Luxemburg / Cochem / Köln



*** Luxemburgo / Colônia ***
17 de Junho de 1997


Terça-feira, 17 de Junho de 1997

Tomamos o café da manhã em Trier e logo cedo seguimos viagem com direção à Luxemburgo, um mini país que parece ter saído de um conto de fadas, paraíso das compras e sede da Justiça da Comunidade Européia. 

Fundada em 963, Luxemburgo tornou-se um grão-ducado em 1815, mas perdeu mais da metade de seu território para a Bélgica em 1839. Hoje é considerado um país neutro e independente, além de paraíso fiscal.

Luxemburgo tem aproximadamente 500 mil habitantes e está localizada entre a Alemanha, Bélgica e França. Aliás, em Luxemburgo se fala luxemburguês, francês e alemão. É membro fundador da União Europeia, OTAN, Nações Unidas e da União da Europa Ocidental.

Foi historicamente habitada por tribos francas e posteriormente foi incorporada ao Sacro Império Romano-Germânico de Carlos Magno. No ano de 963 o conde de Ardennes fundou o país, que décadas mais tarde ganharia independência como um grão-ducado. Entre idas e vindas de dominantes, o país estabeleceu em 1948 uma união alfandegária com Bélgica e Holanda, que ficou conhecida como Benelux. Hoje Luxemburgo é membro da União Europeia e um centro financeiro importante, apesar de existirem suspeitas de ser um facilitador para o crime de lavagem de dinheiro. A maioria das instituições da Comunidade Europeia são construções ultra modernas, localizadas fora da cidade.

Como a maioria das cidades europeias, grande parte dos edifícios históricos e atrações turísticas fica próximo a mais importante praça do centro, que no caso de Luxemburgo é a praça Guillaume II.

A praça é linda, de um lado fica o Grande Palácio Ducal, que é a residência oficial do grão-duque de Luxemburgo para o exercício de suas funções como Chefe de Estado desde 1890.

Na mesma praça estão localizados o prédio da Prefeitura, a Igreja de Notre Dame (não tão maravilhosa como sua homônima francesa) e acontece também o mercado de flores e frutas ao ar livre.

Praça Guillaume II
Grande Palácio Ducal
Mercado ao Ar Livre
Prefeitura

Catedral Notre Dame
Estátua Equestre do Gran Duque

O ponto alto da visita a Luxemburgo são as Casamatas de Bock e do Pétrusse, túneis e corredores de pedras que serviram de refúgio em conflitos ao longo da história. 

Vamos começar do começo: a cidade de Luxemburgo está localizada no alto de um promontório com vistas para vales profundos e desfiladeiros, que constituíram a chave para a defesa da cidade durante séculos. A cidade inteira é rodeado por um fosso imenso, utilizado antigamente para defender a cidade e é toda ligada por pontes... são mais de 100 pontes!!!

As casamatas foram construídas em 1644, na época da dominação espanhola, sob a antiga Fortaleza de Luxemburgo e atingiram 23 km de comprimento, mas foram ampliadas para 40 km por Vauban, famoso engenheiro militar francês e construtor de fortalezas e também pelos austríacos no século XVIII. Tinham capacidade para acomodar 50 canhões e uma guarnição de 1.200 homens. Além disso, eles tinham instalações subterrâneas para equipamentos de habitação e cavalos, bem como oficinas, cozinhas, padarias e matadouros. 

As passagens defensivas subterrâneas foram feitas em diferentes níveis e atingem 40 metros de profundidade no vale. Caso fosse invadida, nos mais profundos túneis havia bombas para serem detonadas matando a todos que estivessem na fortaleza. São essas impressionantes obras de defesa que conferiram a Luxemburgo o nome de "Gibraltar do Norte".

Grande parte das cavernas foram destruídas em 1867 (a destruição levou 16 anos) devido a um tratado de neutralização de Luxemburgo. Por sorte parte do complexo não podia ser destruída ou afetaria a estrutura da cidade e foi preservado. Após o desmantelamento da fortaleza, em 1867, ao todo 17 km das casamatas foram poupados e deixados em boas condições. 

Em 1933, as casamatas do Bock foram abertas ao público. Durante a Segunda Guerra Mundial, elas foram usadas como um abrigo de bomba capaz de acomodar até 35 mil pessoas. 

