Heidelberg / Wiesloch



*** Heidelberg / Wiesloch ***
21 de Junho de 1997


Sábado, 21 de Junho de 1997

O dia começou chuvoso e fazendo um pouco frio, e com toda a boa vontade do mundo sai da cama quentinha para ir encontrar meu segundo grupo de excursão no saguão do hotel.

Este é um grupo de 24 pessoas, a maioria americanos, alguns argentinos e um casal de brasileiros, meio antipáticos pro meu gosto... e o Jim, um simpático americano da Virginia. Nosso guia é o Greg e o motorista é o Dieter. O Greg é ótimo, explica tudo com muita calma e super atencioso. Mas ainda tenho que conhecê-lo mais pra saber se ele é tão simpático como o Robert, do 1. tour, e que nós apelidamos de "o guia de rodinhas", porque vivia correndo com o tour pra conseguir mostrar tudo no pouco tempo que tínhamos.

Bom, saímos de Frankfurt (graças a Deus, porque eu não gostei muito não!!!) e fomos em direção a Rudesheim... fizemos um cruzeiro que repetiu o mesmo percurso do primeiro tour, só que ao inverso e paramos para almoçar em St. Goar, em um restaurante à beira da estrada, mas bem de frente à Loreley...

Não vou detalhar as atrações turísticas de Rudesheim, porque elas já estão explicadas na página Rudesheim / Mainz.

Click na placa para ir para a página sobre Rudesheim,
a linda cidadezinha com a sua famosa Drosselgasse

Como tirei mais algumas fotos neste dia durante o segundo cruzeiro no Rio Reno, vou deixá-las aqui para registro do dia, rsrsrsr...
Rudesheim
Lorch
Ruínas

St. Goar

Loreley




Parada em St. Goar para almoço


Seguimos de ônibus para Heidelberg e foi uma cidade que me surpreendeu. É uma linda cidade barroca às margens do Rio Neckar
, fundada em 1386 e é considerada uma cidade-universitária, com a mais famosa universidade da Alemanha. Cinco prêmios Nobel saíram de lá e hoje quase 30 mil estudantes frequentam o seu campus. 

Heidelberg

A principal atração turística da cidade é o famoso Castelo de Heidelberg, ou Heidelberg Schloss, e que fica na encosta da montanha Königstuhl. Existem duas formas de chegar lá em cima: a pé por uma trilha razoavelmente íngreme e bem cansativa ou pelo teleférico.

O Castelo de Heidelberg é um palácio de arquitetura gótica e renascentista, que foi inaugurado em 1214 mas sua construção se deu ao longo de 400 anos. É considerado uma das mais famosas ruínas da Alemanha e o maior símbolo da cidade, e ganhou o formato atual em 1544 servindo inclusive como residência real. Com a Guerra dos Trinta Anos e o conflito com a França, em 1689, acabou todo o seu esplendor e grande parte de sua estrutura foi destruída. Depois disso somente foi restaurado parcialmente, sendo que a maior parte de sua estrutura acabou se transformando em ruínas com o passar dos anos.

Castelo de Heidelberg

Castelo de Heidelberg - Visão Aérea

É um dos castelos mais visitados da Alemanha, por sua interessante história, pela sua beleza, sua grandiosidade, e por ter uma fantástica vista da cidade, graças aos terraços de observação. Alguns dos visitantes apaixonam-se tanto pela cidade, que muitos deles decidem casar no castelo. Celebram-se cerca de 100 casamentos por ano na capela do palácio.

Desconhece-se a real aparência do Castelo em seu auge durante a Idade Medieval, mas ele foi impressionante, uma verdadeira fortaleza com fossos, muralhas, torres e casamatas. E sempre em contante crescimento ao longo de 400 anos, geração após geração, na verdade o castelo era uma mini cidadela, com vários edifícios residenciais e de serviços que foram sendo adicionados ao castelo ao longo dos séculos e em diferentes estilos.

Entre a grande variedade de Edifícios Residenciais os mais importantes são os elencados a seguir. Hoje todos eles estão em ruínas, alguns somente com suas fachadas ainda inteiras.

