis XIV

Detalhe

A quarta seção dos Jardins Formais é o Parterre Oriental, sendo que esta área de jardim é feita em três níveis com caminhos que levam a outros pontos paisagísticos. A influência francesa é perceptível principalmente nas esculturas e fontes ao longo de todo a jardim.

O Parterre Oriental

No centro do Parterre Oriental está localizada a belíssima escultura em pedra "Vênus e Adônis", obra de Johann Nepomuk Hautmann, circundada por canteiros de flores formando um desenho geométrico de uma flor de liz.

A escultura de "Vênus e Adônis"

Mais ao fundo do Parterre Oriental se encontra a fonte com a estátua dourada de "Cupido disparando uma Flecha", obra de Michael Wagmüller.

A Fonte "Cupido disparando uma Flecha"

Uma pequena escada leva a pequenas trilhas que levam ao segundo nível do Parterre Oriental e que são pequenos jardins paisagísticos com canteiros de flores rasteiras e topiarias, localizados aos dois lados do pavilhão.

Jardins Paisagísticos do Parterre Oriental 

Coroando o Parterre Oriental localiza-se um pavilhão de madeira contendo o busto de pedra do Rei Louis XVI da França

Busto de Pedra de Louis XVI



Parque Paisagístico:

Das áreas simétricas e bem divididas do jardim formal, parte-se para toda a imensa extensão do Parque Paisagístico de Linderhof. Um parque cênico leva à floresta adjacente de montanhas de abeto das montanhas Ammergau. Caminhos sinuosos e silenciosos conduzem alternadamente através de magníficos grupos de faias, carvalhos e limoeiros e prados abertos, oferecendo aos visitantes do parque uma variedade de paisagens variadas.

Parque Paisagístico do Castelo de Linderhof

O Parque Paisagístico cobre uma área com cerca de 50 hectares (125 acres) e está perfeitamente integrado na paisagem alpina natural que o rodeia. Existem vários edifícios, de diferentes aparências, situados no parque e trilhas que nos levam a cada um deles.

Trilhas do Parque

Para melhor explicar o Parque e a localização das diversas estruturas nele existente, vou fazer um passeio imaginário começando pela entrada. Para facilitar o entendimento, o melhor é acompanhar o trajeto no Mapa do Parque (no início do texto sobre os Jardins e Parques de Linderhof).

A primeira parada é a Ponte Velha que era a entrada original dos funcionários e hóspedes para o parque e o palácio.

Ponte Velha

Seguindo pela trilha da Ponte Velha, chega-se ao Lago dos Cisnes, que é um lago artificial, criado como um recurso de design no parque paisagístico. O cisne era o animal preferido de Ludwig II, que não poderia deixar de criar um espaço especial para eles em Linderhof.

Lago dos Cisnes

Pelo mesmo caminho, um pouco mais adiante encontra-se o Pavilhão Marroquino. O Pavilhão Marroquino foi concebido como pavilhão de venda para a Exposição Internacional de Paris em 1878, e adquirido no mesmo ano por Ludwig II, que o mandou colocar fora do recinto do parque, perto da fronteira da Alemanha com a Áustria e não longe da cabana de Königshäuschen.

A sua antiga situação, numa zona montanhosa e solitária do vale do Ammer, ia ao encontro das preferências do rei. Apesar de, após a sua morte, o pavilhão ter sido vendido a Oberammergau, voltou a fazer parte do parque do palácio de Linderhof em 1892.

Ao contrário dos restantes edifícios de inspiração oriental, como o Quiosque Mourisco ou o Salão Turco do Pavilhão de Caça de Schachen (casa de montanha de Ludwig nos alpes bávaros) que foram projetados por arquitetos europeus, o Pavilhão Marroquino é o único dos edifícios de Ludwig II importado do Oriente. O interior foi magnificamente redecorado ao gosto do soberano, em estilo oriental, muito em voga na época, para recriar os ambientes dos contos de fadas das noites árabes.

Pavilhão Marroquino

 Detalhes do interior
Detalhes do interior

Perto do Pavilhão Marroquinho fica a cabana Königshäuschen, a antiga cabana de caça do Rei Maximiliano II, pai de Ludwig II, e que já foi citada e explicada no começo desta apresentação sobre as origens do Castelo de Linderhof.

