Castelos / Garmish-Partenkirchen



*** Castelo Hohenschwangau ***
*** Castelo Neuschwanstein ***
 *** Garmish-Partenkirchen ***
23 de Junho de 1997


Segunda-feira, 23 de Junho de 1997

Saímos de Lindau bem cedo e fomos em direção à região dos Castelos de Hohenschwangau e Neuschwanstein, ambos localizados à beira do Lago Alpsee. É como viajar para o mundo dos contos de fadas!!! 

O Castelo de Neuschwanstein é o mais famoso castelo da Alemanha, presente em todos os cartões-postais, folhetos e anúncios de turismo do país.

Mas, respeitando a ordem cronológica e dos fatos, vou começar a falar sobre o Castelo de Hohenschwangau. É o castelo que aparece ao fundo do lado direito, em todas as fotos do Castelo de Neuschwanstein, pequeno e discreto. Ele acaba sendo quase que um apêndice ou um coadjuvante comparado à grandiosidade e fama do vizinho Castelo de Neuschwantein, o que é uma pena porque foi ele que serviu de inspiração para que Ludwig II construísse o seu castelo quando se tornou adulto.

Castelo de Neuschwanstein e no círculo vermelho o Castelo Hohenschwangau

O Schloss Hohenschwangau quer dizer literalmente "Castelo do Grande Condado do Cisne" e foi a residência de infância do Rei Ludwig II da Baviera, tendo sido construído pelo seu pai, o Rei Maximiliano II da Baviera. Fica localizado na aldeia alemã de Schwangau, próximo da cidade de Füssen, no sudoeste da Baviera, muito próximo da fronteira com a Áustria.

O Castelo de Hohenschwangau foi construído sobre os restos da fortaleza Schwanstein, a qual é mencionada pela primeira vez em registos históricos datados do século XII. Uma família de cavaleiros foi responsável pela construção da fortaleza medieval. Depois do desaparecimento dos cavaleiros, no século XVI, a fortaleza mudou de mãos várias vezes. A decadência do edifício continuou até que, finalmente, caíu em ruínas no início do século XIX.

Castelo Hohenschwangau

Em 1829, o Príncipe da Coroa Maximiliano (mais tarde Rei Maximiliano II da Baviera) descobriu o lugar histórico e reagiu entusiasticamente à beleza da área envolvente, adquirindo a propriedade em 1832. Um ano depois teve início a construção do palácio, a qual continuaria até 1837. O arquiteto Domenico Quaglio foi responsável pelo estilo neogótico do desenho exterior, onde predominam paredes amarelas contrastando com os verdes das árvores da mata ao seu redor.

Hohenschwangau foi a residência oficial de veraneio e de caça do Rei Maximiliano, da sua esposa, Maria da Prússia, e dos seus dois filhos, Ludwig (mais tarde Rei Ludwig II da Baviera) e Otto (mais tarde Rei Otto da Baviera). Os jovens príncipes passaram aqui muitos anos da suas infância e adolescência. O rei e a rainha viveram no edifício principal, enquanto os dois jovens ficavam alojados no edifício anexo.

Fotos de Maximiliano, Maria da Prussia, Ludwig e Otto

O Rei Maximiliano faleceu em 1864 e o seu filho Ludwig sucedeu-o no trono, mudando-se para os aposentos do seu pai no palácio. Como Ludwig nunca casou, foi permitido à sua mãe viver no seu andar. O Rei Ludwig II gostava de viver em Hohenschwangau, especialmente depois de 1869, quando começou a construção do seu próprio palácio, o Castelo de Neuschwanstein, a partir do lançamento de uma pedra fundamental, proveniente do palácio do seu pai.

Maria da Prússia foi a única residente do palácio até a sua própria morte, em 1889. O seu cunhado, o Príncipe Regente Leopoldo da Baviera viveu no terceiro andar do edifício principal, sendo responsável pela eletrificação, em 1905, e pela instalação de um elevador elétrico. Leopoldo faleceu em 1912 e o palácio foi aberto ao público como museu no ano seguinte.

Durante a Primeira e a Segunda Guerra Mundial o palácio não sofreu danos. Em 1923, o Landtag da Baviera (Assembléia Legislativa) reconheceu à antiga família real o direito de residir no palácio. Entre 1933 e 1939, Rodolfo da Baviera e a sua família usaram o palácio como residência de verão, tendo esta continuado a ser uma das residências favoritas dos seus sucessores.

Mais de 300.000 turistas de todo o mundo visitam o palácio a cada ano. O edifício está aberto durante todo o ano (exceto no Natal). Pode ser visitado das 9 às 18 horas de Abril a Setembro e das 10 às 16 de Outubro a Março. As visitas guiadas estão disponíveis em alemão, inglês, francês, italiano, espanhol, russo, checo, esloveno e japonês. As visitas livres não são permitidas.

O Castelo de Hohenschwangau tem toda sua decoração inspirada no Romantismo, sendo que as paredes de quase todos os cômodos são totalmente cobertas por pinturas românticas, inspiradas por lendas. Mesmos nos painéis que retratam cenas de guerras não há sangue algum, pois isto não seria nada romântico. 

A atual Capela era o antigo salão de armas e bebidas e que foi restaurado em estilo neogótico durante a vida do Rei Maximiliano II. A Santa Missa ainda é celebrada aqui.

A antiga Sala de Jantar é famosa por suas impressionantes pinturas na parede, com cenas da saga do Cavaleiro de Cisne Lohengrin (Swan Knight). Também tem influência da escola romântica. As cadeiras no corredor são cobertas por couro dourado. Sabe-se que a sala de jantar era o único aposento em que a família se encontrava e isto somente durante as refeições. 

A Sala Berchta era o equivalente a um "escritório" da Rainha Maria da Prússia e as pinturas de parede eram dedicadas a Carlos Magno e sua mãe Berchta. De acordo com a saga bávara, ele foi o primeiro grande europeu, nascido no Reissmuhle de Gauting, perto do lago Starnberg, e por isso a homenagem.

