Munique 3


*** Munique 3 ***
25 de Junho de 1997


Quarta-feira, 25 de Junho de 1997

Acordamos cedinho e fomos fazer um CityTour por Munique e com uma visita ao Nymphenburg Schloss e seus jardins. Pra mim foi uma segunda visita ao Palácio, pois já o tinha visitado no primeiro tour. Para ler a apresentação completa do Nymphenburg, com pesquisas e fotos, clique na página Munique 1.

Munique possui edifícios de administração pública não apenas circunspectos ao poder local, como as correspondente Nova e Velha Prefeitura, ou Altes e Neue Rathaus, mas também edifícios da administração estadual, onde decisões de âmbito do interesse público são tomadas, sejam elas de âmbito local, regional ou nacional. Além da Prefeitura que já vimos na Página Munique 1, outros dois edifícios de suma importância para a administração estadual são o Bavarian State Chancellery e o Maximilianeum Parlament.

A Chancelaria do Estado da Baviera, em alemão Bayerische Staatskanzlei, é onde se encontra o Governo do Estado da Baviera e está localizado em frente à praça Hofgarten, um belo jardim renascentista em estilo italiano.

O imponente edifício foi erguido de 1989 a 1993 em torno da cúpula central do antigo Museu do Exército da Baviera, com a adição de estruturas em vidro nas laterais do edifício original, dando uma inovadora combinação entre o novo e o antigo.

Bavarian State Chancellery

O segundo edifício de extrema relevância administrativa é o Parlamento do Estado da Baviera, ou Maximilianeum Parlament. O edifício está situado na margem do rio Isar, antes da ponte Maximilian e marca a extremidade leste da Maximilianstrasse, uma das avenidas principais de Munique, que é emoldurada por palácios neogóticos influenciados pelo estilo inglês. 

Devido a problemas estéticos, a construção só foi concluída em 1874 e a fachada do Maximilianeum que foi originalmente planejada também em estilo neogótico teve que ser alterada em estilo renascentista sob a influência de Gottfried Semper. A fachada foi decorada com arcos, colunas, mosaicos e nichos cheios de bustos. O prédio foi ampliado para os novos escritórios do parlamento e várias alas modernas foram acrescentadas em 1958, 1964, 1992 e novamente em 2012.

Maximilianeum Parlament

Nosso city tour passou também por alguns monumentos e pontos turísticos famosos de Munique, o primeiro deles foi o Isartor ou Isar Gate, um dos antigos portões medievais da cidade.

A muralha da antiga cidade medieval de Munique apresentava cinco portões, mas hoje existem somente três deles: o Isartor, o Sendlinger Tor e Karlstor. Os outros dois portões, Angertor e Schwabinger Tor foram destruídos.

O Isar Gate, ou Isartor em alemão, é um dos quatro principais portões originais da muralha medieval da cidade e provavelmente o mais famoso. Ele serviu como uma fortificação para a defesa e é o mais oriental dos três portões góticos remanescentes. O portão está localizado perto do Rio Isar que obviamente lhe conferiu o nome. Foi construído em 1337 na ampliação de Munique e quando da construção da segunda muralha da cidade entre 1285 e 1337, que foi concluída sob o imperador Ludwig IV. 

Isar Gate

Inicialmente, o portão consistia em uma única torre de portão principal com 40 metros de altura. Somente com a construção da parede do fosso da torre do portão foram adicionadas as duas torres laterais de flanco e servidas como barbacãs. O Isartor é hoje a única porta medieval no centro de Munique e que conserva a sua principal torre original. As torres octogonais menores foram construídas somente mais tarde, no início do século XV. Os afrescos da fachada, criados em 1835 por Bernhard von Neher, retratam o retorno vitorioso do Imperador Ludwig IV após a Batalha de Mühldorf em 1322.

O Isartor abriga hoje um museu humorístico dedicado ao comediante e ator Karl Valentin. E também um café para visitantes foi integrado.

Afrescos da fachada de Isartor

Além do Isartor, o Sendlinger Tor é outro dos antigos portões da cidade e fica localizado na extremidade sul da área histórica da cidade. Ele serviu como uma fortificação para a defesa e tem aproximadamente 525 metros (1.722 pés) acima do nível do mar.

Assim como o Isartor, fez parte da grande expansão urbana de Ludwig, o Bávaro que construiu uma segunda muralha com quatro portões da cidade. Em 1318, Sendlinger Tor foi mencionado pela primeira vez como um ponto de partida para a estrada para a Itália. Originalmente, havia apenas o distinto portão central da torre, típico dos portões da cidade de Munique da época. Em 1420, foi complementado pelas duas torres de flanco, que eram necessárias para terminar adequadamente o fim da muralha externa da cidade.

Em 1808 a torre central foi demolida. Em 1860 foi feita uma restauração das duas torres de flanqueamento medievais restantes e da parede com três arcos. Em 1906, esses três arcos originais foram substituídos pelo único arco grande.

Na Segunda Guerra Mundial, o portão mal foi danificado. Foi remodelado nos anos 80. Uma das atrações do Sendlinger Tor é que pode-se ver um pedaço remanescente da antiga muralha da cidade.

Sendlinger Tor

O terceiro portão de Munique é o Karlstor, cujo nome original até 1791 era Neuhauser Tor, e servia como uma grande fortificação defensiva e de passagem durante a Idade Medieval até o final do século XVIII.

Ele está localizado no extremo oeste da Neuhauser Straße, uma parte da zona de pedestres no centro de Munique e separa o centro histórico dos bairros mais suburbanos. O Karlstor recebeu seu nome da famosa praça Karlsplatz-Stachus, um dos lugares mais movimentados da cidade, um verdadeiro ponto de encontro dos moradores de Munique.

Praça Karlsplatz Stachus com o Karlstor ao centro

Em 1857, os estoques de pólvora que estavam armazenados em um anexo da entrada da torre principal explodiram e danificaram tanto o anexo e a torre principal e logo depois ambos tiveram que ser demolidos. As duas torres flanqueadoras remanescentes foram redesenhadas e depois conectadas a uma nova ponte. Em 1861, Arnold Zenetti redesenhou o Karlstor para o estilo neo-gótico.

Entre 1970 e 1972, a cidade estava praticamente em obras com os preparativos para as Olimpíadas de Verão de 1972. Na região estavam em construção uma nova zona pedonal central, um novo sistema de transportes públicos e o centro comercial subterrâneo Stachus-Einkaufszentrum. E no meio destas obras, descobriu-se um túnel de escape em alvenaria, que soldados e talvez até civis poderiam usar para escapar ou entrar na cidade e ficar atrás das linhas inimigas durante a guerra. Hoje um pequeno pedaço deste túnel está em exibição no Stachus-Einkaufszentrum.