Em 1994, as casamatas foram adicionadas à lista de locais de Patrimônio Mundial da UNESCO, atraindo cerca de 100.000 visitantes por ano.

Outra coisa interessante deste lado da cidade é poder admirar o que resta da grande muralha que no século XII protegeu a cidade dos ataques estrangeiros. A cidade foi praticamente construída em cima de uma muralha. É uma montanha de rocha vermelha, cuja base praticamente encontra o rio, que corre aos seus pés. Na muralha pode-se observar buracos, esculpidos na rocha, que eram as entradas das casamatas. 

A cidade vista das casamatas

O vale

Uma das janelas das casamatas

A muralha


Os túneis


Um dos canhões
As janelas das casamatas
A muralha
Mais túneis

A muralha

Outra visão da muralha

As janelas vistas de fora


Infelizmente ficamos poucas horas, pois Luxemburgo era um opcional no nosso pacote turístico e o passeio foi muito breve. A cidade é linda, organizada e vale a pena um passeio mais demorado para ver todos os entornos, as muralhas, o vale e os jardins do Rio Pétrusse, que corta a cidade.

Seguimos a viagem pelo Vale do Rio Mosel, cheia de aldeias pitorescas em suas margens. Essa é a mais antiga região vinícola da Alemanha e a maior região do mundo com cultivo de vinho em encostas. O clima dessa região é excelente para as uvas, e por isso os vinhos produzidos na região do Mosel estão entre os melhores vinhos brancos do mundo. Vale a pena comprar algumas garrafas para ir degustando durante a viagem... rsrsrsr


O vale do Rio Mosel
Plantações de uva
A estrada margeando o rio

Pequenas aldeias às margens


Cada uma mais linda


Vontade de parar em todas!!


Nossa excursão parou em Cochem, uma pequena cidade com aproximadamente 5 mil habitantes, fundada em 886 e que poderia ser o cenário perfeito para um conto de fadas, com seu castelo ao alto de uma colina e suas ruas e vielas. Uma graça!!!

A pequena cidade tem três portas fortificadas, pitorescas vielas estreitas e belas casas em enxaimel e é mais conhecida por suas aconchegantes tabernas de vinho e passeios ribeirinhos. Cochem é favorecida pelo clima mediterrâneo com dias ensolarados e mornos sobre uma estação de 9 meses com verões quentes e suaves.

A maior atração da cidade é o Castelo de Reichsburg, construído no século XI e localizado em uma colina acima da cidade de Cochem. Diz-se que o castelo foi construído pelo Conde Ezzo e servia para a identificação e cobrança dos navios mercantes que navegavam no rio.

Em 1151 o Rei Konrad III ocupou o castelo com suas tropas e o transformou eu um feudo imperial. O castelo trocou de mãos várias vezes durante os séculos, foi ampliado e fortalecido, até que em 1689 o castelo foi incendiado e destruído.

O castelo permaneceu em ruínas por quase dois séculos, quando um homem de negócios, Louis Ravené comprou as terras do castelo e as ruínas, reconstruindo com esmero e incorporando partes góticas à estrutura original do castelo.

O castelo ainda está equipado com mobiliário barroco e renascentista, que foram colecionados pela família Ravené.

Em 1978, o castelo passou a pertencer à cidade de Cochem.


O castelo de Reichsburg ao fundo
O castelo visto mais de perto
As ruelas de Cochem


À beira do rio

Portão Fortificado
As casas enxaimel
A praça principal

Cada viela um surpresa


Um conto de fadas!!!    


Já no final da tarde, seguimos para Colônia, onde iríamos pernoitar. Foi só o tempo de dar uma passada na famosa Catedral de Colônia, ou Köln em alemão, e que é impressionante pelo seu tamanho e beleza.

Ficamos pouco tempo em Colônia, mas pesquisei algumas dicas interessantes para quem vai ficar alguns dias na cidade.

Colônia é a quarta maior cidade alemã, um dos mais importantes portos fluviais alemães e considerada a capital urbana, econômica, cultural, administrativa e histórica da região da Renânia.