O Ludwigsbau (Edifício de Luis) foi construído em 1524 e servia como residência. Substituiu uma estrutura mais antiga, cujas paredes foram parcialmente utilizadas na sua construção. Em 1764 foi destruído por um incêndio.

O Ruprechtsbau (Edifício de Ruperto) em estilo gótico. É o edifício mais antigo do castelo e foi erguido em 1400 por Ruprecht II.

O Frauenzimmerbau (Edifício do Salão das Damas) do qual resta apenas o piso térreo, foi erguido por ordem de Luís V na primeira metade do século XVI. Provavelmente, as damas da corte viviam neste edifício, com os seus quartos situados nos andares superiores. No piso térreo ficava o Königsaal, o Salão do Rei, utilizado para todo o tipo de festividades.

Ottheinrichsbau (Edifício de Otto Henrique), construído entre 1556 e 1559 pelo Eleitor Otto Heinrich, é o edifício mais importante do conjunto, com 3 andares. Sua magnífica fachada mostra figuras do Antigo Testamento, além de figuras de deuses e deusas e os nomes dos grandes planetas. Abriga no térreo o Deutsches Apotheken Museum.

O Englischerbau (Edifício da Inglesa) foi construída no século 17 por Friedrich V para a sua esposa a princesa Elisabeth Stuart.

Hoje todos eles estão em ruínas, alguns somente com suas fachadas ainda inteiras.

O único que foi reconstruído foi o Friedrichsbau (Edifício de Frederico), depois dos devastadores incêndios de 1693 e 1764. Este prédio foi construído pelo Eleitor Friedrich IV, entre 1601 a 1607. Sua fachada é decorada com estátuas de 16 príncipes da dinastia Wittelsbach, entre elas a de Carlos, o Grande.

Ruprechtsbau
Ludwigsbau
Ottheinrichsbau
Frauenzimmerbau
Englischerbau
Friedrichsbau

Além dos Edifícios Residenciais, o Castelo de Heidelberg também agregou alguns Edifícios de Serviços, com referências às funções desempenhadas, como a Bibliotheksbau (Edifício da Biblioteca), o Fassbau (Edifício do Barril), o Gläserner Saalbau (Edifício do Salão de Vidro), o Ökonomiebau (Edifício da Cozinha e Serviços do Castelo), o Soldatenbau (Edifício dos Soldados), Brunnenbau (Edifício do Chafariz), entre outros. 

Hoje, dentro do Castelo, pode-se visitar o Deutsches Apotheken Museum, uma farmácia do século XVIII e que apresenta a história da farmacologia ocidental, na qual a Alemanha desempenhou um papel bastante importante. Lá pode-se inclusive comprar ervas de chá e outros souvenirs.

Bibliotheksbau
Fassbau
Gläserner Saalbau

Ökonomiebau

Soldatenbau e Brunnenbau

Deutsches Apotheken Museum

Deutsches Apotheken Museum
Interior

Deutsches Apotheken Museum
Detalhe

Deutsches Apotheken Museum
Detalhe

Outro ponto do castelo que faz sucesso entre os turistas é o maior barril de vinho do mundo, com capacidade para 220 mil litros. Ele foi construído em 1751 pelo príncipe eleitor Karl Theodor para armazenar o vinho pago como imposto pelos produtores de vinho do Palatinado. 

Tem 8,5 m de comprimento e um diâmetro de 7 m e para sua construção foram utilizados 130 troncos de carvalho. Existe uma escada para subir no barril, e uma plataforma na parte de cima, com cerca de 20 metros quadrados que serve para apresentações de dança.

O Grande Barril de Vinho

O bobo da corte que guardava o barril durante o reinado do Príncipe Eleitor Carl Philip, um anão tirolês apelidado de Perkeo, ficou supostamente conhecido pela sua capacidade de beber grandes quantidades de vinho. Diz a lenda que ele morreu quando, equivocado pelo conselho do médico, bebeu um copo de água.

Antes deste ultimo barril existiram outros três. O primeiro datava de 1591 e denominava-se de Johann Casimir Fass (fass em alemão significa barril). O segundo, de 1664 era o Karl Ludwig Fass, e o terceiro de 1728 era o Karl Philipp Fass.