A Sala de Estar da Rainha é impressionante. Este quarto foi restaurado em 1849. Tem um grande candelabro de prata, decorado com cisnes, a imagem heráldica do castelo.

O Quarto Oriental era usado pela Rainha e foi todo decorado com mobílias e acessórios que o Rei Maximilian II trouxe depois de uma viagem que fez à Turquia e à Grécia em 1832 e 1833.

O Salão dos Heróis é o salão de banquetes do castelo e a principal atração são as pinturas deste salão festivo que ilustram a Saga Wilkina, parte das lendas sobre Dietrich de Berne, que se perderam na Alemanha, mas preservadas por uma cópia norueguesa do XIII século.

A Sala do Hohenstaufen era o quarto de vestir do Rei Maximilian II, mas também foi utilizado posteriormente pelo Rei Ludwig II como sala de música. As pinturas de parede naquela sala são dedicadas à dinastia Hohenstaufen. Richard Wagner interpretou aqui suas próprias obras para Ludwig II.

O Quarto Tasso era o quarto de Ludwig e foi pintado de acordo com motivos do poeta italiano Torquato Tasso. As imagens ilustram o conto de Rinaldo e Armida da obra La Gerusalemme Liberata, de Tasso. Há um céu com a lua e estrelas iluminadas, integrado no teto. Nos aposentos de Ludwig, a vista era privilegiada e um binóculo apontava para o lugar onde no futuro seria construído o Castelo Neuschwanstein. Pelo castelo, a começar pelos jardins, os amados cisnes de Ludwig marcam presença.

A Sala Authari tem o nome da antiga saga bávara de Authari, o rei dos Langobards, quando cortejava a princesa Theodelinde, filha do duque Garibald I. Richard Wagner ficava neste quarto durante suas visitas ao castelo.

Capela
Sala de Jantar Swan Knight
Sala Bertcha


Sala de Estar da Rainha

Quarto Oriental

Salão dos Heróis


Sala Hohenstaufen

Quarto Tasso

Sala Authari

Maria da Prússia odiava qualquer tipo de atividade intelectual. Conta-se que, um dia, ao observar o rei lendo um livro, disse: “Para que ler um livro se eu já sei ler”. A rainha também odiava exercícios físicos, por isso, é irônico Maximiliano tê-la presenteado com a Marienbrucke, a ponte que fica poucos metros acima de onde viria a ser construído o Castelo de Neuschwanstein.
Marienbrucke
Cachoeira
Como na maioria dos castelos na Alemanha, não é permitido tirar fotos. A única foto que podemos tirar é da paisagem deslumbrante para o lago Alpsee.

Lago Alpsee

Bom, mas agora vamos conhecer aquele que é considerado o castelo mais famoso do mundo, verdadeiro cartão postal da Alemanha, o Castelo de Neuschwanstein.

Lendas de cavaleiros, deuses nórdicos, poetas e cisnes mágicos decoram as paredes do castelo mais fantástico de todos os quatro que Ludwig II da Baviera mandou construir. Empoleirado sobre uma crista rochosa ligada ao lago Schwangau, recebeu o nome de Neuschwanstein depois da morte do rei e esconde, sob o seu aspecto de fortaleza medieval, equipamentos muito modernos para a época. Em todos os pisos, havia água corrente, aquecimento, sanitários com descarga, elevadores e um sistema de comunicação por sinetas ligado a todos os quartos do castelo.

É interessante ter isto em conta enquanto passeamos por estas grandiosas salas decoradas como se acabassem de brotar de uma lenda medieval. Tudo parece um enorme teatro: as cortinas pesadas, os revestimentos de carvalho e as pinturas das paredes, dedicadas às sagas recriadas pelas óperas de Wagner, de quem Ludwig II era grande admirador.

Castelo de Neuschwanstein, Visão Panorâmica

O Castelo de Neuschwanstein, em alemão Schloss Neuschwanstein, é um palácio alemão construído na segunda metade do século XIX, perto das cidades de Hohenschwangau e Füssen, no sudoeste da Baviera, a poucos quilômetros da fronteira com a Áustria.

Foi construído por Ludwig II e inspirado na obra de seu amigo e protegido, o grande compositor Richard Wagner. A arquitetura do castelo possui um estilo fantástico, o qual serviu de inspiração ao "Castelo da Cinderela", símbolo da Disneylândia e dos estúdios Disney. Apesar de não ser permitido ao turista fotografar o seu interior, é um dos edifícios mais fotografados da Alemanha (por profissionais) e um dos mais populares destinos turísticos europeus. 

O nome Neuschwanstein é uma referência ao "Cavaleiro do Cisne", Lohengrin, da ópera com o mesmo nome. A concepção do edifício foi esboçada por Ludwig II numa carta a Richard Wagner, datada de 31 de Maio de 1868: "É minha intenção reconstruir a ruína do velho castelo em Hohenschwangau, próximo do Desfiladeiro de Pollat, no verdadeiro espírito dos velhos castelos dos cavaleiros alemães (...) a localização é a mais bela que alguém pode encontrar, sagrada e inacessível, um templo digno para o divino amigo que trouxe a salvação e a verdadeira bênção ao mundo."

A primeira pedra do edifício foi colocada no dia 5 de Setembro de 1869. O Neuschwanstein foi desenhado por Christian Jank, um projetista de cenários teatrais, em vez de um arquiteto, o que mostra muito das intenções de Ludwig II, e explica grande parte do resultado de natureza fantástica do edifício. O desafio foi o projeto arquitetônico, vital para um edifício colocado num lugar tão periclitante, e foi providenciado inicialmente pelo arquiteto da Corte de Munique, Eduard Riedel, e mais tarde por Georg Dollman e Leo von Klenze.