A cabana original localizava-se onde hoje se encontra o Palácio, que teve sua construção projetada, ampliada e reformada várias vezes ao redor da cabana, para que por fim, em 1874 fosse derrubado e reconstruído onde se encontra hoje. Na época servia como habitação e escritório de planejamento da construção do palácio e hoje é a sede de uma exposição permanente sobre a história da construção do castelo e do parque.

Königshauschen

Seguindo as trilhas do Parque, mas já nas proximidades do Palácio está localizado aquele que é o edifício mais antigo do complexo de Linderhof: a Capela de Santa Ana, construída em 1684 pelo abade Roman Schretler, de Ettal. 

O interior da pequena igreja, dedicado à mãe de Maria, foi redesenhado e equipado com vitrais sob supervisão de Ludwig II.

Fachada
Interior

A próxima atração e uma das que geram maior curiosidade é a Gruta de Venus. O edifício é totalmente artificial e foi construído para o Rei como uma ilustração do primeiro ato da opera "Tannhäuser" de Wagner, de quem era um profundo admirador e patrono.

Este cenário teatral natural foi construído entre 1876 e 1877 pelo escultor paisagista A. Dirigl, e foi iluminado por luzes de arco que iluminavam a gruta com cores que se iam alterando já naquela época. A eletricidade para isso foi gerada por 12 dínamos na casa de máquinas a 100 metros de distância, uma das primeiras obras de eletricidade realizados na Bavária. Estes dínamos foram os primeiros da Siemens-Schuckert.

A Gruta de Vênus apresenta um "trono real", uma rocha Lorelei e um barco dourado em forma de concha que era usado por Ludwig em passeios pela gruta com aquela atmosfera de sonho que ele tanto amava. 

Gruta de Vênus

Continuando pelas trilhas do Parque chega-se ao Quiosque Mourisco, pequeno edifício desenhado pelo arquiteto berlinense Karl von Diebitsch para a Exibição Internacional de Paris em 1867. Ludwig II queria comprá-lo mas foi ultrapassado pelo rei das estradas de ferro Henry Strousberg. Ludwig comprou o pavilhão depois da falência de Strousberg. 

A peça de mobiliário mais chamativa deste edifício é o trono em forma de pavão. E também um espetacular lustre de vidro e uma fonte de mármore. Ali ele leu e bebeu chá, enquanto criados apropriadamente vestidos com trajes orientais e fumando narguilhes davam um toque adicional de autenticidade.

Quiosque Mourisco

Trono do Pavão
Lustre de Vidro
De volta às trilhas, mas já no extremo lado ocidental do parque encontra-se a Cabana de Hunding. Este edifício, originalmente construído em 1876 no sopé do Kreuzspitze, a montanha mais alta da região bávara dos Alpes Ammergau, foi inspirado na habitação de Hunding no primeiro ato do "Walküre" do "Ring des Nibelungen" de Richard Wagner. 

Em 1884 foi destruída pelo fogo e reconstruída no mesmo lugar e na mesma forma vários meses depois. Em 1945, ela incendiou-se novamente e foi reconstruída em outra parte do parque em 1990. Inicialmente, foi planejado para reconstruí-la em sua localização original, mas várias razões, incluindo a proteção da natureza, impediram a realização deste projeto. O novo edifício foi feito a partir dos planos originais, esboços e gravuras que foram preservados e os mais antigos datados de agosto de 1876. Uma árvore está novamente no centro da cabana cujas dimensões são 17,70 x 10 m. Conforme planejado nos planos originais do arquiteto da corte Georg Dollmann, um pequeno lago artificial foi cavado em frente à cabana. 

Cabana de Hunding

Interior da Cabana de Hunding

Bem perto da Cabana de Hunding localiza-se o Ermitério Gurnemanz, o último dos edifícios do Parque Paisagístico de Linderhof. Foi construído tendo como inspiração a cabana do eremita do terceiro ato da ópera de Wagner "Parsifal" e originalmente construído perto da cabana de Hunding.

Ludwig II vinha até aqui, todos os anos na Sexta-Feira Santa, para ficar simplesmente em contemplação. Para este dia queria um prado florido. Se tal prado ainda não existia devido à neve, o diretor do jardim tinha que plantar um para o Rei. Na década de 1960, ele caiu em ruínas e foi reconstruído entre 1999 e 2000 com a ajuda de doações privadas.