O quarto barril, e que dura até hoje, é o Karl Theodor Fass, como já mencionei mais acima, é raro ser usado para armazenar vinho e serve somente como atração turística.

Perkeo

A partir de meados do século XV, o castelo e a fortaleza foram ampliados com a construção de três torres para canhões na parte oriental e das muralhas exteriores. Até a primeira metade do século XVI, Luís V avançou consideravelmente a área do castelo, com a construção de outras torres e muralhas para oeste.

A Dicker Turm, que significa Torre Grossa, faz parte das fortificações do Castelo de Heidelberg construídas pelo Eleitor Luís V. Tinha quase quarenta metros de altura e seu nome se deve às suas paredes de sete metros de espessura e um diâmetro total de 28 metros. A torre tinha um efeito ameaçador sobre a cidade, uma vez que Luís V considerava que a paz só podia ser conservada pelo medo.

A Torturm, ou Torre-Porta, servia de porta de acesso ao sistema de defesa e era onde estava instalado o relógio do castelo. Foi construída entre 1531 e 1541 como parte das fortificações e mantém-se até hoje como a principal porta de entrada do castelo. No subterrâneo existe um espaço sem iluminação que é muitas vezes descrito como calabouço. Tem uma altura de 52 metros, medidos a partir do fosso, e uma superfície de 12,5 metros quadrados, sendo a mais alta das torres do castelo. Na fortificação ainda existe um grande portão de carvalho com um espessamento (Nadelöhr) e as pontas das grades do portão. Em 1689, o incêndio que queimou o Ruprechtsbau atingiu o telhado da torre, destruindo-a. 

A Krautturm é também conhecida como Pulverturm e Gesprengter Turm (Torre Desmoronada). Existe desde o século XVII quando servia para armazenagem de grãos no seu piso inferior. Ela foi explodida, em 1693, pelos soldados franceses durante a Guerra de Sucessão do Palatinado. Desde então, é possível ver os escombros da torre caídos no local. A torre tinha, originalmente, uma altura de cerca de 28 metros. Em 1610 foi aumentada até aos 42,50 metros. Atualmente, as suas ruínas ainda se erguem até aos 33 metros.

As ruínas da Gefängnisturm (Torre-Prisão) ficam situadas no canto sudoeste do fosso do castelo. É também conhecida por Seltenleer (raramente vazia) ou Nimmerleer (nunca vazia) indicando que o espaço ocupado pelos prisioneiros nunca estava vazio. O espaço da prisão encontrava-se, provavelmente, na base pouco iluminada da torre. É a menor das torres de apoio, construída por volta de 1603, com um diâmetro exterior de cerca de 10 metros, uma altura aproximada de 19 metros e paredes com uma espessura de 2,75 metros.

Apothekerturm na verdade nunca albergou uma farmácia, a qual esteve alojada em outras partes do castelo. Esta torre deve o seu nome à palavra grega "apotheca", que significa "espaço de armazenamento" e é na verdade uma torre de acompanhamento, construída ao mesmo tempo que a Glockenturm e a Krautturm. No ano de 1600, a torre foi convertida num espaço residencial para a corte em expansão.

A Glockenturm ou Torre do Sino é assim chamada porque possuia um sino pendurado no seu topo, o qual podia ser ouvido a grande distância. Este canto do castelo esteve fortemente associado ao arsenal, ficando a parte superior da Glockenturm destinada a fins residenciais. Luís V mandou duplicar a altura da torre, redonda e com um único piso, ganhando com isso um bom espaço residencial. As janelas deste belvedere oferecem uma impressionante vista do vale do Neckar. Está em ruínas desde que foi atingida por um raio na noite de 25 de Junho de 1764, tendo o incêndio daí resultante destruído todo o edifício, com excepção das paredes exteriores.

Dicker Turm
Torturm
Krautturm ou Pulverturm

Outro ângulo da Krautturm ou Pulverturm

Gefängnisturm
Apothekerturm
Glockenturm
Outra visão da Glockenturm
Além dos belos e interessantes prédios em ruínas, impregnados de histórias e curiosidades, existem também os grandes jardins, que são um espetáculo a parte, além de fontes e grutas artificiais esculpidas na montanha. 

