Casa de Wittelsbach



*** CASA DE WITTELSBACH ***


A Família que marcou a história da Baviera

Durante a elaboração dos textos sobre a Residenz de Munique quase fiquei louca... kkkkk... Vou explicar: eu sou super perfeccionista e adoro história... quando escrevo um texto eu gosto de checar várias vezes pra ver se faz sentido, se os dados estão corretos e tal... Aí, enquanto eu pesquisava e escrevia percebi o tanto de Maximilians, Ludwigs, Josephs, Alfreds... ou então eram vários eleitores, duques e reis com o mesmo nome...

Percebi que ao longo da história da Residenz de Munique, vários membros da Casa de Wittelbach fizeram parte de sua construção, reforma, ampliação, reconstrução e por aí vai... e invariavelmente os nomes eram sempre os mesmos... aí deu nó nos 2 neurônios loiros!!! Como é que o Maximilian, pai de Ludwig II que viveu em meados de 1800 aparece no século X??? E porque é que o Maximilian I Joseph na verdade é o Maximilian IV Joseph??? Real... deu tilt... 

Então, vi que precisava de um norte... longe de mim fazer uma página sobre a história dessa família que foi tão representativa na Baviera e na Alemanha... mas resolvi pelo menos fazer um resumão grandão... rsrsr... um breve resumo não vai funcionar, já tentei... kkkkk

Então, vamos lá, senta que a conversa vai longe... 

A Casa de Wittelsbach é uma família real européia e uma dinastia alemã da Baviera, sendo que suas origens remontam à Idade Média. Nenhuma dinastia alemã é igualada em importância no seu país quanto os Wittelsbacher. Não é de admirar já que governaram continuamente a Baviera desde 1180: primeiro como duques, depois como eleitores, depois como reis.

Mesmo que a maioria das pessoas associe os Wittelsbacher à Baviera, sua ocupação territorial se estendia muito além da Baviera em si. A dinastia Wittelsbach governou os territórios alemães da Baviera de 1180 a 1918 e o eleitorado do Palatinado de 1214 a 1805, tendo também governado outros territórios para além da própria Alemanha.

Mapa das Regiões da Alemanha hoje

A cidade bávara de Munique foi fundada em 1158 pelo Duque Heinrich, o Leão, da Casa de Guelph, ao lado da ponte construída sobre o rio Isar para o transporte do importante comércio medieval de sal. Os terrenos eram propriedade de uns monges e, por conta disso, recebeu o nome de Munchen. 

O Duque Heinrich lutou pelo poder com Frederico Barbarossa, sendo derrotado e perdendo o controle da recém-fundada cidade. 

Em 1180, Frederico Barbarossa entregou Munique a um de seus vassalos, o Duque Otto de Wittelsbach. Com Otto, tem início a dinastia Wittelsbach que governaria a Baviera durante dez séculos, até o final da Primeira Guerra Mundial.

Em 1254, a família Wittelsbach estabeleceu a residência de seu ducado em Munique. Com a morte do duque Otto II, seus filhos dividiram os bens de Wittelsbach entre eles, sendo que Heinrich XIII (não é o mesmo que fundou Munique) tornou-se Duque da Baixa Baviera e Ludwig II (também não é o mesmo que construiu Neuschwainstein), duque da Alta Baviera e conde Palatino do Reno. Dá pra perceber nesse parágrafo como pode ser confuso entender a história da Baviera... kkkkkkk

Quando o ramo de Heinrich morreu em 1340, o então Imperador Ludwig IV, filho do Duque Ludwig II, reuniu o ducado.

A família forneceu dois imperadores romanos sagrados: Ludwig IV (1314–1347) e Carlos VII (1742–1745), ambos membros do ramo bávaro da família e um rei alemão com Rupert do Palatinado (1400–1410), membro do ramo do Palatinado.

Ludwig IV
Carlos VII

A Casa de Wittelsbach se dividiu nesses dois ramos em 1329. Sob o Tratado de Pavia, o Imperador Ludwig IV concedeu o Palatinado, incluindo o Alto Palatinado da Baviera, aos descendentes de seu irmão Duque Rudolf, os seus filhos Rudolf II, Rupert I e Rupert II. Rudolf I tornou-se assim o ancestral da linha mais antiga (palatinado) da dinastia Wittelsbach, que voltou ao poder também na Baviera em 1777 após a extinção da linha mais jovem (bávara), descendente de Ludwig IV. Assim, se um ramo morrer, uma lei de herança mútua estava acordada para que o outro ramo continuasse governando nos territórios e a família teria assim uma continuidade garantida.