Ermitério de Gurnemanz

E já no final das trilhas, o Portão Antigo, ou como também é conhecido Portão Proibido. Esta entrada era reservada exclusivamente ao rei e conduzida por uma ponte de madeira sobre o rio Linder até a estrada para Ettal. 

Portão Proibido

Com seus parterres de inspiração francesa, os jardins renascentistas italianos, suas espetaculares fontes, estátuas e vasos, juntamente com o parque paisagístico, pode-se dizer que o jardim e o parque em Linderhof são um dos principais exemplos de jardinagem da história.

É claro que o rei Ludwig II exigiu de seus arquitetos a conclusão mais rápida possível das instalações. Para um transporte mais rápido de materiais de construção, os técnicos instalaram especialmente uma pista e, às vezes, até 180 trabalhadores lotaram o canteiro de obras em Linderhof. Até mesmo as árvores do parque foram estimuladas a crescer mais rapidamente com a fertilização vigorosa de até 100 carcaças de esterco de vaca a cada ano. Em 1880, o jardim e o parque Linderhof foram finalmente concluídos.

Custos

Entre 1863 e 1886, foi gasto um total de 8.460.937 de Marcos Alemães na construção de Linderhof. Uma moeda de '20 Marcos' em ouro, de 1890, continha 0,2304 onças troy (medida para pesar metais preciosos) de ouro. Deste modo, 8.460.937 Marcos corresponderia a 97.470 onças de ouro, o que, aos preços atuais do ouro (Março de 2007), equivaleria aproximadamente a $ 63.355.496 de Dólares Americanos.

Para finalizar mais algumas fotos do passeio pelo Palácio de Linderhof e pelas construções dos Jardins Formais e do Parque Paisagístico.

A Fonte com seu jato de 25 metros
O Parterre d´Água

Ao fundo os Jardins em Terraço
A Königslinde
A Fonte de Netuno
O Quiosque Mourisco

E por fim, se você for visitar o Castelo de Linderhof no final de agosto não pode perder um evento incrível, conhecido como "König Ludwig Feuer" ou o "Fogo do Rei Ludwig". O costume ocorre desde 1888, dois anos após a morte do rei Ludwig e acontece todos os anos, na véspera do aniversário do Rei, no dia 24 de agosto.

O rei Ludwig II amava Oberammergau e o povo de Oberammergau o amava e celebra sua vida desde àquela época. E como parte da cerimônia de comemoração, fogueiras são acesas nos picos das montanhas ao redor da aldeia depois de escurecer. O centro do evento é a montanha Kofel de Oberammergau. Há onze grandes pilhas de madeira dispostas no Kofelfleck, de modo que, após a sua iluminação, uma grande cruz de fogo é visível. No cume, uma coroa real de cerca de oito metros de altura é incendiada. Outros picos e lugares onde queimam madeira e tochas (sob a forma de pilhas de madeira, cruzes e as iniciais "L" e "II") são: Wiesmahd, Hebamsberg, Rappenkopf, Laberköpferl, Laber e Aufacker.
As fogueiras são acendidas por volta das 21:00. Enquanto o fogo está queimando, uma banda de metal no Kofelfleck toca, entre outras coisas, o hino bávaro.
König Ludwig Feuer
A Coroa de Fogo
A Cruz de Fogo

Ainda na região do Palácio de Linderhof, é interessante conhecer o Geigenbaumuseum, o Museu da Construção de Violinos, em Mittenwald, que fica a 40 km de distância e vale a pena a visita se você tiver um tempinho sobrando. O museu de criação de violinos foi fundado em 1930 e, desde 1960, está situado em uma das casas mais bonitas e antigas de Mittenwald. A exposição mostra mais de trezentos anos da tradição e arte da confecção de violinos, ligados à história local.

A ênfase da coleção de instrumentos de alta qualidade está na confecção do violino barroco de Mittenwald. É claro que a história do violino durante os séculos XIX e XX também é contada nas apresentações do museu. Amostras de audição, filmes históricos sobre a confecção de violinos, workshops de espetáculos históricos e exposições especiais fazem a visita ser variada. 