O Eleitor Friedrich V mandou construir um dos mais magníficos jardins que ficou mundialmente famoso, o Palatinus Hortus e para isso mandou vir de Londres o famoso arquiteto de jardins Solomon de Caus, em 1614. O Palatinus Hortus era considerado por muitos como a oitava maravilha do mundo.

Os jardins foram construídos na encosta da montanha e foram investidos 3 anos para criá-los. Árvores e flores de várias espécies diferentes foram plantadas e dão um colorido incrível ao jardim na primavera.

Fontes e grutas artificiais esculpidos na montanha são os pontos alto dos jardins.

Gravura mostrando como era o Palatinus Hortus
Visão Aérea dos Jardins

Os caminhos nas encostas


Gramados e Canteiros

Os jardins e ao fundo as ruínas

A Fonte de Netuno

Naturalmente, o castelo também realiza seu festival de verão, o Schlossfestspiele, normalmente nos meses de verão entre junho e julho. 

Durante o Festival de Teatro do Castelo, suas paredes históricas criam um contexto impressionante para concertos, jogos e óperas. Todas as produções são montadas especialmente para este ambiente. É um dos festivais de teatro ao ar livre mais bonitos do sul da Alemanha, realizado pela primeira vez já em 1926. 

Nos últimos anos, os maiores sucessos foram peças como O Nome da Rosa, Carmina Burana e Ronja, a Filha do Ladrão, com o castelo desempenhando um papel próprio.

 Schlossfestspiele

É muita coisa pra fotografar, falta espaço no blog para mostrar todas as maravilhas deste castelo surpreendente!!

Mas ficou faltando mostrar as vistas que se tem, tanto da cidade para o Castelo como o contrário... é de tirar o fôlego!!! Então, abaixo mais algumas fotos do passeio pelo Castelo de Heidelberg. 

O Castelo de Heidelberg visto da cidade


A cidade vista do Castelo de Heidelberg


Panorâmica do Castelo de Heidelberg

Mas Heidelberg não é só o Castelo não... há muitas outras atrações para se ver nesta fascinante cidade e em seu centro histórico margeando o Rio Nekkar. Mesmo com o dia chuvoso, alternando períodos de estiagem, deu pra perceber o quão linda e bem cuidada é Heidelberg.

A Marktplatz é a praça principal cujas principais atrações são a Igreja do Espírito Santo e a fonte com a estátua de Hércules. A praça é toda cercada por elegantes mansões burguesas, cafés, restaurantes, lojas e boutiques.

A Igreja do Espírito Santo, que em alemão é chamada de Heiliggeistkirche, é o edifício mais alto da cidade. Foi construída entre os séculos XIV e XV e situa-se num largo da rua de pedestres. Invariavelmente o local está cercado de barraquinhas de artesãos e artistas, oferecendo aos turistas todo tipo de lembranças de Heidelberg.

E a estátua de Hércules que foi construída em 1703 e simboliza o esforço “hercúleo” da população na reconstrução de Heidelberg após a Guerra dos Nove Anos.

Igreja do Espírito Santo
Panorâmica
Outro ângulo

Marketplatz ao lado da Igreja

Detalhes

Detalhes

Prefeitura
Nas ruas próximas


Fonte com Estátua de Hércules

A apenas alguns passos daqui fica a Kornmarkt, considerada por muitos a mais bela praça de Heidelberg. A madona de 1718, uma figura sustentada por anjos, que fica na fonte no centro da praça, foi feita com a intenção de reconverter ao catolicismo os protestantes rebeldes após a Contra-Reforma. 

Hoje, todos desfrutam da beleza dessa estátua e da vista do castelo, reproduzida em tantos cartões-postais. Há uma fonte também na próxima praça, a Karlsplatz, que gira em torno da cosmografia do famoso humanista Sebastian Münster. E isso é também algo típico de Heidelberg, pois além dos príncipes-eleitores, foram os sábios e professores que durante séculos marcaram a vida espiritual e cultural da cidade.