Projeto Inicial de Christian Jank (guache, 1869)

O castelo foi originalmente chamado de "Novo Castelo Hohenschwangau" até à morte do Rei, quando foi renomeado como Neuschwanstein, o Castelo do Cavaleiro do Cisne, cavaleiro este que se chamava Lohengrin, na ópera de Wagner do mesmo nome. Originalmente, o castelo havia sido Schwanstein, a sede dos cavaleiros de Schwangau, cujo emblema era o cisne.

O efeito do conjunto é altamente teatral, tanto no exterior como no interior. A influência do Rei é evidente por todo o lado, tendo este demonstrado um entusiástico interesse no desenho e decoração. Um exemplo disto pode ser visto nos seus comentários, ou ordens, face a um mural representando Lohengrin no Palas; "Sua Majestade deseja que (...) o navio seja colocado mais distante da costa, que o pescoço de Lohengrin seja menos inclinado, que a corrente do navio ao cisne seja de ouro e não de rosas e, finalmente, que o estilo do castelo seja mantido medieval".
O Palais visto do Pátio Externo

O castelo compreende várias partes destacadas, em estilos diferentes, a saber: a Entrada ou Portaria, o Pátio Externo e o caramanchão, a Casa dos Cavaleiros com uma torre quadrada e a mais importante, o Palas ou Residência, com duas torres no extremo oeste. 

A Casa dos Cavaleiros é o edifício lateral à direita no pátio superior com duas fileiras de arcos em sua fachada. Foi uma das partes do castelo que foi terminada depois da morte do Rei Ludwig II. A Torre Quadrada está unida à Casa dos Cavaleiros por uma galeria de arcos. 

Entrada ou Portaria
Torre Quadrada
Casa dos Cavaleiros

Após a entrada e o pátio externo, encontra-se o Palas ou Residência Real, com mais de 6.000 metros quadrados de área construída, vários andares e numerosas torres. Há uma certa controvérsia com relação ao número de andares, pois todas as pesquisas consideram 4 andares, mas vendo a foto são mais de 6 andares, considerando os andares inferiores e o sotão.

Alguns elementos, como uma das torres à esquerda no projeto, não foram realizados. Se concluído, o castelo teria 200 cômodos, incluindo as dependências para hóspedes e serviçais, mas apenas 15 dependências foram terminadas e decoradas e se encontram no 3. e 4. andar do Palas.

3. ANDAR

1) Átrio
2) Salão do Trono 
3) Ante-sala (sem imagem) 
4) Sala de Jantar 
5) Suite Principal 
6) Oratório  
7) Quarto de Vestir
8) Sala de Estar
9) Gruta e Jardim de Inverno
10) Escritório 
11) Ante-sala ou Sala do Ajudante
12) Passagem (sem imagem)


4. ANDAR
2) Mesanino do Salão do Trono
13) Átrio Superior

14) Salão dos Cantores


TÉRREO
15) Cozinha



Palácio visto pela Marienbrucke

O conjunto de aposentos no interior do Palas, ou a Residência Real, são belíssimos e ricamente decorados no extravagante gosto de Ludwig II, e alguns dos mais impactantes são a Sala do Trono, a suite de Ludwig, o Hall dos Cantores e a Gruta, entre outros. Por todo o lado, o desenho do cisne presta homenagem às lendas alemãs de Lohengrin, o Cavaleiro do Cisne. O Castelo de Hohenschwangau, onde Ludwig II passou grande parte da sua juventude, tinha decorações destas sagas. Estes temas foram tomados nas óperas de Richard Wagner. No entanto, muitas das salas interiores permanecem sem decoração sendo que apenas catorze delas foram finalizadas antes da morte de Ludwig II.

Visão Áerea

Visão Áerea

Depois de subir a artística escada principal em mármore de Untersberg de cor opaca e de atravessar o corredor vermelho, chega-se no Átrio do terceiro andar. Este átrio separa a sala do trono dos aposentos de habitação do rei e que pode ser acessada através de uma porta em  mármore do lado direito. As pinturas murais do Prof. W. Hauschild representam episódios relativos à primeira parte da lenda nórdica de Sigurd. 

O teto foi todo decorado com desenhos românicos em forma de cruz, e os arcos descendentes terminam em uma base de mármore com desenhos entalhados de cavaleiros e animais. Os candelabros, feitos nas oficinas Morandelli em Munique, são todos em ferro batido colorido. E próximos às paredes se encontram bancos entalhados em madeira maciça e estofamento em pele.

Átrio do Terceiro Andar

A Sala do Trono é um dos aposentos mais impressionantes do Castelo toda feita em estilo bizantino, com um projeto de E. Ille e J. Hofmann. Uma escada em mármore de Carrara leva a um abside (espécie de altar circular) onde deveria ficar o trono de ouro e marfim de Ludwig II. O abside ficou vazio porque depois da morte do rei, todos os trabalhos em projeto e não iniciados foram suspensos, incluindo o trono. 

As pinturas de W. Hauschild representam os 12 apóstolos e os episódios de suas vidas. No centro do abside se vê Cristo com Maria e com o apóstolo João. Na outra extremidade da sala pode-se admirar a pintura que representa "A Luta de São Jorge e o Dragão". 

A sala do trono é composta por dois andares, ambos com belíssimas colunas em estuque, pintadas em cores diferentes. As colunas da galeria superior, por exemplo, são em lapis-lazuli. O grande candelabro em formato de coroa bizantina foi feito em bronze dourado e contém 96 velas. 

Outro detalhe de beleza indescritível é o piso em mosaico do salão, que mede 20 x 15 metros, e foi feito com mais de 2 milhões de peças e representa a vida dos animais e das plantas no planeta.

Sala do Trono
O local do trono
Detalhe

Do balcão da Sala do Trono pode-se admirar uma das mais belas paisagens de toda a Baviera. Ao fundo a imponente cadeia montanhosa Tannheimer, o lago Alpsee à esquerda e o pequeno lago Schwansee à direita, e todos os mágicos bosques da região. Entre os lagos, observa-se o Castelo de Hohenschwangau.