Karlstor

Continuamos nosso city-tour e passamos pelo Deutsches Museum, que é um museu alemão dedicado às Ciências. Foi fundado em 1903 mas só abriu as portas ao público pela primeira vez, em 1906 com exposições em salas ainda temporárias, pois o edifício principal só foi inaugurado em 1925. Em 1932 realizou-se a inauguração da Biblioteca e em 1935 o edifício de Congressos.

Ficou muito danificado durante a 2ª Guerra Mundial e só reabriu em 1948, três anos após o fim da guerra. Neste mesmo ano, uma outra sala dedicada às Ciências e à Aviação foi inaugurada. Hoje em dia, o propósito deste museu é proporcionar aos visitantes e aficcionados fácil acesso à compreensão das Ciências Naturais e do avanço tecnológico e científico.

As coleções abrigam mais de 18.000 objetos catalogados em cinquenta categorias, entre elas "Técnica" e "Ciências Naturais", expostas no edifício principal. Já a biblioteca do museu monopoliza cerca de 850.000 livros e textos originais, de grande valor histórico e cultural.

Deutsches Museum

Interior do Deutsches Museum

Continuando nosso passeio do city-tour chegamos a um dos pontos turísticos de maior importância da cidade que é a a Residência de Munique. Nosso tour só passou pela frente e acabamos não conhecendo todo o complexo do Palácio, o que pra mim foi uma pena, porque adoro passeios assim... mas isso não me impede de fazer uma pesquisa sobre o assunto para deixar o blog bem completinho... e já sei que é visita para uma tarde inteira com direito a muita caminhada!!!

A Residência de Munique, em alemão Münchner Residenz, é um palácio situado no centro da cidade e foi a residência oficial dos duques, dos eleitores e dos reis da Baviera da Casa de Wittelsbach. No link Casa de Wittelsbach você encontra algumas explicações sobre essa família tão importante e querida na Baviera assim como a árvore genealógica para acompanhar as diversas narrativas da história da Residência de Munique.

É o maior palácio urbano na Alemanha, servindo, atualmente, como um museu de decoração de interiores, considerado um dos mais belos da Europa. Também abriga uma sala de concertos, a Casa do Tesouro Real e o Teatro Cuvilliés.

Vista aérea da Residência de Munique

O que começou em 1385 como um castelo no canto nordeste da cidade, foi sendo transformado pelos governantes ao longo dos séculos em um magnífico palácio, com belíssimos edifícios e jardins. Os quartos e coleções de arte abrangem um período que começa com o Renascimento e se estende através do barroco e rococó até o Neoclassicismo. Grande parte da residência foi destruída durante a Segunda Guerra Mundial e desde 1945 foi gradualmente sendo reconstruída. O local é, atualmente, um dos maiores complexos de museus na Baviera.

Vista aérea com destaque para os pátios internos

O complexo é composto por dez pátios e o museu por 130 salas. O palácio está dividido em três áreas principais: a Königsbau, ou a "Ala do Rei" e que faz frente para a Max-Joseph-Platz; a Maximilianische Residenz a qual constitui a fachada da residência voltada para a rua e uma grande parte das alas interiores; e a Festsaalbau virada para o Hofgarten, ou Pátio do Jardim. A passagem dos séculos fez crescer no palácio uma mistura dos estilos arquitetônicos do Renascimento, Barroco, Rococó e Classicismo. 

Mapa da Residência (em inglês)

No norte da praça Max-Joseph Platz está a Königsbau, que seria a Ala do Rei da Residenz, a antiga residência dos reis da Baviera, cuja fachada foi feita à imagem e semelhança, a pedido do rei Ludwig I, ao Palazzo Pitti de Florença.

Königsbau e a Max-Joseph Platz

Na Residenzstrasse, rua que fica a oeste da praça está outra parte da fachada da Residenz, a chamada Maximilianische Residenz, ou Residência de Maximiliano. 

Em frente à Residência de Maximiliano, há leões verdes segurando uma espécie de escudo, cuja base contém leões menores. Além de guardarem a antiga residência real, guardam lendas.

Maximilianische Residenz

Uma delas dá conta de que passar a mão em seu focinho, que depois de tantos anos sendo alisado já está dourado, nos traz sorte. Não se sabe bem de onde vem este mito, mas há quem diga que tudo começou com um estudante que desafiou o rei Ludwig I e a vida desregrada que ele levava, escrevendo uma carta criticando-o.

O tal estudante foi preso por sua ousadia e, não se sabe exatamente como, impressionou o rei que o mandou soltar. Inebriado de felicidade, o moço tocou o focinho dos leõezinhos e desde então se acredita que dá sorte.

São quatro leões no total e há ainda quem diga que cada um deles tem a capacidade de realizar desejos para quem passa a mão em seu focinho: um deles pode nos trazer amor, o outro riqueza, o terceiro, saúde e por fim prosperidade. Os especialistas dizem que só podemos escolher três deles. Quem for guloso e pedir as quatro graças, perderá todas. 

Os leões da Maximilianische Residenz

O complexo abriga ainda o Museu Residenz, o Teatro Cuvilliés e a Câmara de Tesouros. O Museu Residenz é a parte mais extensa e subdividida em várias outras seções. Vou falar primeiro somente sobre o Museu e posteriormente continuo a narrativa falando sobre o Teatro Cuvilliés e a Câmara dos Tesouros.

 Museum Residenz

Museum Residenz

Museum Residenz com o Hofgarten

O museu da Residenz foi aberto ao público nos anos 1920 e é atualmente um dos mais importantes museus palácios da Europa. A função do Residenz como a residência principal e sede da monarquia da Baviera ainda se reflete em sua arquitetura e mobiliário. O palácio conta com uma decoração requintada nos quartos, e com móveis e pinturas, tapeçarias, tesouros e itens de devoção religiosa que possuem uma relevante importância artística e histórica. 

Os principais pontos de interesse no museu são:

1) Antiquarium:
O lugar mais incrível de todo o palácio é este imenso e luxuoso salão com 66 metros de comprimento todo decorado com mármore, obras de arte, pinturas lindíssimas no teto e luz natural entrando pelas janelas laterais. O Antiquarium é a área mais antiga do Residenz, tendo sido construído a mando do Duque Albrecht V, entre os anos de 1568 e 1571, para a sua coleção de esculturas antigas, daí o nome “Antiquarium”. De 1581 a 1600, os sucessores de Albrecht V, duque Wilhelm V e seu filho Maximilian I, transformaram o Antiquarium em um salão para festas e banquetes. 