Kornmarkt e a estátua da Madona

A Hauptstrasse é uma das mais longas zonas de pedestres da Alemanha, atravessa todo o centro histórico, onde bistrôs, cafés e lojas exclusivas estão enfileirados lado a lado. As ruazinhas laterais também têm surpresas para oferecer começando com antiquários, passando por butiques modernas até as famosas Zuckerladen e Studentenkusshaus.

Hauptstrasse

Zuckerladen é a mais chocante loja de doces do universo!!! Traduzindo seria a Loja do Açucar e é especializada em pirulitos, chocolates, alcaçuz preto, balas de goma, chicletes, mini-tortas, doces, biscoitos de gengibre, confeitos... enfim... em seus pequenos 70 metros quadrados, você pode encontrar doces de todo o mundo. É uma loja à moda antiga, administrada por um proprietário que distribui amostras quando está de bom humor, e tem uma cadeira de dentista na vitrine para lembrar que muito doce estraga os dentes. A Zuckerlanden fica na Plöck 52, uma rua que começa perto da Peterskirche.

A Vitrine
Panorâmica do Interior
Os doces
O Studentenkuss, ou Beijo do Estudante, é um doce típico de Heidelberg que foi criado em 1863, quando, segundo a lenda, os estudantes universitários do sexo masculino pediam aos garçons que levassem "beijos" de chocolate para as estudantes do sexo feminino nas tabernas segregadas por gênero daquela época. É um doce de torrone de praliné espalhado em uma base de bolacha e recoberto com chocolate. Você pode comprar os Studentenkuss em qualquer loja de doces ou lembranças, mas a loja oficial do Studentkuss é a Knösel Chocolaterie que fica na Haspelgasse, perto da Alte Brücke.

A Vitrine
Panorâmica do Interior
Os beijos

Outro ponto turístico muito famoso em Heidelberg é a Cadeia dos Estudantes, ou Studentenkarzer em alemão, que fica bem perto da Marktplatz e que funcionou entre 1784 e 1914. Eles eram presos, em geral, por causa de brigas entre as várias turmas rivais. No começo, a cadeia era linha dura, mas, com o tempo, virou ponto de honra para os estudantes passar alguns dias lá. Quando saíam, comemoravam com barris de cerveja tomados pelas ruas. 

Na parede da prisão há várias frases e diversos poemas escritos, como também desenhos e pinturas, e até mesmo protestos e palavras de ordem política. Não existem espaços vazios, até mesmo nos degraus das escadas e nos batentes das portas.

Cadeia dos Estudantes
Tudo grafitado
Uma das celas

A Alte Brücke, ou Ponte Velha, que liga o centro histórico ao outro lado do rio, foi construída pelo Eleitor Karl Theodor entre 1786 e 1788. Domina a paisagem da cidade sobre o Rio Nektar com a beleza de seus nove arcos. No final da Segunda Guerra Mundial, os soldados alemães destruíram parte da ponte para evitar o avanço das tropas aliadas. Sua reconstrução foi feita em 1946 e durou 1 ano.

A Alte Brücke é ligada à cidade pelo imponente Portão Brückentor, com duas torres gêmeas com 28 metros de altura e que guardavam a entrada norte da cidade. As torres são do século XVIII, da mesma época da ponte, mas o portão é do século XIII.

Ao lado do portão encontramos também a escultura de um macaco, Brückenaffee. Diz a lenda que esse macaco existiu, e que ficava na entrada da cidade segurando um espelho e dando boas vindas aos visitantes. Diz-se também que se tocarmos o espelho do macaco, nos trará riquezas, e se os dedos dele forem tocados, ganhamos o direito de voltar a Heidelberg.

Ao lado da escultura do macaco, existe mais uma escultura, dessa vez são dois ratinhos. Diz a lenda também, que os ratinhos trazem fertilidade para quem os tocar. 

Alte Brücke do alto
Alte Brücke
Alte Brücke

Brückenaffee

Portão Brückentor

Dois ratos


E olha a chuva outra vez!!!