O balcão na fachada posterior
A vista dos lagos

A Sala de Jantar é outro aposento de tirar o fôlego todo decorado com quadros e murais inspirados nas mais belas lendas germânicas. 

Sobre a porta de entrada emoldurada por belíssimas cortinas de seda em tons de vermelho, há um mural que representa Wolfram von Eschenbach, o poeta de "Parcival" e de "Lohengrin", que são emoldurados por painéis de carvalho decorados com esculturas de baixo-relevo. 

Na mesa de jantar há uma peça central em mármore e bronze dourado que mostra Siegfried lutando contra o dragão. Essa peça que pesa aproximadamente 130 kg, foi feita por um grupo de artistas e foi dada de presente à Ludwig. E como em todos os quartos do rei, os tecidos são muito elaborados; aqui eles são feitos de seda vermelha com bordados de ouro e enfeites.

Como a cozinha em Neuschwanstein fica situada três andares abaixo da sala de jantar, era impossível instalar uma "wishing table" ou "mesa de desejos" (por meio de um mecanismo de manivela, a mesa inteira pode ser baixada para a cozinha) como no Palácio Linderhof e em Herrenchiemsee. Em vez disso, a sala de jantar estava ligada à cozinha por meio de um elevador de serviço.

A mesa central é quadrada, mas do tipo expansível. E há também um sistema elétrico de sinos instalado em 1885 para que o servo de plantão pudesse ser convocado de qualquer outro cômodo.

A Sala de Jantar

O sistema elétrico de sinos

A suite principal do Rei seguia bem o estilo suntuoso que o Rei Ludwig tanto gostava, em estilo gótico tardio. O que mais chamava a atenção eram a abundância de entalhes nas peças em madeira de carvalho, presentes no baldaquino da cama, na coluna central, na poltrona de leitura e no lavabo. Calcula-se que, somente neste aposento, trabalharam 14 entalhadores durante 4 anos.

A peça principal da suite é a cama de dossel e o baldaquino com torres representando cada uma das catedrais da Baviera, e os entalhes na base da cama representam a ressurreição de Cristo e aludem à relação simbólica entre o sono e a morte. 

As pinturas murais em todo o quarto mostram cenas da lenda de Tristão e Isolda, cuja representação musical foi imortalizada em uma das óperas do amigo Richard Wagner.

As cortinas, tapeçarias, estofados e a colcha da cama são todos do mesmo padrão na cor azul da Baviera, preferida de Ludwig, e bordados com os emblemas símbolos da Baviera, o Cisne e o Leão de Wittelsbach.

O lavabo era abastecido com água corrente, que provinha de um aqueduto que ficava a 200 metros acima do castelo, e a bacia com água corrente era em forma de cisne. 

A janela do balcão da suíte oferece uma magnífica visão da cascata com mais de 45 metros no desfiladeiro do Rio Pöllath e mais ao horizonte o pico da montanha Säulling (2.045 mt).

A Suíte Principal

O castelo também possuia um oratório, acessível a partir do quarto de vestir e da suite principal. A pequena capela é toda em estilo neo-gótico, um projeto de J. Hofmann, e é dominada por um altar com portas ricamente entalhados. Sobre o altar foi colocado um precioso crucifixo em marfim. Os vitrais representam cenas da vida de Luis IX, o Santo, rei da França.

Oratório

O Quarto de Vestir ou Closet é o único aposento que não tem o teto de madeira e sim uma pintura ilusionista que representa uma videira aberta para o céu, como também pode ser encontrada na decoração de pavilhões de jardins do século XVIII.

As pinturas de parede emolduradas pelos painéis representam motivos da vida e poemas de Walther von der Vogelweide (por volta de 1170-1230) e de Hans Sachs (1494-1576). Acima do arco de entrada que leva à janela da sacada estão os retratos de meio busto dos dois poetas.

O estofamento das cortinas, sofás e cadeiras é feito de seda púrpura e decorado com magníficos bordados dourados, com figuras que representam pavões de ouro. 

Sobre o lavabo ricamente entalhado encontra-se uma jarra com bacia feito em maiólica de Villeroy & Boch e sobre a mesa próxima da bay-window, está localizado o baú que guardava as jóias do rei.

Quarto de Vestir

A Sala de Estar é um aposento em forma de L, composto por um salão e uma saleta separada por colunas e chamada "sala do cisne" e onde era possível sentar-se. O grande móvel de carvalho entalhado em estilo românico é decorado com cenas inspiradas nas lendas de Tristão e Isolda, Parcifal e a busca pelo Santo Graal.

As pinturas desta sala mostram a saga de Lohengrin, à qual Ludwig II era particularmente apegado e também ao tema do cavaleiro do Santo Graal.

Um grande vaso de flores em forma de um cisne, feito em maiólica de Nymphenburg repousa sobre a estufa. Como o quarto, os tecidos dos estofamentos e as cortinas são bordados em seda azul com motivos de cisnes e lírios. 

Sala de Estar

Entre o Sala de Estar e o Escritório há uma sala incomum como espaço residencial: uma pequena caverna. O desenhista de produção August Dirigl criou uma caverna artificial com estalactites e estalagmites, que poderiam ser iluminadas com luzes coloridas e que originalmente também tinha uma cachoeira. 

Da caverna você vai para o Jardim de Inverno através de uma porta de vidro, que se "esconde na rocha". Suas grandes janelas se abrem para o vasto panorama alpino. A fonte nesta sala foi realmente projetada para o salão mouro, nunca construído, no segundo andar do castelo.

Gruta
Jardim de Inverno

O Escritório de Ludwig II é todo em estilo romântico e as pinturas murais representam a saga de Tannhäuser. Como no trabalho homônimo de Wagner, está relacionado às competições dos cantores em Wartburg.