De colonização romana, possui muita história. O povo de Colônia é muito alegre e multi-cultural, sendo chamada de a mais brasileira das cidades alemãs, não somente pela maior quantidade de brasileiros em uma cidade na Alemanha, como também pelo seu Carnaval, o maior do país.

A principal atração turística da cidade é a Catedral de Colônia, ou em alemão Kölner Dom. Uma construção gigantesca, que demorou séculos para ser construída no estilo gótico e que “resistiu” aos bombardeios aliados durante a Segunda Guerra Mundial (sete bombas atingiram a Catedral mas não foram capazes de abalar sua estrutura).

Suas gigantescas torres de 157 metros são as segundas maiores da Europa (perdendo apenas para a de Ulm, também na Alemanha). Nela acredita-se que estão guardados desde o final do século XII, graças ao Kaiser Friedrich Barbarossa, os restos mortais dos 3 Reis Magos. E também  o Crucifixo de Gero, que é possivelmente a mais antiga representação de Jesus Crucificado, produzida ao norte dos Alpes. É uma obra otoniana, datada de c. 965-970, e está em exposição na Catedral de Colônia, desde sua criação, sendo muito venerada e objeto de peregrinações. 

Todas estas obras e relíquias tem atraído peregrinos e turistas desde a Idade Média para a cidade. A visitação é gratuita mas pode-se também fazer uma visita guiada paga.

Kölner Dom

Outra grande atração de Colônia é o prédio Köln Triangle que oferece uma vista muito bonita da cidade, talvez mais bonita até que a da catedral, por estar do outro lado do Rio Reno. Foi inaugurado em 2006 e tem 29 andares nos seus 103 metros de altura. Foi construído para ser sede da European Aviation Safety Agency (EASA), mas eles também tiveram a brilhante ideia de incluir um mirante no seu ultimo andar. O mirante, chamado de Panorama, pode ser visitado todos os dias, inclusive em feriados.

Köln Triangle

Outro lugar incrível e que fica ao lado da Catedral é o Römisch-Germanisches Museum, o Museu Romano-Germânico. Como Colônia foi fundada pelos romanos, em todo lugar que se escavava se encontravam ruínas e restos arqueológicos da época, que estão reunidos nesse museu. Ao lado dele, você encontra o Ludwig Museum, que possui diversas obras de arte.

Römisch-Germanisches Museum

Visita imperdível é o Museu do Chocolate ou Schokolade Museum da Lindt. Localizado no centro e próximo ao Reno (10 minutos a pé da Catedral) mostra a história do chocolate, como o chocolate Lindt é fabricado, tem um local para degustação e no final uma loja com chocolates da marca. O preço do chocolate, em geral, é mais barato que o do supermercado, mas se você resolver ir para Aachen, não deixe de visitar a Fábrica da Lindt, onde existe realmente uma mega-loja da Lindt com descontos muito interessantes.

Museu do Chocolate

De lá faça um passeio a pé até as margens do rio Reno e encontre a Hohenzollerbrücke, uma grandiosa ponte que cruza o Reno. Esta ponte está cheia de cadeados aliás foi aqui que surgiu esta tradição muito difundida na Europa, onde os casais colocam um cadeado em uma ponte e jogam a chave no Rio. 

Hohenzollerbrücke

Os cadeados da ponte

Colônia é ainda conhecida pela Água de Colônia. Você encontrará várias lojas da famosa marca 4711 nas proximidades da Catedral e, é claro, no Museu do Perfume. Aqui você encontra a primeira marca original chamada Farina e também a 4711 que é a mais conhecida atualmente.

Museu do Perfume

Um pouco mais distante da Catedral, fica uma outra igreja que também se destaca na paisagem de Colônia, que é a Gross Sankt Martin Kirche, a Grande Igreja de São Martin, que possui um presbitério triangular e uma enorme torre que se vê de várias partes da cidade. Foram descobertas ruínas romanas embaixo da cripta.

Igreja Saint Martin

Abaixo, mais algumas fotos que fiz durante o passeio por Colônia e um registro histórico das nossas carinhas, um mix de alegria, felicidade e cansaço, enquanto aguardávamos o resto da turma na recepção do Hotel Dorint.
As torres da Catedral
A porta principal
Detalhe da torre

Römisch-Germanisches Museum

Hotel Dorint


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