Ramo da Baviera

O ramo da Baviera manteve o ducado da Baviera até sua extinção em 1777.

O Imperador Ludwig IV, da casa Wittelsbach, estendeu seus domínios adquirindo várias propriedades em Brandenburg, Tirol, Holanda, Zelândia e Hainaut e também liberou o Alto Palatinado para o ramo palatinado dos Wittelsbach em 1329. 

Seus seis filhos o sucederam como Duques da Baviera e Condes da Holanda e Hainaut em 1347. Os Wittelsbach perderam o Tirol com a morte do duque Meinhard que foi finalmente renunciado em favor dos Habsburgos em 1369. Em 1373 Otto, o último regente Wittelsbach de Brandemburg, liberou a região para a Casa de Luxemburg. Com a morte do duque Albert em 1404, ele foi sucedido na Holanda por seu filho mais velho, William. No entanto, com a morte de William em 1417, uma guerra de sucessão eclodiu entre seus herdeiros. Este último episódio de guerras finalmente deixou os condados nas mãos da Borgonha em 1432. 

Estritamente católicos, os duques da Baviera se tornaram líderes da Contra-Reforma Alemã. De 1583 a 1761, o ramo bávaro da dinastia forneceu os príncipes eleitores e arcebispos de Colônia e muitos outros bispos do Sacro Império Romano. Os príncipes de Wittelsbach serviram, por exemplo, como Bispos de Regensburg, Freising, Liège, Münster, Hildesheim, Paderborn e Osnabrück, e como Grão-Mestres da Ordem Teutônica.

Em 1623, sob Maximiliano I, os duques da Baviera foram investidos da dignidade eleitoral e o ducado tornou-se o eleitorado da Baviera. Seu neto Maximiliano II Emanuel, eleitor da Baviera, também serviu como governador dos Países Baixos dos Habsburgo e como duque do Luxemburgo. Seu filho, o Imperador Carlos VII, também foi rei da Boêmia. Com a morte de Maximilian III Joseph, filho de Carlos e eleitor da Baviera, o ramo da Baviera morreu em 1777.

Ramo do Palatinado 

O ramo do Palatinado do Reno manteve o Palatinado até 1918, tendo anexado também a Baviera em 1777, quando da morte do último descendente daquela linha sucessória. Os seus governantes exerceram a função de príncipes-eleitores do Sacro Império Romano-Germânico a partir de 1356 e também como bispos do Império, eleitores-arcebispos de Mainz e eleitores-arcebispos de Trier.

O Eleitorado do Palatinado foi um território muito maior do que aquele que mais tarde ficou conhecido como o Palatinado Renano ou Rheinpfalz, na margem ocidental do rio Reno, e constitui atualmente a região do Palatinado no Estado federal alemão da Renânia-Palatinado. O Eleitorado do Palatinado incluía também o território situado na margem oriental do Reno, contendo as cidades de Heidelberg e Mannheim.

A partir de 1410, as terras do Palatinado começaram a se dividir em vários ramos da família, como Neumarkt, Simmern, Zweibrücken, Birkenfeld, Neuburg e Sulzbach. Isso fez com que os limites do Palatinado estivessem sempre em constantes alterações, pelos mais variados motivos: de ordem política, questões religiosas, demarcações ou conquistas geográficas, acordos e tratados, conflitos e guerras internas, ou ainda por uniões de casamentos, heranças ou pelo fim da linhagem de uma família.

Após a extinção do ramo da Baviera em 1777, uma disputa sucessória e a breve Guerra da Sucessão da Baviera, o ramo do Palatinado-Sulzbach sob o comando do eleitor Carlos Teodoro, ou Karl Philipp Theodor em alemão, conseguiu também a Baviera e se firmou no comando.

Com a morte de Carlos Teodoro em 1799, todas as terras de Wittelsbach na Baviera e no Palatinado foram reunidas sob Maximilian IV Joseph, um membro do ramo Palatinate-Zweibrücken-Birkenfeld. Na época, havia dois ramos sobreviventes da família Wittelsbach: Palatinado-Zweibrücken, chefiado por Maximilian IV Joseph e Palatinado-Birkenfeld, chefiado pelo conde Palatino William. 

Maximilian IV Joseph herdou o título de Eleitor da Baviera por Carlos Teodoro, enquanto William foi compensado com o título de Duque na Baviera. Maximilian Joseph assumiu o título de Rei como Maximilian I Joseph em 1º de janeiro de 1806. O novo rei ainda serviu como príncipe eleitor até que o Reino da Baviera deixou o Sacro Império Romano em 1º de agosto de 1806.