O rei trabalhava na grande mesa no meio da sala, e ainda pode-se observar o jogo para escritório sobre a mesa. Os projetos para o castelo e desenhos de Neuschwanstein estão guardados no armário. Esculturas elaboradas cobrem as vigas e consoles do teto.


Escritório

A Ante-Sala ou Sala do Ajudante é o aposento mais simples do castelo, mas mesmo assim muito bem decorado. Mobiliado com uma mesa, cadeiras e uma salamandra, bem como um sofá para o uso do servo que espera o rei à noite.

As tapeçarias, estofados e cortinas são em tecido de lã azul intermeados com fios de ouro. E já era equipado com um intercomunicador elétrico.

Sala do Ajudante

Do átrio superior do quarto andar, atravessando um portal de mármore, passa-se para oeste até o mesanino da Sala do Trono, e a leste, passando por dois portais de mármore, até a Sala dos Cantores.

As pinturas murais ilustram a saga de Gudrun do antigo ciclo nórdico Edda, a continuação da saga de Sigurd.

Mesanino da Sala do Trono

A Sala dos Cantores foi um dos projetos favoritos do rei e ao lado da Sala do Trono é a sala mais importante do castelo. Ela ocupa praticamente toda a extensão do lado leste do quarto andar do Palácio. Nela combinam-se duas salas históricas: o Salão das Festas e o Salão dos Cantores. 

Ludwig II provavelmente se inspirou no Salão de Festas do Castelo de Wartburg, localizado na Turíngia, região central da Alemanha. Esse mesmo castelo já havia sido apresentado na ópera "Tannhäuser" de Richard Wagner e, a pedido do próprio Wagner, Ludwig II foi para Wartburg em 1867.

Na parede ocidental mais curta, a pérgula dos cantores é separada por degraus e por três fileiras de colunas do resto do salão e acima do qual há uma pequena tribuna. A pérgula é pintada com uma paisagem silvestre, retratando a floresta sagrada em torno da fortaleza do Santo Graal e quase todo o tema artístico da sala mostra por completo a saga de Parsifal e o Santo Graal. O alto teto foi feito em blocos de madeira entalhada, de formas quadradas e reproduzindo nas imagens os signos do zodíaco. Ludwig II levantou aqui um monumento à civilização medieval e ao mundo das sagas. Desde sua juventude, Tannhäuser, Parsifal e Lohengrin eram figuras com as quais o rei se identificava.

Na parede norte mais longa há uma arquibancada, em cujas prateleiras pode-se ver Flayetanis e Kyot, autor e tradutor da saga do Santo Graal. A parede de sustentação da galeria divide um corredor, cujo teto colorido também de formas quadradas mostra os nomes dos trovadores. 

Enquanto Ludwig era vivo, essa sala nunca foi usada para nenhum tipo de evento, nem grandes banquetes e nem apresentações musicais. Somente em 1933, por ocasião do 50. aniversário da morte de Richard Wagner e tão somente até o ano de 1939, foram realizados grandes concertos de gala. Durante tais eventos, a sala era iluminada por nada menos que 600 velas. O teto, originalmente projetado em madeira de pinho e no formato de quadrados, oferece uma excelente acústica ao ambiente. Somente a partir de 1969, graças à algumas iniciativas de se reutilizar a sala como local de eventos, é que finalmente começaram a ser promovidos novamente concertos anuais, sempre no mês de setembro.

Sala dos Cantores

A cozinha fica no andar térreo e junto com a despensa, são os únicos aposentos terminados, decorados e equipados deste andar. Foi equipada, segundo os critérios da época, com a mais moderna tecnologia de vanguarda. O equipamento inclui um grande fogão e um aparador, um grande e um pequeno espeto giratório automático, um grill embutido com um sistema de aquecimento, um forno de pão, um almofariz e um aquário de peixes.

A cozinha era projetada com um condutor de água fria e quente com tubulações que canalizavam tanto a fumaça como o calor para reaproveitamento em sistemas de aquecimento. A cozinha funcionou somente por dois anos.

Adjacente à cozinha ficam a despensa com armário embutido para louças e uma varanda envidraçada para a cozinha, bem como um armário para os funcionários.

Desde 1884, o castelo possuía um sistema de aquecimento central e o ar quente subia das grandes caldeiras para o aquecimento da água nos reservatórios que se encontravam em locais próximos à cozinha do andar térreo. O ar quente entrava nos ambientes dos andares superiores através de tubulações e entradas de ar.

Cozinha


MAIS DETALHES SOBRE O CASTELO E LUDWIG II:

Atualmente está quase esquecido que Ludwig II foi um patrono das invenções modernas e um precursor da introdução da eletricidade na vida pública da Baviera. Os seus castelos foram os primeiros a usar eletricidade (por exemplo a Gruta de Vênus de Linderhof) e outros equipamentos modernos. Através das suas atividades de construção, Ludwig II manteve vivos o conhecimento e a perícia de muitas artes peculiares que de outra forma teriam morrido, providenciando trabalho e rendimento a um largo número de artesãos, construtores, estucadores e decoradores, entre outros.

Quando as primeiras pedras de fundação foram colocadas em setembro de 1869, Ludwig esperava estar vivendo em seu castelo dentro de três anos. Quatro anos antes ele havia se mudado para a Casa de Guarda, que era, naquele momento, o único espaço pronto para a habitação. Os palácios foram finalizados sete anos depois, em 1880; e Ludwig finalmente se mudou para seus apartamentos pretendidos em 1884.

Uma vez que a casa de guarda e os palácios foram "coroados", o trabalho pôde prosseguir nas estruturas acessórias e no pródigo interior do próprio palácio. O complexo, tal como foi concebido, apresentava os seguintes elementos espaciais: a Casa de Guarda, dois pátios, o palácio, uma torre com uma capela ornamentada, uma Casa dos Cavaleiros, uma Casa das Senhoras e uma torre quadrada. A estrutura deveria ser composta principalmente de tijolos, assentados sobre uma base de concreto e revestidos de calcário. A torre só seria finalizada após a morte do rei em 1886, e mesmo assim apenas em uma forma simplificada; a torre de 90 metros de altura, que abrigaria uma capela gótica na sua base para formar o coração do castelo, nunca foi construída.