A Universidade de Heidelberg, em alemão Ruprecht-Karls-Universität Heidelberg, é uma universidade pública e das mais prestigiadas da Alemanha. Foi fundada em 1386 e sempre atraiu para lá grandes nomes, fosse como estudantes ou como professores, entre eles, gênios como Georg Willhelm Friedrich Hegel, Robert Bunsen, Max Weber e Karl Jaspers como também celebridades como o compositor Robert Schuman, o escritor Somerset Maugam ou antigo chanceler Helmut Kohl. Entre os ex-alunos há onze chefes de estado ou chefes de governo alemães e estrangeiros.

Ao longo de seus 625 anos, a instituição cresceu, criou as faculdades de Medicina e de Ciências Naturais e hoje conta com cursos nas mais importantes áreas científicas, com cerca de 30.000 estudantes matriculados. Estudantes do sexo feminino passaram a ser admitidas em 1899. Atualmente a Universidade é constituída de doze faculdades e oferece programas de graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado em cerca de 100 disciplinas.

A universidade, criada por Ruperto I, Eleitor do Palatinato, tornou-se um centro de teólogos e especialistas em leis no Sacro Império. Durante a Guerra dos Trinta Anos a universidade entrou em decadência financeira e intelectual, e só viria a se recuperar no início do século XIX, convertendo-se em centro de pensamento democrático e de intelectuais humanistas independentes, tendo sido adotada como modelo para universidades americanas.

Durante o governo do partido nazista (1933-1945), a universidade atravessou um outro período de dificuldades e perdeu muitos dos seus professores por motivos políticos. No pós-guerra, passou por um período de desnazificação. Nos anos 1970, foi um palco de importantes manifestações de estudantes de esquerda.

A universidade dá ênfase à pesquisa e por ela passaram 55 ganhadores do Prêmio Nobel. A cada ano, forma aproximadamente 1.000 doutores, sendo que mais de um terço deles vem de outros países. A Universidade de Heidelberg tem dois campus principais: um na Cidade Velha e outro em Neuenheimer Feld, na periferia da cidade.

Visão aérea
Biblioteca
Faculdade de Medicina

Campus

Sede da Reitoria

Novo Campus

E por fim, se você for ficar mais tempo na cidade, vale a pena conhecer o Caminho do Filósofo ou Philosophenweg em alemão, que está situado na margem norte do Neckar. Embora esteja afastado do centro e das principais atrações da cidade, é um caminho de cerca de 3 km e que merece ser percorrido por quem tiver mais tempo, pois fornece vistas excelentes da cidade e do castelo.

Diz-se que recebeu esse nome devido ao fato de universitários, professores e filósofos caminharem pelo lugar em busca de inspiração. O caminho, praticamente um labirinto, é bastante íngreme no início e cheio de mirantes, com belas vistas da cidade e do castelo. 


Caminho do Filósofo

Curiosidades:

- Heidelberg é um lugar muito associado à lembrança de Goethe. O grande poeta e escritor alemão adorava Heidelberg e passou grande parte de sua vida por entre estas ruas.

- Devido à sua posição estratégica, Heidelberg foi ao longo dos séculos diversas vezes atingida por conflitos, disputas políticas e religiosas, principalmente entre França e Alemanha. Por mais que isto hoje em dia parece um sacrilégio, a cidade chegou ao ponto de ser totalmente destruída. Como grande parte de suas construções eram de madeira, quase nada restou dos prédios autênticos da época. O único que sobreviveu às guerras religiosas foi o prédio Haus zum Ritter que foi construído em 1592 por um rico comerciante de tecidos. Hoje funciona o Hotel Ritter, situado num dos pontos mais nobres da cidade, quase em frente à Catedral.


Hotel Ritter

- Porém, o contrário aconteceu durante a Segunda Grande Guerra, que diferentemente das outras cidades alemãs, Heidelberg foi poupada da destruição. Conta-se que, como alguns generais aliados haviam estudado na cidade, e considerando sua grande importância histórica, foi decidido que Heidelberg deveria ser poupada, mesmo que para isso fosse necessário não revidar com força total aos ataques nazistas. Verdade ou mito, o fato é que todos nós agradecemos que, ao menos no tocante a Heidelberg, tenha prevalecido o bom senso.
Bom, ao final da tarde, deixamos Heidelberg e seguimos viagem até Wiesloch. Uma curtíssima viagem, diga-se de passagem, pois Wiesloch fica a apenas 13 km ao sul de Heidelberg.