Aberto em todas as férias escolares e nos feriados de Natal, Carnaval e Páscoa, desde o início de maio até o final de outubro todas as sextas-feiras, das 14h às 17h.

Museu de Violinos Geigenbaumuseum
Detalhe do interior

Ao final da tarde, seguimos em direção à Oberammergau, última parada desta parte do meu tour. 

Esta localidade é conhecida principalmente pelas representações da Paixão de Cristo. Em 1633, durante uma epidemia de peste, os habitantes de Oberammergau juraram levar a cabo uma encenação periódica da Paixão de Cristo se fossem protegidos da doença. Este fato foi a origem da hoje mundialmente famosa tradição, realizada pela primeira vez em 1634. A encenação é realizada a cada dez anos, com participação de até 2000 habitantes da localidade. A próxima está agendada para 2020.

A Paixão de Cristo

Desde 1953 existe em Oberammergau uma escola militar da OTAN que oferece cursos nas áreas de serviços secretos, logística e operações. Aí ficava localizada também a Organização Gehlen, fundada em 1946, pelas forças de ocupação na zona americana da Alemanha.

Oberammergau é ainda conhecida pela alta qualidade e quantidade de afrescos nas fachadas de várias das suas casas, pintadas com motivos religiosos ou de contos de fadas, conhecidos pelo nome alemão de "Lüftlmalerei" e que são comuns na Alta Baviera. 

A palavra "Lüftlmalerei" parece ter origem na casa "Zum Lüftl" em Oberammergau, que era a residência do pintor de fachadas Franz Seraph Zwinck (1748-1792).










Oberammergau tem também uma longa tradição na escultura de madeira. As ruas contêm dezenas de oficinas que vendem imagens religiosas, relógios, brinquedos e peças humorísticas. Além disso, fabricam-se localmente os típicos chapéus bávaros. Mas eu já tinha comprado mil lembrancinhas, até um relógio cuco, então, decidi ver as lojas de roupas e foi aqui que comprei uma linda parka rosa antigo, pra me proteger da sempre constante chuva alemã... e só pra constar, tenho essa parka até hoje, inteirinha!!!
Loja de Relógios
Loja de Artesanatos Diversos
O turismo é a principal atividade econômica da localidade, sendo um ponto turístico quase obrigatório para os turistas que visitam o palácio de Linderhof e o Mosteiro de Ettal, que ficam a curta distância.



Já no começo da noite voltamos para Munique e ficamos hospedados no Hotel Maritim, perto da estação de trem... um luxo de hotel!!

À noite, uma parte do grupo foi ver o show do Hofbrauhaus... me diverti mucho!!! Ou como se diz em alemão: "Ich hatte viel Spaß"!!!

Hofbrauhaus
Detalhe do Interior

O show foi demais!!!! Teve uma cantora chamada Lissi com uma voz super afinada fazendo aqueles "tiroleisííííííí".... teve show de dança e uma das dançarinas era uma gordinha igual a Miss Pig, uma figura!!!! E não parou por aí... teve apresentações típicas alemãs: das colheres, dos chicotes, dos chapéus, das lenhas... uma pena que nessa época os celulares ainda não tinham máquinas fotográficas, porque seriam vários videos para ilustrar...

Show de Cornetas
Show de Dança
Show de Sinos
A turma reunida
A turma reunida
Todos jantamos uma sopa com massinhas à base de cerveja (Altdeutsche Biersuppe), pernil de porco com repolho (Sauerkraut), um nhoque gigante de batata (Knödel) e pra finalizar de sobremesa um Apfeltrudel ma-ra-vi-lho-so!!! E óbvio, tudo isso regado com 1 litro de cerveja pra cada um...
Sopa de Cerveja
Pernil com Chucrute
Knödel


Apfelstrudel


A cerveja nossa de cada dia

Depois do jantar "diet" (kkkkkk) e de todas as excursões que fizemos durante o dia, ainda sobrou energia para dançarmos um montão... até a dança das galinhas!!!! Me diverti às pampas com as duas velhinhas argentinas, a Stella e a Tutti, e a perua americana que esqueci o nome... fizemos trenzinho, ciranda, enfim parecíamos crianças, eu e as três velhinhas!!!

Voltamos para o hotel em petição de miséria e "poft" na cama!!!




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