O Castelo de Neuschwanstein estava próximo da conclusão quando, em 1886, o Rei foi declarado insano pela Comissão de Estado liderada pelo Dr. von Gudden e aprisionado no castelo. O Rei dificilmente conseguia controlar o nervosismo e a fúria quando perguntou ao Dr. von Gudden: "Como pode declarar-me insano? Ainda não me examinou!". Levado para Berg, foi encontrado, no dia 13 de Junho de 1886, afogado em águas superficiais do Lago Starnberger, juntamente com von Gudden, o psiquiatra que o certificou. As circunstâncias exatas da sua morte permanecem inexplicadas. 

Ao final desse blog, criei uma página exclusivamente para contar a história completa da vida de Ludwig II. Para saber mais, acesse o link Rei Ludwig II.

Além dos castelos, está localizado na região, o Museu dos Reis da Baviera, em Hohenschwangau, dedicado a transmitir a história da dinastia dos Wittelsbach, desde seus primórdios até os dias de hoje.

Museu dos Reis da Baviera, com o Castelo de Neuschwanstein ao fundo

Instalado no antigo Grande Hotel “Alpenrose”, o museu é uma simbiose perfeita entre a paisagem e a arquitetura. O foco da exposição está nos reis Maximilian II e Ludwig II, que construiu o famoso castelo Neuschwanstein. Visitas guiadas em diversos idiomas e diferentes graus de aprofundamento levam em consideração as necessidades e interesses de visitantes de todo o mundo.

Horários de abertura: No verão, diariamente das 9:00 às 19:00 horas. No inverno, diariamente das 10:00 às 18:00 horas

CURIOSIDADES:

O Castelo de Neuschwanstein conta com uma média de 1,3 milhões de visitantes anuais. Cada verão, mais de 6.000 visitantes diários acumulam-se nas diferentes áreas que foram previstas para uma única pessoa. Contudo, o castelo tem igualmente inconvenientes, pois o estado livre da Baviera deve dispensar cerca de 11,2 milhões de euros por ano para a sua conservação e melhoramento dos serviços aos visitantes, mesmo que isso represente pouco face aos proveitos que o Castelo de Neuschwanstein gera.

O castelo hoje é propriedade do estado da Baviera, ao contrário do Castelo de Hohenschwangau que pertence aos sucessores da antiga família do príncipe herdeiro Rupprecht da Baviera e onde atualmente mora seu neto Franz, duque da Baviera. 

O Castelo de Neuschwanstein inspirou a construção de um outro castelo da Casa de Wittelsbach, o Castelo de Ringberg e é considerado contemporâneo do português Palácio da Pena, em Sintra, por vezes referido como "o Neuschwanstein português" (cerca de 1840).

A vizinha Marienbrücke sobre o desfiladeiro Pöllat, assim chamada em homenagem a Maria da Prússia, providencia uma estupenda vista das fachadas do Castelo de Neuschwanstein.

Está previsto que o Castelo de Neuschwanstein apareça nas moedas comemorativas de 2 euros da Série dos Estados Federados da Alemanha, em 2012.


Em 2007, foi finalista na seleção das Sete Maravilhas do Mundo Moderno.

E você sabia que Sissi, a Imperatriz da Áustria, era prima do Rei Ludwig II?

Além de ter servido de inspiração para o desenho do "Castelo da Cinderela" e de ser símbolo da Disneylândia e dos estúdios Disney, serviu de modelo no anime Cavaleiros do Zodíaco como o castelo do deus grego do submundo, Hades. E também serviu de fachada para a série Os Feiticeiros de Waverly Place. Aparece também no Jogo Ragnarok Online, onde os usuários disputam para serem seus donos. E também inspirou o castelo do Drácula no jogo Castlevania: Symphony of the Night.

O castelo pode ser considerado como um monumento dedicado a Richard Wagner, o qual Ludwig II da Baviera admirava muito tendo inclusive oferecido por muitos anos, proteção e uma vida economicamente estável. De fato, muitas das suas salas são inspiradas em óperas do compositor alemão.

Ludwig II da Baviera empenhou todo o seu patrimônio na construção do castelo, sempre supervisionando os trabalhos de perto. No entanto, habitou durante muito pouco tempo nessa residência. Durante a fase inicial observava o avanço dos trabalhos diretamente do castelo onde passou a infância, o vizinho Castelo de Hohenschwangau.

A Sala do Trono não tem trono, porque Ludwig II morreu antes que o trono ficasse completo, e por motivos financeiros, o estado da Baviera resolveu suspender a confecção do trono que seria em ouro maciço e por isso o espaço permanece vazio.

Ludwig II ordenou ao curador do castelo que interditasse as visitas dos curiosos depois da sua morte pois receava os danos e vandalismos à sua obra. Porém poucas semanas depois da morte do soberano, o castelo abriu as suas portas aos visitantes. É atualmente um dos lugares mais visitados da Alemanha em qualquer estação do ano.

Por fim, mais algumas das minhas fotos durante a visita aos dois castelos...


Vale do Alpsee


Castelo Hohenschwangau


Vista Lateral


Lago Alpsee


A cidade entre os castelos


Começando a caminhada...
Castelo de Neuschwanstein
Visão frontal
Visão Lateral


Os lagos Alpsee e Schwausee e o Castelo Hohenschwangau
A varanda da sala do trono
Marienbrucke e a cachoeira


Encantada


Ao fundo


Encantada é pouco!!


Ao final da tarde seguimos nossa viagem com direção à Garmish Partenkirchen, com uma paradinha para conhecer a Igreja de Wies, ou em alemão Wieskirche, que fica no caminho.