Antiquarium

2) Galeria dos Ancestrais:
Toda ornamentada, esta Galeria dos Ancestrais possui mais de 100 retratos de membros da família Wittelsbach e chega a reluzir de tantos adornos dourados. Com a Galeria dos Ancestrais, o eleitor Karl Albrecht criou um esplêndido monumento para chamar a atenção para o posto e as conexões da dinastia. Foi daí que derivou sua reivindicação ao trono imperial, que ele alcançou com sucesso em 1742. 

Em uma sala adjacente ricamente decorada fica uma exposição de porcelanas. Este cenário requintado foi usado por ordem de Karl Albrecht para "tesouros hereditários e pessoais" e que não estavam à venda, que foram efetivamente apresentados em caixas de vidro montadas na parede com espelhos. 

Galeria dos Ancestrais
Sala das Porcelanas

3) Hofkapelle:

Esta belíssima capela do início do século XVII foi construída em homenagem à Virgem da Imaculada Conceição e não está acessível para os visitantes. É possível somente ver uma parte dela a partir de um dos corredores do Residenz.

No início do século XVII, Maximiliano I construiu uma nova capela de dois andares para substituir salas de oração mais antigas. O coro semicircular foi adicionado em 1630. Enquanto os membros da corte se reuniam no térreo da capela, a família governante comparecia à missa diária das galerias, que podiam chegar confortavelmente de seus aposentos.

Hofkapelle

4) A Escadaria Imperial e o Salão Imperial:
A Escadaria Imperial se abre para o vestíbulo da Sala Imperial, ambos construídos sob Maximiliano I no início do século XVII e nesse período foi a maior e mais importante sala da Residência para as festividades e um lugar de extrema importância cerimonial.

Os aposentos de estado criados por Maximiliano I, eram alcançados pela Escadaria Imperial, um lance de escadas amplas e magnificamente decoradas na ala norte do Pátio Imperial, que foi concluído em 1616 e continha inúmeras imagens glorificando os nobres ancestrais da Dinastia Wittelsbach.

Escadaria Imperial

O Salão Imperial, ou Kaisersaal em alemão, era onde aconteciam os bailes da corte, também está na lista dos imperdíveis. É um belíssimo salão ricamente decorado com mármore, tapeçarias e um teto dourado deslumbrante.

Salão Imperial

O Salão dos Quatro Cavalos Brancos, ou Vierschimmelsaal em alemão, fica do lado oeste do Salão Imperial e foi construído em 1614. Originalmente servia como antessala para os Quartos de Pedra que eram os aposentos reservados ao imperador quando ele permanecia na Residência de Munique. Nessas ocasiões, o importante visitante fazia suas refeições no Salão dos Quatro Cavalos Brancos, com os membros de mais alto escalão de sua corte.

O salão leva o nome de uma pintura que não existe mais no centro do teto, mostrando Apolo em sua carruagem puxada por quatro cavalos brancos. Em volta dessa imagem dedicada ao sol, havia seis pinturas que mostravam os planetas que haviam sido identificados por esse período na forma de vários deuses.

Salão dos Quatro Cavalos Brancos

5) Reiche Kapelle:
A Reiche Kapelle, ou rica capela em português, foi consagrada em 1607 e era o local privado de culto do duque Maximiliano I e sua esposa. Foi aqui que o duque manteve sua coleção de relíquias preciosas: os restos corporais dos santos. Por causa dos poderes benéficos atribuídos às relíquias, a rica capela tornou-se o centro ideológico e espiritual da residência barroca.

De acordo com a sua importância excepcional, a capela foi decorada usando mármore colorido e relevos dourados. As paredes são forradas com painéis com temas de paisagens e ornamentação floral, artisticamente criados a partir de técnica de scagliola, que dá uma acabamento em paredes revestidos com estuque e que imita a superfície reluzente do mármore real.

Grande parte da decoração original da Reiche Kapelle ainda está presente, incluindo o altar com seus notáveis ​​relevos de prata dos ourives de Augsburgo, Hans Schebel e Jacob Anthoni, o órgão ornamentado e o relicário de cristal gravado.

Reiche Kapelle

6) Quartos de Charlotte:
Na época de Maximilian I existia um corredor antigo que ligava as salas mais antigas do Residenz às áreas mais novas e que foram transformadas em apartamentos para a visita de governantes e outros convidados. Duzentos anos mais tarde, em 1814, a princesa Charlotte Auguste, a filha do rei Maximilian I Joseph da Baviera, reformou os quartos para seu próprio uso, batizando os quartos com seu nome.

Os três quartos do Charlotte na parte oeste da suíte ainda hoje contêm os móveis que pertenceram ao primeiro rei da Baviera, Maximilian I e sua família, e dão uma impressão do estilo de vida na corte no início do século XIX.

Quarto de Charlotte

7) Palácio Real (Königsbau):
Imediatamente depois que assumiu o poder em 1825, o rei Ludwig I começou a construir um novo palácio residencial, na parte sul do complexo do Residenz, chamada de Königsbau, que era a antiga residência dos reis da Baviera. Seu amor pela Itália determinou o estilo da extensão, projetada usando elementos derivados do Palazzo Pitti e do Palazzo Rucellai em Florença que se observam especialmente na fachada da Max-Joseph-Platz. O novo edifício foi concluído em 1835.

Os apartamentos adjacentes do casal real ficam no andar principal. O que era novidade naquela época é que os aposentos reais estavam "à vista do povo". Mesmo durante o reinado de Ludwig I, os quartos podiam ser visitados durante a ausência do monarca.

Cada detalhe dos apartamentos reais, incluindo as paredes e os móveis, foi projetado em um estilo único pelo arquiteto do Palácio Real, Leo von Klenze, o principal expoente do neoclassicismo em Munique. Todo o mobiliário foi feito pelos marceneiros e escultores de Munique em 1834-35.

O Palácio Real foi severamente danificado em 1944, mas em 1980 os quartos foram remodelados como no ano em que o edifício foi concluído, com base em um inventário datado de 1835. Munique, assim, recuperou um conjunto único de quartos no estilo neoclássico tardio.





Além dos Apartamentos Reais que ocupavam uma grande parte da frente do Königsbau dando vista para a Max-Joseph Platz, existiam uma infinidade de outros aposentos com finalidades diferentes. No total, a Residenz conta com 130 quartos que foram preenchidos com móveis e pinturas a óleo, tapeçarias e porcelanas dos melhores artistas do seu tempo.

Os Quartos Eleitorais eram ocupados pelos Eleitores ou Príncipes-Eleitores e eram todos decorados e mobiliados no mais puro estilo rococó. Os eleitores ou príncipes-eleitores, em alemão Kurfürsten, foram os membros do colégio eleitoral do Sacro Império Romano-Germânico, tendo desde o século XVI, a função de eleger o Imperador do Sacro Império Romano Germânico.