Chegamos bem no final da tarde, e depois do check-in no hotel onde passaríamos a noite, só aproveitamos para dar uma volta pela área central, ver as lojas e ir jantar em um restaurante super 10, com uma comida deliciosa, típica alemã, e finalmente poder dar graças pelo atendimento maravilhoso do garçom.

Wiesloch é uma pequena aldeia, muito linda e bem preservada e o centro da cidade é uma graça. Nós só tivemos tempo de dar um passeio muito breve pelo centro histórico da cidade, mas acrescentei algumas pesquisas mais completas para quem estiver visitando Wiesloch com mais tempo.

Como a maioria das cidades alemãs da região, ela é cercada por muralhas e torres, como a Runder Eckturm e a Torre Sauermilchhaffe, datadas da Idade Média.

Centro Velho, Muralhas e Torres
Torre Sauermilchhaffe


Runder Eckturm


A praça Adenauerplatz é uma das duas mais importantes praças de Wiesloch com a imponente Igreja de St. Laurentius, em estilo barroco tardio, e que foi construída entre 1745 e 1750.

Adenauerplatz e a Igreja de St. Laurentius

Bem pertinho fica o Wieslocher Burg e a sua Torre do Castelo, SchlossTurm em alemão. O castelo remonta ao período medieval mas foi totalmente destruído na Guerra dos Nove Anos e as ruínas foram demolidas, deixando apenas a velha torre, que já passou por várias restaurações. No século XVIII, o edifício foi reconstruído mas sem nenhuma das características originais, e sempre foi usado para fins administrativos. Hoje é a sede da Polícia Municipal, a Polizeirevier.

Torre do Castelo e o prédio da Polícia Municipal. 

Ainda no centro histórico, localiza-se a Marktplatz que é a segunda grande praça de Wiesloch e onde está localizada a Prefeitura e o Conselho Municipal, a Igreja Evangélica de St. Peter e o Dörndl, que é o Museu Municipal.

O Conselho Municipal, em alemão Stadtverwaltung, data de 1479 mas foi completamente destruído em 1689 pelos franceses. Foi reconstruído em 1713.

A Igreja de St. Peter, em alemão Evangelische Stadtkirche, data do século XI e as partes mais antigas são a base da torre e do coro, únicas partes originais da construção. A nave foi ampliada e redecorada várias vezes ao longo dos anos.

Dörndl foi originalmente uma torre de defesa da muralha da cidade e por volta de 1557 transformou-se na prisão local. Foram localizadas três celas na torre. Hoje abriga o museu municipal, o Städtisches Museum, que conta com coleções privadas de moradores e expõe peças do período românico e também sobre a origem da cidade. 

Uma curiosidade sobre as praças de Wiesloch é que você pode encontrar várias esculturas em bronze espalhadas e que representam aspectos importantes da cultura e história de Wiesloch.

Marktplatz

Stadtvewaltung Conselho Municipal
Igreja Evangélica

Dörndl Museu Municipal

Ruas do Centro
Ruas do Centro


Esculturas de Bronze


Outra atração em Wiesloch é o Naturschutzgebiet Sauerwiesen Fuchsloch que é a segunda maior reserva natural da região com 61 hectares. Parte de seu território, aproximadamente 68% está no distrito de Wiesloch e os restantes 32% no distrito de Dielheimer. 

A reserva inclui prados, pastagens, pomares, sebes, florestas e diversas espécies de animais e plantas vivem aqui, como também espécies raras e ameaçadas de extinção.

Parque Natural e Reserva Florestal de Wiesloch

E para terminar a visita a Wiesloch, vale a pena uma visita à Steinkeller Roman, as ruínas de uma vila romana dos séculos II e III, que se formou no cruzamento das duas principais estradas romanas da época. Ela consistia de um moinho, uma ferraria, pelo menos dois edifícios sacros e muitas casas e fontes. A vila se estendia por uma área de pelo menos 6 hectares. Inúmeros achados arqueológicos estão expostos no museu local.

Ruínas Romanas


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