A Igreja de Wies ou Wieskirche é uma igreja de peregrinação no sudoeste da Baviera, a 5 km de Steingaden. O seu estilo rococó é conhecido em todo o mundo. O exterior razoavelmente sóbrio, com uma fachada simples com influências barrocas, não dão pista de seu espetacular interior. 

Visão Externa

Segundo a lenda, em 14 de Junho de 1738, uma camponesa viu lágrimas no olhos da estátua de Cristo que atualmente está no centro da igreja. O milagre causou uma grande peregrinação de fiéis querendo ver a estátua de Cristo e foi então que, entre 1745 e 1754, Dominikus Zimmermann construiu um local para a adoração da estátua de Cristo, a Igreja de Wies. 

A estátua do Cristo Flagelado

A igreja de peregrinação do “Cristo flagelado” recebe anualmente cerca de um milhão de visitantes, nos quais se incluem um grande número de peregrinos.

Em geral as igrejas de peregrinação são pequenas e até mesmo um pouco sem graça em termos de riqueza arquitetônica. Não é o caso desta, situada num local escondido, quase que se pode dizer que no meio do nada.

Já século XVIII esta igreja era conhecida em toda a Europa como um lugar de reverência ao Cristo Flagelado e uma famosa jóia da arquitetura barroca. Desde 1983 ela integra o Patrimônio Mundial da UNESCO.

Visão Interna
Visão Interna

A nave e o altar são de uma beleza incrível, cheias de rebuscamentos típicos do estilo projetado pelos arquitetos-irmãos Dominikus e Johann Baptist Zimmermam.

O altar é a parte mais sagrada da igreja e está separada do resto da igreja por um balcão de madeira com entalhes ricamente decorados. Foi criado por Balthasar August Albrecht (1687-1765). Na imagem abaixo pode-se ver que o altar é rodeado por esculturas impressionantes, 2 profetas do antigo testamento, Isaías e Malaquias, e 4 evangelistas, todos obras de Ägidius Verhelst (1696-1749).

O altar e a estátua do Cristo Flagelado

O afresco no teto do altar, obra de Johann Baptist Zimmerman é considerado um dos mais bonitos do seu gênero e realmente não faltam motivos para isso. A imagem descreve a elevação dos anjos formando a figura de um "S" e carregando os instrumentos de tortura da paixão de Cristo, perante a presença de Deus.

O afresco do altar

O enorme e magnífico afresco da nave central apresenta uma brilhante combinação da pintura de afrescos com a arte de estuque pois uma prolonga a outra. O afresco tem como ponto focal o Cristo Ressuscitado, que está entronizado no arco-íris, um símbolo do perdão e da aliança de Deus que vão desde os dias de Noé após o dilúvio, através da história do mundo, até o dia em que Cristo voltará à Terra em toda a sua glória.

Numa das extremidades do afresco encontra-se o trono do ultimo julgamento e na outra a porta para a eternidade.

O afresco do teto

Outros partes da Igreja de Wies são tão belos e ornamentados como o altar principal e os afrescos do teto, como por exemplo o Púlpito, a Galeria do Abade, os Altares Laterais e o Órgão. Este último foi construído em 1757 por Johann Georg Hörterich e possui 42 pontos de ressonância, divididos entre o órgão principal, o órgão do coro, o órgão de solo e os tubos de pedal.

Outro destaque na Igreja de Wies são as quatro grandes estátuas dos Padres da Igreja Ocidental que estão entre os pilares duplos, ao longo de ambos os lados da nave, e figuras menores enfeitam os altares de ambos os lados, de autoria de Anton Sturm (1690-1757)Elas representam os quatro grandes pais da igreja cuja mente teológica influenciou imensamente o cristianismo: Ambrósio de Milão, Jerónimo de Strídon, Agostinho de Hipona e Gregório, o Grande.

O Púlpito
Um dos altares laterais
A Galeria do Abade


O Órgão


As estátuas de Anton Sturm


O interior com um dos
altares laterais


Depois de visitar a Igreja de Wies, seguimos caminho em direção à Garmisch-Partenkirchen, famosa estação de esqui e nossa última parada do dia. Ufa!!! Porque foi bem cansativo!!!

A caminho de Garmish-Partenkirchen e os Alpes ao fundo

Garmisch-Partenkirchen é uma estância de esportes de inverno e foi sede dos Jogos Olímpicos de Inverno de 1936. O estádio Große Olympiaschanze foi o local onde se realizaram as cerimônias de abertura e encerramento, além de sediar as disputas do salto de esqui e um dos eventos do combinado nórdico. Nas proximidades da pista foram realizadas as provas do esqui cross-country.

Quando nós fomos,
durante o verão
Pista de Salto em Esqui

Durante o inverno


É uma cidade cheia de calçadões e ruas antiquíssimas, com casas perfeitamente conservadas e lindos afrescos nas fachadas, bem típica e com infraestrutura para o turista: lojas, restaurantes, farmácias, supermercados, etc. Tudo com muito charme.  

O Centro de Garmish-Partenkirchen

Garmisch e Partenkirchen, originalmente eram duas cidades em separado. Elas se uniram para poderem sediar as Olimpíadas de Inverno da Alemanha, dando origem a Garmisch-Partenkirchen. No entanto, ambas possuem seus próprios centros históricos e características diferentes. Como ficam um pouco distantes é um passeio para se fazer de carro ou taxi.

Em Partenkirchen, as casas têm as fachadas lindamente decoradas com floreiras e pinturas, principalmente na avenida principal, a Ludwigstrasse. Estas não são apenas sobre temas religiosos, como em Oberamergau, mas sobre eventos do dia a dia como festas e caçadas. Os antigos bebedouros para cavalos, adornados com muita criatividade, também são lindos. 