Quartos Eleitorais
Quartos Eleitorais

Os Quartos Ricos, que adquiriram seu nome no século XIX, são um ponto alto do estilo rococó da corte alemã. O eleitor Karl Albrecht tinha esta suntuosa suite de quartos concebidos e mobilados de 1730 a 1737 pelo arquiteto François Cuvilliés, projetou não apenas a planta dos quartos, mas também a decoração dos painéis das paredes, o estuque e alguns dos móveis. Trabalhando em estreita colaboração com os artistas da corte altamente qualificados, ele foi capaz de criar uma série única de interiores que são obras de arte.

A Sala da Audiência era o local onde os enviados estrangeiros eram oficialmente recebidos no tribunal. A Galeria Verde foi o cenário para festividades esplêndidas para as quais o Eleitor convidava regularmente membros selecionados do tribunal. No entanto, esta sala não era usada apenas para reuniões festivas, mas também era uma galeria de fotos e espelhos. A Câmara de Conferências foi reservada para audiências privadas para pessoas do mais alto nível e membros da família imediata do eleitor. Porque esta sala ocupava um lugar mais importante na cerimônia do tribunal do que as outras salas de recepção, o seu trabalho de estuque e escultura são ainda mais ornamentados.

Quando os aposentos foram reconstruídos após o severo dano em 1944, a maioria dos trabalhos de estuque, tapeçarias e painéis foi reproduzida com base na decoração original, de modo que os quartos agora parecem muito como quando foram criados.

Sala de Audiência
Galeria Verde
Câmara de Conferências

8) Coleções: 
Na parte de trás do Palácio Real, o Königsbau, pode-se ver em destaque várias obras-primas das antigas coleções de relicários, porcelana e prata da Casa de Wittelsbach, e sua preciosa coleção de quadros em miniatura que estão expostas em mais de 20 salas de exposições. Estes ocupam um total de quatro andares atrás dos Nibelungen Halls e dos apartamentos reais, com os quais estão diretamente conectados através de uma escada interna. Eles são acessados no primeiro andar superior através da Escadaria Rainha-Mãe e da Antecâmara no Apartamento da Rainha.

Uma das várias salas com as exposições das coleções dos Wittelbachs

No século XIX, os relicários ainda eram considerados o tesouro mais valioso da residência. Em 1577, o duque Wilhelm V recebeu a permissão necessária para adquirir relíquias do papa. O filho de Wilhelm, Maximiliano I, expandiu a coleção e abrigou os relicários (recipientes preciosos feitos para relíquias) na Rich Chapel, seu local privado de adoração. Cerca de sessenta relicários sobreviveram de um período que data de cerca de 1590 a 1640. Eles incluem trabalhos notáveis ​​de ourives de Munique e Augsburg.

Coleções de Relicários

A coleção Wittelsbachs de arte do Extremo Oriente consiste em mais de 500 peças de porcelana da Ásia Oriental e alguns itens lacados. A maioria das exposições foram adquiridas por volta de 1700 pelo Eleitor Max Emanuel. Os itens de porcelana mais antigos da residência são as tigelas e placas chinesas azuis e brancas da dinastia Ming, que datam de cerca de 1600. A coleção também inclui porcelana japonesa e porcelana chinesa Imari, que foi baseada em modelos japoneses e produzida especialmente para mercado europeu. 

Coleções de Porcelanas

Há também os numerosos itens em bronze dourado e que são um destaque especial. Também estão expostas coleções especiais, como prata, vestimentas eclesiásticas e porcelanas da Europa e da Ásia Oriental.

O tour da Residência de Munique compreende a notável Nottbohm Collection of European Miniatures, uma extensa coleção de belos retratos em miniatura que datam do final do século XVI até meados do século XIX.

Coleções de Retratos em Miniaturas

Bom, terminado o passeio pelo Residenz Museum, é hora de conhecer as outras partes que compõem a Residência: a Câmara dos Tesouros, o Teatro Cuvilliés, os Jardins da Corte, a Igreja de Todos os Santos, os Pátios Internos e mais alguns... ufa!!! Haja perna!!!

A Câmara dos Tesouros fica na Ala do Rei, o Königsbau, ao lado dos Apartamentos Reais e é onde ficam os mais de 1.250 tesouros de época, peças muito distintas que vão desde jóias, objetos, ourivesaria, espadas, objetos de cristal e marfim, peças em esmalte e muitos mais itens que foram colecionados durante séculos por parte dos governantes e figuras importantes da Baviera. Com uma extensa coleção que começa sua história em 1565 com o duque Alberto V, o tesouro dos Wittelsbach contém as insígnias reais e as jóias da família desde a Idade Média até o Classicismo, formando uma das coleções mais importantes do mundo no seu estilo.

Fachada do Tesouro

O Tesouro atingiu sua extensão total no início do século XIX, com o acréscimo da insígnia real do recém-criado Reino da Baviera e de várias obras de arte medievais que foram adquiridas como resultado do confisco de propriedades da igreja em 1803.

Juntamente com este tesouro profano, a Residência de Munique também possuía valiosos instrumentos e relíquias litúrgicas (relicários). Este tesouro sagrado foi adquirido no início do século XVII por Wilhelm V e Maximiliano I para a Capela da Corte na Residência.

As jóias da coroa no Tesouro

O que hoje é chamado de Teatro Cuvilliés, em homenagem a seu arquiteto, François Cuvilliés, o Velho, consiste no auditório de um teatro que o Eleitor Maximiliano José III construiu em 1751-55 como sua "nova casa de ópera". Originalmente reservado exclusivamente para membros da corte, o teatro ficava próximo da residência. Muitas produções de ópera luxuosas foram montadas aqui, incluindo as primeiras apresentações de Idomeneo, de Mozart, em 1781.

O prédio que abrigava o teatro foi destruído em 18 de março de 1944, durante a Segunda Guerra Mundial. Seu lugar no local entre o Palácio Real da Residência e o Teatro Nacional de Max-Joseph-Platz foi ocupado pelo New Residence Theatre, erguido de 1945 a 1951.

As esculturas em madeira pintada e outros acessórios do Teatro Cuvilliés foram removidos com segurança em 1943 e todos sobreviveram ao teatro original. Em 1956, eles foram apresentados à Administração Bávara de Palácios, Jardins e Lagos do Estado, que os restaurou nos próximos dois anos e os remontou em um novo prédio perto do Tribunal de Boticário da Residência. O Teatro Cuvilliés, também conhecido como Teatro da Antiga Residência, para distingui-lo do novo edifício do pós-guerra, foi reinaugurado e agora é alcançado a partir do Tribunal da Fonte.

Nada resta da pintura de teto de Johann Baptist Zimmermann que originalmente enfeitava o auditório, mas a elaborada decoração esculpida das camadas, com suas figuras, ornamentos florais e padrões, faz do Teatro Cuvilliés não apenas uma obra importante do rococó bávaro, mas também maravilhoso trabalho de restauro como poucos iguais na Europa.