Percebe a confusão aí em cima??? Maxilimilian I Joseph e Maximilian IV Joseph são a mesma pessoa, só com a mudança de numeração quando assumiu o título de Rei... é pra pirar na batatinha ou não????

Maximilian I Joseph

Reino da Baviera, 1806–1918 

Sob os descendentes de Maximilian, a Baviera se tornou o terceiro estado alemão mais poderoso, atrás apenas da Prússia e da Áustria. Era também de longe o estado secundário mais poderoso. Quando o Império Alemão foi formado em 1871, a Baviera se tornou o segundo estado mais poderoso do novo império, depois da Prússia. Os Wittelsbach reinaram como reis da Baviera até 1918. Em 12 de novembro de 1918, Ludwig III emitiu a declaração Anif, em alemão Anifer Erklärung, no Palácio Anif na Áustria, em que libertou seus soldados e oficiais de seu juramento de lealdade a ele e terminou o governo de 738 anos da Casa de Wittelsbach na Baviera.

Atividades durante o regime nazista, 1933-1945 

Durante a Segunda Guerra Mundial, os Wittelsbach eram anti-nazistas. A família inicialmente deixou a Alemanha se estabelecendo na Hungria, mas acabou sendo presa. Os membros da família passaram algum tempo em vários campos de concentração nazistas, incluindo Oranienburg e Dachau.

Reinar fora do Sacro Império Romano 

A Casa de Wittelsbach era tão poderosa e tão ramificada que tinha vários ramos da família espalhados em países e territórios além da Baviera e do Palatinado. 

Por exemplo, o duque Otto III do ramo da Baviera, que era neto materno de Béla IV da Hungria, foi eleito Rei da Hungria e da Croácia fazendo com que a dinastia Wittelsbach chegasse ao poder fora do Sacro Império Romano pela primeira vez.

Ou ainda, as famílias Neumarkt e Zwibrücken do ramo do Palatinado tiveram membros em posições de destaque na Dinamarca, Suécia e Noruega. O próprio irmão do Rei Ludwig II (esse sim, o rei que construiu Neuschwanstein), Otto da Baviera, foi eleito Rei da recém-independente Grécia em 1832 e foi forçado a abdicar em 1862.

A Casa de Wittelsbach hoje

O último Rei da Baviera foi Ludwig III que abdicou em 1918.

A casa real não foi somente a soberana do seu estado natal, mas deteve outros títulos nobiliárquicos, entre alguns de seus principais, estavam o de Eleitor do Palatinado, parte do Sacro Império Romano-Germânico.

O relacionamento de mais de 800 anos da família com o estado da Baviera foi dissolvido oficialmente no final da monarquia em 1918, mas os laços mútuos, a apreciação e o carinho não terminaram. Por onde você andar pela Baviera encontrará inúmeras referências e apreço à essa família.

Nos dias de hoje, o chefe da família desde 1996 é Franz Bonaventura Adalbert Maria Herzog von Bayern e é o atual pretendente ao título de Duque da Baviera e chefe da Casa de Wittelsbach, a antiga família real do Reino da Baviera.

Tal como sua família, pela sua discordância com o nazismo foi prisioneiro em vários campos de concentração incluindo Oranienburg e Dachau. Atualmente a sua residência oficial e chancelaria é no Palácio Nymphenburg.

No entanto, por motivos particulares e de saúde é o seu irmão Max Emanuel da Baviera o herdeiro presuntivo dos referidos títulos e representatividades reais.

Franz Bonaventura
Max Emanuel

Árvore Genealógica

A árvore genealógica é tão grande, ramificada e complexa que é difícil representá-la como um todo, a imagem abaixo resumo somente a representação das linhas principais. Infelizmente essa foi a única árvore genealógica que consegui encontrar na internet, que é um pouco confusa... Ela tem algumas denominações em inglês e onde deveria estar marcado o nome original em alemão, foi colocado o nome em francês ou inglês... por isso onde seria Ludwig está marcado como Louis, o que gera confusão com os reis franceses... onde seria Heinrich está marcado Henry... onde seria Karl Theodor está marcado Charles ... não é à toa que a gente confunde tudo!!! E se você observar, deve ter 25 Ottos, 34 Ludwigs e 21 Maximilians... aí fica difícil!!! kkkkk


Árvore Genealógica da Casa de Wittelsbach
(clique com o botão direito em Abrir Imagem em uma Nova Janela para ver ampliado)




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