Ludwigstrasse














O  centro de Garmisch é lindo e charmoso, com uma praça enorme, linda, com vista das montanhas e bem no meio da cidade. É super florida, bem cuidada e com bancos virados para as montanhas. As ruas ao redor são uma incrível descoberta de casas com as mesmas fachadas pintadas, uma diversão garantida ficar descobrindo os temas e personagens nas pinturas.

Os calçadões
As fachadas pintadas
Centro de Garmisch

A praça central

Centro de Garmisch

A vista das Montanhas

Na rua Frühlingstrasse, algumas casas são de antes do ano 1298! Na fachada de uma das casas dessa rua, há uma lista com o ano de nascimento e morte dos seus moradores desde o ano de 1436. Já a rua Loisachstrasse tem uma moradia com a fachada mais florida que vimos até hoje. Por sua vez, a rua Fürstenstrasse, tem casas que datam do ano de 1600, com as fachadas pintadas lindamente.
E além destes passeios descobrindo essas lindas fachadas, é imperdível dar uma passada em duas lojas que são simplesmente divinas!!! A Chocolaterie Amelia e o Café Krönner... as fotos falam por si só!!!

A Chocolaterie Amelia existe desde 2003, portanto eu não tive a felicidade de conhecê-la durante a minha viagem... mas encontrei um post sobre ela durante as minhas pesquisas para o blog e fiquei encantada!!! Dê uma olhada no website (www.chocolaterie-gap.de) e veja que maravilhas são produzidas nesta loja!!! 

O Café Krönner também descobri durante as minhas pesquisas, porque quando visitei GP já era bem no final da tarde e o dia tinha sido bem cansativo... Foi só um passeio pela cidade para conhecer e depois do jantar fomos todos descansar no hotel... Mas voltando ao Café Krönner, também achei muito interessante, porque é um misto de cafeteria, confeitaria e chocolateria... Foi fundado em GP no ano de 1934 mas a tradição confeiteira já está na mesma família há 250 anos, sendo considerada a mais antiga cafeteria da Alemanha. Conheça mais da história no website https://chocolatier-kroenner.de


Chocolaterie Amelia
Dá pra resistir?


Café Krönner


Ai jiguizzzzzzzzzz!!!

E continuando as atrações de GP, não deixe de conhecer o Michael Ende Kurpark (jardins de spa) que está localizado no coração de Garmisch. É um oásis tranquilo e pacífico, o lugar perfeito para relaxar. Cercado por árvores antigas, majestosos canteiros de flores e um colorido lago com nenúfares, onde você pode relaxar, ler, apreciar o silêncio ou deixar sua mente vagar. Incontáveis bancos, xadrez ao ar livre, bocha e uma histórica pista de boliche são outros incentivos para que você fique por mais tempo e divirta-se!!

Durante os meses de verão, o silêncio é interrompido por um curto período de tempo pelos concertos diários ao vivo, o Musik im Park, do clássico ao big band, em frente ao prédio em forma de concha. Caso contrário, o parque de 35.000m² e suas 40.000 plantas é sempre um local de lazer e relaxamento.

Michael Ende Kurpark

No quesito natureza, algumas das melhores atrações de GP são a Partnach Gorge, o Eibsee e o Zugspitze, a montanha mais alta da Alemanha. 

A Partnach Gorge nada mais é do que uma trilha num canyon. Tem 699 metros de comprimento e ora é escavada na pedra, ora feita de decks de madeira construídos pelo homem, além de túneis e passagens que se descortinam junto ao Rio Partnach. 

Aliás, a única coisa que separa as pessoas do rio é um cabo de aço. O barulho da água é ensurdecedor e as oportunidades de fotografia inúmeras. Não esqueça de olhar para cima também. O canyon é bem estreito e as paredes de pedra chegam à 86 m de altura.

A trilha e o cabo de aço
A turbulência das águas
Visual maravilhoso

O Eibsee é um lago localizado a 9 km a sudoeste de GP e a cerca de 100 km a sudoeste de Munique. Tem uma altitude de 973,28 metros e sua área é de 177,4 hectares. O Eibsee localiza-se na base da montanha Zugspitze.

Lago Eibsee

O Zugspitze (em alemão: Zug = "trem", Spitze = "pico") é uma montanha situada nos alpes bávaros ao sul de GP. É o ponto mais alto da Alemanha, com os seus 2.962 metros de altitude. Situa-se sobre a fronteira com a Áustria, mas o cume é na Alemanha. O nome tem origem provável nas avalanches, que deixavam marcas bem características de pedras e seixos nas encostas.

Foi pela primeira vez escalado por uma equipe de topógrafos e agrimensores no verão de 1820.

É possível escalá-lo usando trilhas de montanhismo. Da base até ao cume, o tempo de subida é, em média, de dois dias. Comida e alojamento de refúgio encontram-se disponíveis em alguns dos traçados das trilhas. A temperatura mais baixa já registada no Zugspitze foi de -35,6°C em 14 de fevereiro de 1940.

O Zugspitze fica numa região com ampla oferta de desportos de inverno e dispõe de um pequeno glaciar, o Schneeferner, que se tem vindo a retrair nas últimas décadas. Local muito turístico, o cume é facilmente acessível por caminho-de-ferro seguido de teleférico, tanto do lado alemão como do lado austríaco. Do cume vê-se quatro países: ao longe vê-se Munique, Alemanha; o Grossvenediger na Áustria; o Piz Bernina na Suíça, e as Dolomitas na Itália.

Montanha Zugspitze

Um dos momentos marcantes desse dia, foi um pouco antes de voltarmos para o hotel e que observamos pequenos pontos de fogo nas montanhas. 

No dia 21 de Junho é comemorado o dia de São Lourenço, em todo o hemisfério norte e é o início do verão (Solstício de Verão). É comum ver essas pequenas comemorações com fogueiras nas montanhas em toda a Europa nos dias próximos à essa data.

Dia de São Lourenço, o solstício de verão



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