O compositor Mozart foi quem estreou o teatro sob o nome de Teatro Cuvilliés, com uma performance de O Casamento de Figaro, de Mozart. O teatro foi novamente renovado e tecnicamente modernizado de 2004 a 2008.

Teatro Cuvilliés

E continuando a visita às outras partes da Residenz de Munique, encontramos a Igreja de Todos os Santos, ou em alemão Allerheiligen-Hofkirch, que foi encomendada pelo Rei Ludwig I e construída entre 1826 e 1837, a partir de desenhos de seu arquiteto da corte, Leo von Klenze. Em uma visita a Palermo em 1823, quando ele ainda era o príncipe herdeiro, o rei ficou tão impressionado com a capela palatina normanda-bizantina, datada do século XII, que expressou o desejo de ter uma igreja semelhante na residência. Enquanto Klenze tinha que cumprir os desejos de Ludwig, ele interpretou os modelos medievais no espírito do estilo neoclássico que ele preferia.

Igreja de Todos os Santos

A abóbada e as absides da nova capela da corte foram originalmente decoradas com afrescos coloridos em um terreno de ouro, e as paredes eram revestidas com mármore colorido de estuque. O rei e a corte participavam da missa nas galerias diretamente acessíveis da residência. Os cidadãos de Munique entravam na igreja no lado leste, que tinha uma fachada em uma combinação de estilos românico e gótico.

A Igreja da Corte Católica na residência foi particularmente importante porque foi o primeiro edifício da Igreja na Baviera após a secularização de 1803. É por essa razão que foi dedicado a "Todos os Santos".

Após a destruição maciça na Segunda Guerra Mundial, somente em 2003 que a igreja foi reaberta ao público. As partes sobreviventes do edifício original foram restauradas e as seções perdidas foram cuidadosamente substituídas. O interior foi então reformado em um estilo simples e moderno como local para shows e outros eventos.

Interior da Igreja de Todos os Santos

O Jardim da Corte, ou Hofgarten, é outra parte famosa na visita à Residência de Munique. Foi construído entre 1613 e 1617, a pedido do Eleitor Maximiliano I, ao mesmo tempo que os edifícios novos e demais extensões

O jardim original era elaborado, contendo um templo circular, avenidas de amoreiras, fontes, arcadas, sebes ornamentais e árvores frutíferas. O jardim ficava do lado de fora do fosso que cercava a maior parte da residência. O jardim como um todo foi redesenhado várias vezes de acordo com os gostos predominantes. O trabalho de restauração realizado após a Segunda Guerra Mundial restabeleceu os caminhos originais e o arranjo de árvores estabelecido em 1776.

Hofgarten com a Residência e a Igreja dos Teatinos

A entrada principal do jardim tem a Igreja dos Teatinos na frente. No meio dos jardins fica o Templo de Diana que foi projetado em 1615 por Heinrich Schön. Contém oito arcos refletindo a divisão do jardim por caminhos transversais e diagonais. O pavilhão apresenta em seu topo uma cópia do Tellus Bavarica, uma figura de bronze monumental simbolizando os tesouros da terra da Baviera: grãos, caça, água e sal. 

Templo de Diana no Hofgarten

Outra característica marcante da Residência de Munique são os inúmeros pátios internos. A maioria deles foi criada quando novos prédios eram conectados aos existentes, já que o complexo foi continuamente ampliado. São dez pátios no total, mas alguns deles são bem marcantes e merecem algumas explicações mais completas.
Mapa dos Pátios Internos

O Pátio da Gruta, em alemão Grottenhof, foi erguido sob o comando do Duque Albrecht V e leva o nome da gruta localizada na fachada oeste do Antiquarium.

A Gruta, ou Grotte em alemão, foi construída entre 1581 e 1588 por Friedrich Sustris, inspirada no Renascimento Italiano. A frente é formada por uma estrutura semelhante a uma gruta com estalactites com tufo, conchas, cristais coloridos e corais. Bem marcante são a tigela de mármore vermelho onde se pode ver o acúmulo mais forte do efeito decorativo feito com a pedra de tufo e a figura de bronze de "Mercúrio" feita por Giambologna.


Pátio da Gruta


Gruta

O Pátio da Capela, em alemão Kapellenhof, foi construído entre 1603 a 1630 pelo Duque Maximiliano I e fica próxima ao Pátio da Gruta. Seu nome faz referência à Capela da Corte que tem sua entrada pela Residenzstrasse através de um grande portal ladeado por leões.

O Pátio da Fonte, em alemão Brunnenhof, leva o nome da fonte ao centro, que é coroada com uma estátua de bronze do duque Otto I, o primeiro duque da Baviera da família Wittelsbach. No século XVII, o Pátio da Fonte, com sua arquitetura característica de frontão, era freqüentemente usado como cenário representativo para torneios de quadra. Apenas visitantes de alto escalão tinham permissão para entrar com suas carruagens.

Pátio da Capela
Pátio da Fonte
O Pátio Imperial, em alemão Kaiserhof, tem ao seu redor os edifícios que foram erguidos de 1612 a 1618, no reinado de Duque Maximiliano I. A ala norte oposta continha salas de entrada, recepção e a monumental Escadaria Imperial. A suíte de quartos na ala oeste era reservada para visitas imperiais. O Pátio Imperial só era utilizado em grandes ocasiões cerimoniais.

Pátio Boticário, em alemão Apothekenhof, foi criado quando da construção em 1832 de dois novos edifícios sob as ordens do Rei Ludwig I, um adjacente à ala norte barroca do pátio imperial e outro com vista para a Marstallplatz. Em um deles vivia o farmacêutico da corte, Max von Pettenkofer. Desde então, tem sido conhecido como o Pátio Boticário.

Pátio Imperial
Pátio Boticário
O Puderhöfchen é uma pequena área triangular entre o Antiquarium, o Grottenhof e o edifício onde estão os Quartos Ricos. Tem esse nome porque uma pequena sala tinha vista para esse espaço e nesta sala eram preparadas as perucas que eram borrifadas com pó branco, chamado Puder em alemão, no século XVIII. Este "Gabinete de Pó" era acessível a partir das câmaras traseiras dos Apartamentos Eleitorais no andar superior do edifício Antiquarium. Foi destruído em 1944 e reconstruído com um telhado de vidro, mas atualmente não está aberto ao público. Infelizmente não consegui nenhuma foto para ilustrar o blog.

O Pátio do Palácio Real, em alemão Königsbauhof, fica logo atrás do Konigsbau e foi construído entre 1826 e 1835. Seu pátio substituiu um jardim e é delimitado a leste pela Galeria Verde.

Pátio do Palácio Real

O Pátio da Cozinha, em alemão Küchenhof, está localizado atrás do Green Gallery e da Antiga Câmara do Tesouro e levou o nome da cozinha que ocupava o piso térreo do Palácio Real. Infelizmente também não consegui nenhuma foto na internet para ilustrar o blog.

O Jardim do Gabinete, em alemão Kabinettsgarten é um espaço entre os edifícios neoclássicos erguidos depois de 1832 no lado leste do Pátio de Boticário e da Igreja de Todos os Santos. Foi separado da Marstallplatz por uma parede e só podia ser alcançada por uma abertura estreita. Virtualmente cortado dessa maneira e transformado em jardim, recebeu o nome de Jardim do Gabinete. Foi aberto ao público desde que a remodelação desta área foi concluída em 2003.

Jardim do Gabinete

E por fim o Pátio Comitê, em alemão Comitéhof, que foi inaugurado em 1958 e que somente assumiu sua forma atual depois da reconstrução da Residência após a segunda guerra mundial. O antigo teatro de corte de 1755 foi destruído na Segunda Guerra Mundial. Após a guerra, um novo teatro foi reconstruído em outro local, e recebeu um novo nome, agora Teatro Cuvilliés. Uma área octagonal em frente ao teatro foi redesenhada e coberta por um teto de vidro. Também foi renomeado como Pátio Comitê, em uma iniciativa de particulares que possibilitou a renovação do teatro através de donativos.

Pátio Comitê

Enfim... nossa visita ao Residenz de Munique está acabando... mas vou finalizar falando sobre todo o trabalho de reconstrução desta que é uma das maiores atrações de Munique... praticamente todo o palácio foi destruído durante a Segunda Guerra, sendo que somente 50 m2 do palácio original é que permaneceu em pé. O que vemos hoje na visita ao Residenz é um trabalho de reconstrução e restauração sem precedentes. Para se ter uma idéia, dê uma olhada nas fotos abaixo:

O Antiquarium destruído
e depois de restaurado
A Capela Rica destruída
e depois de restaurada

Para visitar o Residenz de Munique é importante você saber várias informações sobre ingressos, horários e o que é ou não permitido. Mas sugiro que você entre no site da Residenz e cheque se não houve alterações: https://www.residenz-muenchen.de/index.htm

Abaixo seguem os valores das entradas no Residenz de Munique:
1) Residenz Museum: 7  regular - 6  com desconto.
2) Tesouro: 7 € regular - 6  com desconto.
3) Ticket “Residenz Museum / Treasury”: 11  regular - 9  com desconto.
4) Teatro Cuvilliés: 3.50  regular - 2.50  com desconto.
5) Ticket “Residenz Museum / Treasury / Teatro”: 13  regular - 10.50  com desconto.

Abaixo os horários de visitação:
1) Residenz e Tesouro: 
Verão, de 24 de abril a 21 de outubro: todos os dias, das 9:00 às 18:00 horas
Inverno, de 22 de outubro a 23 de março: todos os dias, das 10:00 às 17:00 horas
2) O horário do Teatro Cuvilliés varia de acordo com a época do ano.

Qualquer uma dessas entradas pode ser comprada diretamente na entrada principal do Residenz Museum e há um áudio guia gratuito em inglês, alemão, frances, italiano ou espanhol disponível para fazer a visita ao palácio. Os descontos são para idosos acima de 65 e crianças e jovens até 18 anos não pagam. Se puder, separe pelo menos uma manhã ou tarde do seu dia em Munique, cerca de 3h pelo menos, e opte pelo ingresso combinado que é o melhor custo-benefício e dá direito além do Museu, ao acervo de jóias e ao Teatro Cuvilliés.


E quase finalizando nosso city-tour passamos pela Antiga Pinacoteca, o Feldherrnhalle e por fim pela Theatinerkirche.

A Antiga Pinacoteca, em alemão Alte Pinakothek, é um dos mais importantes museus da Alemanha. Abriu pela primeira vez as portas ao público no ano de 1836.

Depois da sua subida ao poder, Guilherme IV teve a grande ideia de incentivar o gosto pela arte contemporânea e ao mesmo tempo para se auto-promover enquanto rei. Assim encomendou a alguns artistas uma histórica série de pinturas que hoje são muito importantes. Uma das maiores contribuições foi a aquisição de pinturas de Albrecht Dürer pelo príncipe-eleitor Maximiliano I. Essas pinturas foram postumamente doadas à Pinacoteca. Mas, também o seu neto Maximiliano II Emanuel, enquanto governador da Flandres espanhola, adquiriu um lote de pinturas holandesas e flamengas, hoje de grande valor, as quais doou ao museu.

Durante a Revolução Francesa, representantes da Baviera e do Palatinado entre outros estados e as galerias de arte de Mannheim, Düsseldorf e Zweibrücken transladaram suas coleções para a cidade de Munique, de forma a facilitar a sua conservação e proteção. A extinção de alguns mosteiros e igrejas também foi uma contribuição importante para o alargamento do espólio.

Durante o seu reinado, Ludwig I da Baviera coleccionou, em particular, obras renascentistas alemãs, holandesas e italianas e contratou Leo von Klenze para se encarregar de erguer o edifício. Este constituiu um exemplo para a construção de espaços museológicos na Alemanha e no resto da Europa. Depois da sua inauguração, em 1836, serviu de modelo para novas galerias em Roma, São Petersburgo, Bruxelas e Kassel.

Durante a Segunda Guerra Mundial, o edifício da Antiga Pinacoteca sofreu graves danos mas foi, na década de 50, reaberto ao público. Infelizmente, os detalhes mais decorativos não foram reconstruídos.

O museu expandiu as suas coleções de arte antiga desde o século XVIII até meados do século XIX. Estas focam especialmente a Baixa Renascença italiana, a pintura antiga alemã e holandesa, a pintura espanhola do Siglo de Oro e as pinturas da Flandres, na sua maioria, também do Siglo de Oro.

Antiga Pinacoteca

O Feldherrnhalle, ou traduzindo para o português Hall dos Marechais de Campo, é uma galeria monumental na Odeonsplatz. Foi encomendado em 1841 pelo Rei Ludwig I da Baviera para honrar a tradição do exército da Baviera e seu projetista foi Friedrich von Gärtner que seguiu o exemplo da Loggia dei Lanzi em Florença. Durante a era nazista, serviu como um monumento comemorativo da morte de 16 membros do partido nazista.

Um grupo escultórico de Ferdinand von Miller foi adicionado ao centro do monumento em 1892, após a Guerra Franco-Prussiana, representando a vitória sobre os franceses e a unificação da Alemanha. Os leões são uma obra de Wilhelm von Rümann, acrescentados em 1906 em imitação dos leões Medici da Loggia dei Lanzi.

Feldherrnhalle

A Igreja Theatinerkirche é um dos mais majestosos exemplos da arquitetura barroca na Europa e conta com uma localização central, por isso é um dos lugares que vale a pena visitar durante uma viagem a Munique.

Construída entre 1663 e 1690, a Igreja dos Teatinos e São Caetano conta com um chamativo aspecto exterior composto por uma mistura de cúpulas barrocas e uma imponente fachada amarela de estilo Rococó. Atrás do seu aspecto italiano e sua fachada amarela, a igreja possui uma rica decoração interior em estuque branco brilhante que lhe dá uma grande luminosidade.

A igreja conta com uma capela onde se conservam os túmulos de Maximiliano II e sua esposa Maria da Prússia, enquanto na cripta do templo repousam os restos de diversos membros da família Wittelsbach. 

Theatinerkirche

O Teatro Nacional, ou em alemão Nationaltheater, é a mais importante casa de ópera da Alemanha, base da Ópera e do Balé do Estado da Baviera e fica ao lado do complexo do Residenz de Munique, na Max-Joseph Platz.

O primeiro teatro foi comissionado por Maximiliano I e desenvolvido por Karl von Fischer, baseado no Odéon de Paris. Abriu em 1818 com Die Weihe de Ferdinand Fränzl, mas foi destruído pelo fogo em 1823. Reconstruído segundo projeto de Leo von Klenze, esse segundo teatro incorporou características neoclássicas e foi aberto em 1825.

Durante os anos seguintes, o teatro marcou a estréia de um número significativo de óperas, muitas delas por compositores alemães. Foram apresentadas as estréias de Tristan und Isolde (1865), Die Meistersinger von Nürnberg (1868), Das Rheingold (1869) e Die Walküre (1870), de Richard Wagner.

No fim do século XIX, Richard Strauss, nascido em Munique, marcou o teatro na cidade. Tornando-se o principal regente da Ópera de Munique, entre 1894 e 1896.

Apesar de modificado em 1930 para criar uma área maior ao palco, com equipamentos atualizados, o segundo teatro sobreviveu somente até que bombardeios o destruíram em 3 de outubro de 1943, durante a Segunda Guerra Mundial. Baseado nos planos originais de Karl von Fischer, o arquiteto Gerhard Moritz Graubner recriou o teatro original com 2100 assentos. Esse terceiro teatro abriu em 22 de novembro de 1963, com uma nova apresentação de Die Meistersinger von Nürnberg. Desde então, o local tem sido palco de produções significativas e diversas estréias mundiais.

Teatro Nacional

A Glyptothek é um museu dedicado à preservação de um acervo de arte escultórica que pertenceu ao Rei Ludwig I da Baviera. A construção da Gliptoteca foi encomendada pelo príncipe como um monumento à Grécia Antiga. Ele havia sonhado com uma Atenas alemã, onde aquela cultura seria lembrada.

O edifício foi desenhado por Leo von Klenze em estilo neoclássico e erguido entre 1816 e 1830, na Königsplatz e mais tarde remodelada no estilo de um fórum, com a Gliptoteca no lado norte. A decoração do prédio contou com a participação de pintores como Peter von Cornelius e Wilhelm von Kaulbach.

A coleção foi grandemente ampliada entre 1806 e 1830, ano de sua inauguração, mediante aquisições em vários locais da Europa e Oriente.

Na II Guerra Mundial o prédio sofreu danos e os afrescos decorativos não sobreviveram, sendo substituídos por um reboco simples em sua reabertura em 1972. Igualmente a Sala Assíria construída não foi recuperada, e os relevos que continha, incluindo os do palácio de Assurbanípal II e um leão do Porta de Ishtar da Babilônia, foram removidos para a Coleção Estatal de Arte Egípcia.

O museu foi concebido em um estilo derivado do classicismo greco-italiano. O pórtico é jônico, com paredes contendo nichos para estatuária grega e romana. O interior tem tetos em cúpula. Originalmente era todo de mármore, mas com os estragos da guerra sua reconstrução não seguiu o modelo primitivo, sendo bastante simplificado.

A coleção da Gliptoteca inclui esculturas que datam desde a era arcaica (650 a.C.) até o período romano (400 d.C.). Abrange desde esculturas até mosaicos, passando por peças em terracota, relevos e bronzes.

Glyptothek

Abaixo mais algumas fotos do percurso do CityTour, tiradas de dentro do ônibus e passando por mais alguns pontos turísticos de Munique.

Bavarian State Chancellery
Isar Gate
Maximilianeum  Parlamento

Ruas de Munique

 A Chancelaria vista por trás

Deutsches Museum

Glyptothek

Teatro Nacional

Ruas de Munique



Durante o city-tour visitamos também o Palácio Nymphenburg, em alemão Schloss Nymphenburg. Como já disse essa foi a minha segunda visita e as explicações bem detalhadas podem ser vistas na página Munique 1.

Visão Aérea do Palácio Nymphenburg



À tarde, era tempo livre para cada um ir onde quisesse... eu decidi ir visitar a Neue Pinakothek (Nova Pinacoteca) para ver os pintores impressionistas... E ainda decidi ir e voltar à pé, pra tentar queimar um pouco das calorias alemãs que resolveram morar no meu corpo... Isso dava 12 quilômetros para ir e voltar, aproximadamente... minhas pernas ficaram moídas!!! 

Nova Pinacoteca

A Nova Pinacoteca, ou Neue Pinakothek em alemão, é um museu cujo foco é a arte européia dos séculos XVIII e XIX e é um dos museus de arte mais importantes do século XIX no mundo.

O museu foi fundado pelo antigo rei Ludwig I da Baviera em 1853. O Rei mandou construir um edifício projetado por Friedrich Gärtner e August Voit para expor sua crescente coleção de pintura contemporânea, na propriedade em frente ao Alte Pinakothek, a fim de permitir um diálogo entre a arte de seu tempo e os antigos mestres que eram reverenciados como modelos.

O Rei Ludwig I começou a colecionar arte contemporânea já como príncipe herdeiro em 1809 e sua coleção foi aumentando constantemente. Devido à preferência pessoal de Ludwig I, inicialmente havia um forte foco nas pinturas do romantismo alemão e da Escola de Munique. 

Anos mais tarde Ludwig I comprou a coleção de 58 pinturas de Leo von Klenze, que incluiam pinturas de artistas alemães contemporâneos como Carl Rottmann, Franz Ludwig Catel, Georg von Dillis, Julius Schnorr von Carolsfeld, Peter von Hess, entre outros. Cinco anos mais tarde, a 12 de Outubro de 1846, é posta a primeira pedra do antigo edifício. Já com 302 pinturas o museu foi inaugurado em 1853 e aberto ao público.

As salas da Nova Pinacoteca

Quando da morte de Ludwig I, em 1868, o museu contava com 425 obras de pintores, na sua maioria, alemães. Com variadas doações recebidas, em 1909 o museu adquiriu várias obras de Claude Monet, Edouard Vuillard, Paul Cézanne, Gauguin, Manet e Vincent van Gogh.

O edifício original foi destruído durante a Segunda Guerra Mundial, em 1944, por um bombardeamento à cidade, mas as obras foram guardadas e preservadas em outro local. A ruína do Neue Pinakothek foi demolida em 1949. Projetado pelo arquiteto Alexander Freiherr von Branca, o novo edifício pós-moderno foi inaugurado em 1981, combinando como janelas em arco, janelas de sacada e escadas. Sua fachada apresenta um design arrojado de concreto, pedra e vidro.

Em 1915, o Neue Pinakothek tornou-se propriedade do estado da Baviera. 

Em 2003, a Neue Pinakothek completou 150 anos de existência e, foi neste mesmo ano, que o museu inaugurou a grande sala de paisagens gregas pintadas por Carl Rottmann.

O museu possui hoje uma coleção com mais de 3000 obras de arte, entre pinturas, esculturas e desenhos. A rica coleção contém obras de pintures ingleses e escoceses do século XVIII e início do século XIX; artistas alemães do classicismo em Roma; do Romantismo alemão; do período Biedermeier; do Realismo ao Romantismo francês; de Impressionistas alemães até esculturas de vários mestres.

Eu passei a tarde toda na Neue Pinakothek e vi bastante as obras dos séculos XVII e XVIII, mas não gostei muito... um estilo muito dark, com motivos diabólicos, nefastos... Agora, cá entre nós, os impressionistas!!!! Ahhhh... simplesmente adorei, principalmente Monet, Van Gogh e Degas... 

Mas voltando... as coleções mais marcantes são duas. A primeira é a dos Impressionistas franceses, sendo uma das principais coleções do mundo, com obras-primas de Pierre-Auguste Renoir, Édouard Manet, Claude Monet, Paul Cézanne, Paul Gauguin, Edgar Degas, Camille Pissarro, Alfred Sisley, Paul Sérusier e Vincent van Gogh.

A Ponte de Argenteuil
Claude Monte
Retrato de uma Jovem Mulher Renoir
The Railway Cutting
Paul Cézanne

O Nascimento
Paul Gauguin

Rua em Upper Norwood Camille Pissarro

Almoço no Estúdio
Edouard Manet

Com certeza, o quadro Doze Girassóis em uma Jarra é a obra de maior destaque da Neue Pinakothek, uma pintura do pintor holandês Vincent van Gogh. 

Após a chegada do pintor ao sul de França, ele se estabeleceu em Arles, e passou a produzir uma das coleções mais famosas de todos os tempos, os Girassóis. Foi quando ele começou a utilizar efeitos de cores e de luz com mais intensidade e a obra Doze Girassóis em uma Jarra pode ser considerado o culminar de todo este efeito em na obra do artista, finalizado em 1888.

Doze Girassóis em uma Jarra

A segunda coleção que também impressiona é a do Simbolismo e Art Nouveau do início do século XX. Representado entre outros por Giovanni Segantini, Gustav Klimt, Paul Signac, Maurice Denis, Henri de Toulouse-Lautrec, James Ensor, Édouard Vuillard, Ferdinand Hodler, Franz von Stuck, Edvard Munch, Walter Crane, Thomas Austen Brown, Pierre Bonnard e Egon Schiele.

Margareth Stonborough-Wittenenstein
Gustav Klimt
Le Jeune Routy à Céleyran
Toulouse-Lautrec
Santa Maria della Salute
Paul Signac

So um aviso: Devido a obras para a melhoria das instalações, a Neue Pinakothek de Munique permanecerá fechada até 2025. Durante esse período, muitas de suas obras serão expostas na Alte Pinakothek e na Galeria Schack.

Na saída da Neue Pinakothek aconteceu um dos episódios mais fofos e engraçados da minha viagem... Já falei que os alemães são super, super, super cordiais??? Sinceramente, eles dão uma aula em atendimento e simpatia para os mal-educados franceses e italianos!!!! Acho que uma das coisas que mais me surpreendeu nessa viagem foram os alemães!!! 

Mas voltando ao episódio fofo... quando sai da pinacoteca, me senti meio desorientada, acho que porque eu fiquei muito tempo lá dentro e quando saí na rua o sol me ofuscou a vista... então não sabia pra que lado ir, devia de estar com a cara de "mais perdida que cego em tiroteio"... Enfim, enquanto eu abria o mapa com essa cara aí, uma graça de senhorinha se aproximou e me perguntou em alemão se eu precisava de ajuda... pelo menos foi o que eu supus... 

Era a vovó mais fofa do mundo... aí eu mostrei pra ela apontando no mapa que eu queria ir até a Marienplatz... e aí o engraçado... ela tira o mapa das minhas mãos, desvira e me entrega o mapa no sentido certo... e aí me mostra o caminho... eu queria chorar de rir com o jeito que ela fez tudo isso... um verdadeiro anjo!!!

Enfim, agradeci a vovó e segui meu caminho devidamente orientada... quando percebo um cara estranho me seguindo... fui andando e não tinha muita gente na rua... aí comecei a ficar preocupada... resolvi dar meia volta e ir na direção do meliante... kkkkkk... maluca completa!!! Mas deu certo... passei por ele olhando feio e falando em italiano bem brava qualquer coisa do tipo "Comigo não"!!! Só sei que ele se mandou e eu voltei ao meu caminho pra continuar meu passeio...

Enfim, cheguei na Marienplatz pra dar mais uma volta e me despedir de Munique. Aproveitei para almoçar por lá mesmo, uma deliciosa salada DIET... fui até uma loja de departamento MARAVILHOSA comprar algumas coisinhas de recordação...

Me despedindo da Marienplatz

Rathaus Glokenspiel

Na volta pro hotel, passei no Viktualienmarkt pra comprar algumas guloseimas, chocolates, gordices para os meus pais. Enfim, depois de muita caminhada, cheguei exausta no hotel, pronta para um bom banho e ir cumprir a árdua tarefa de arrumar a mala.

Viktualienmarket

Viktualienmarket

À noite, fui jantar com o casal de americanos, o Jim e o Dan no restaurante do hotel... uma droga!!! Comida tipo nouvelle cuisine, caríssima e aquela coisa de amostra pra provar o sal!!! Me poupe!!! Turista anda, carrega mala, se cansa!!! Quer comida de verdade e muita!!! É por esse motivo que eu nunca como em restaurante de hotel... adoro pesquisar restaurantes nas redondezas, descobrir novos sabores, ter gratas surpresas na maioria das vezes... 




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